p a r a o s d e s e n c a n t a d o s

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E aqui termina essa longa coletânea.

Olá, gente

Como eu já disse ali em cima, finalizamos por aqui essa obra. Acreditem, estou verdadeiramente triste em ter que terminar esse projeto, e isso me leva a pensar o quanto "desencantos" foi um divisor de águas na minha vida. Já se passaram meses desde que publiquei o primeiro verso e eu ainda não consigo acreditar que juntei coragem suficiente para compartilhar ao todo 55 poemas com vocês!

Sendo um pouco saudosista, é difícil não pensar em um momento como esse no quanto a poesia sempre abraçou a mim. Em como ela sempre esteve comigo, nos meus piores e nos meus melhores momentos. Na minha adolescência, na minha juventude. No meu presente, no meu passado, e eu espero, com todo o meu coração, que em grande parte do meu futuro.

Mas, apesar de sempre ter me aventurado nesse mundo borbulhante e belo que é a poesia, eu nunca tive coragem de publicar, nunca tive coragem de compartilhar algo tão pessoal com ninguém. Acreditem, vocês me conhecem de dentro pra fora. De cima à baixo. Do avesso. Vocês conhecem o pior e o melhor de mim. Vocês conhecem cada pedacinho que me sustenta e talvez bem mais do que muitas pessoas a minha volta. E esse pensamento é ao mesmo tempo tão assustador quanto é excitante.

Eu sempre tive muito medo das críticas, afinal, poesia é algo completamente íntimo e fundamental para mim, e a possibilidade de alguém negligenciar uma parte minha me dava desespero. Contudo, para a minha surpresa, vocês pareceram gostar dessa bagunça que sou. Não me acho a maior poetisa do mundo, não me acho relevante nesse mundo de perfeições, mas, por algum motivo, vocês pareceram gostar das coisas que eu escrevo. Mesmo que eu não fosse a melhor do mundo, mesmo que minhas estrofes não tivessem rima. E cada vez que alguém comentava coisas lindas, ou me dizia que se identificava com um verso bruto, eu sentia uma vontade imensa de gritar pro infinito ver. De chorar. De sorrir. Porque no fim, é isso que eu sempre quis. Doar ao mundo o que foi doado a mim. Eu sempre busquei abrigo na poesia, identidade, encantamento, e eu nunca vou poder agradecer o suficiente por todos que mostraram a mim que eu consigo, às vezes, entregar algo bom a vocês. Que eu posso ser relevante na vida de alguém.

Espero que essa humilde casinha de madeira que construímos possa servir de abrigo nas inúmeras tempestades que passarem. Que os dê sustento, que os dê aconchego. Porque isso é o que eu busco. É isso que me trouxe aqui. É por isso que a construí.

Obrigada a todos que tiraram um tempinho para ler meus poema sem jeito, sem técnica, sem classicismos. Obrigada a todos que comentaram, que me motivaram, que me encheram de carinho. Obrigada pelo calor que espalharam em um mundo tão frio. Por cada sorriso que colocaram no meu rosto.

Graças a esse livro eu conclui que eu sou completamente dependente e apaixonada pela poesia, e graças a vocês eu passei a acreditar que eu tenho um propósito com elas.

Dedico esse livro a todos os desencantados e aos otimistas. Dedico meu coração a vocês.

Vocês me fizeram acreditar em uma parte de mim que andava completamente murcha. Vocês coloriram meus sonhos mais uma vez e inflaram meu desencanto com doces doses de encantamento.

Sem dúvida, termino essa obra diferente de como comecei, e espero que em algum ponto, vocês guardem um pedacinho dela com vocês.

Nos vemos na próxima. Ainda tenho vários poemas armazenados e o user de vocês salvo na minha cabeça, então não pensem em me abandonar hehehe.

Brincadeiras à parte, espero os ver de novo nessa caminhada. Desencantos foi o primeiro livro de poesias da minha vida, mas se segurem pois com certeza não será o último.

Até mais.

Com todo o amor do mundo, Bia.

Desencantos (Degustação)Where stories live. Discover now