Red: 003

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O nome da figura era Doz. Detetive Doz, foi como ele se apresentou. Um nome claramente estrangeiro, assim como sua aparência física. Se posso deixar meu palpite como um experiente líder de alcateia, julgando por sua feição, eu diria que é alguém cuja origem é algum país do centro europeu. Ele tinha a aura de um rei, mas suas vestimentas, olhar e atitudes, disfarçava-a ao máximo. Parecia quase algo proposital. Ele parecia estar encarnado em um personagem, e isso não me cheirava bem.

Claro, é só um ponto de vista meu.

Ou um ponto de olfato.

O importante é que ele finalmente revelou seu nome e conseguiu convencer a Assassina de Youkais a não agir como uma assassina contra ele.

Após ele dizer quem era, o detetive apresentou seus documentos para a guria.

— Mythpool, agente sênior. Você trabalha para eles, é? Hmph, não me surpreende ser um taradinho. Ei... o que é isso? É um cartão de fidelidade de um bar noturno em Kabukicho...

E o detetive tomou a carteira da mão dela.

— Não é nada, foi só uma missão... acabei guardando...

— Imagino, imagino. A missão de apertar peitos por um preço acessível.

— ... — o detetive desviou o olhar.

Enfim.

Independentemente dos gostos do homem que havia se revelado, ele tinha provado não ser um completo omisso, embora ainda um estranho. E, nesse caminho, o próximo passo seria descobrir o que aquele agente estava fazendo ali.

Claro, a guria já tinha se antecipado a isso.

Nós fomos convidados a adentrar a casa abandonada, e estávamos todos acomodados quando ela começou.

— Então, detetive, não querendo ser clichê, mas o que lhe trouxe até aqui?

— Hmm? Eu... bem, são duas coisas. A primeira é que estou investigando as ações de um grupo magos. Isso já faz um tempo, para ser honesto. Eu estava em Londres há duas semanas. Aparentemente é lá que fica o QG deles.

— E o que um grupo de magos tem a ver com esta casa?

— Ah, eu ouvi botados de que um homem estava aqui, sumindo e desaparecendo. Achei que seria um dos youkais que os magos ressuscitaram, mas quando cheguei aqui, não encontrei nada.

— Um youkai...? Por acaso está atrás do Tengu?

— Não necessariamente do Tengu. Só estou atrás de pistas que me levem até os magos. Algumas horas atrás, um mascarado surgiu em Quioto, atrás de uma hanyou com mais ou menos treze anos de idade. Uma colega minha, Suny, ficou com o caso. Não sei exatamente o que se sucedeu, mas pelo pouco de informação que recebi, ela não conseguiu pegar o misterioso e acabou sofrendo um ferimento na cabeça.

— Suny é...?

— Você a conhece?

— Conheço. Já trocamos algumas palavras.

Por que meu instinto canino diz que a guria não se dava muito bem com essa Suny?

— Bem, isso não vem ao caso, agora — continuou ela. — Só gostaria de saber a relação desse mascarado com o que você veio fazer aqui, seu pamonha.

— Isso é simples, mocinha. O mascarado é o cara que some e aparece.

À resposta do detetive, Yuna piscou seus olhos azuis, indicando que seus neurônios estavam disparando a todo vapor, enquanto ela processava a informação.

Yuna Nate: Casos CuriososOnde histórias criam vida. Descubra agora