A data mais importante

584 78 3
                                    

Adrien foi dormir tarde e intranquilo, sabia que Mari era senhora de si, que faria independente da vontade dele, ainda assim tentaria dissuadi-la. Tinha que tentar pelo menos, preocupava-se com as "promessas", quase ameaças, anônimas de esperá-la na saída, segui-la... Mas estava exausto e o dia estava quase clareando, demorou a adormecer e quando acordou o sol já estava alto, visível pela janela do quarto.

– Bom dia, Chaton! – Tinha acabado de sair do banheiro e se aproximou deitando ao lado dele e beijando com sabor de hortelã. Nesses momentos gostaria de esquecer tudo mais...

– Bom dia, Princesa. Dor de cabeça?

– Não... Você? Ainda irritado comigo?

– Não realmente, só... Preocupado. Por que você quer fazer isso?

– A aposta...

– Uma desculpa, que talvez tenha valido para o primeiro ano. É importante para você participar disso, por quê?

Marinette inspirou profundamente, não gostava de falar sobre isso. Mas se ela fosse mesmo dançar na Miraculous era justo que contasse pelo menos como isso tinha começado.

– Depois dos dezesseis muitas coisas mudaram para mim, Adrien. Passei a ter medo de me envolver com garotos e de me expor. Minha primeira relação depois foi com alguém que sabia do que tinha acontecido e que me deixou tomar toda a iniciativa, fomos até onde eu quis. Fizemos no escuro, de porta fechada, sem muitas palavras e ainda assim naquela época era o máximo que eu poderia desejar.

– Nathaniel?... – Marinette assentiu antes de continuar.

– Mas eu não queria mais do que isso, experimentar, conhecer, como realmente deveria ter sido. Não queria me envolver com alguém que soubesse... Que soubesse. Então eu comecei o curso superior e lá ninguém sabia o que tinha ocorrido. E eu conheci Luka e na época ele não era nada sério, ficamos atraídos um pelo outro. Ele gostava que eu estivesse no controle a maior parte do tempo, era como funcionava para nós. E com ele, eu experimentei muitas novidades, pois me sentia segura. Mas então as coisas começaram a ficar mais sérias e eu simplesmente não queria considerar nada do tipo. Já tinha passado muito tempo, mas mesmo assim eu tinha receio de que em algum momento ele mostrasse uma faceta que eu desconhecia, e antes que nos envolvêssemos mais eu quis terminar. Naquele momento passei e me dedicar apenas ao curso. Saia com minhas amigas da faculdade, às vezes com a Alya. Mas eu não gostava que me abordassem, minhas roupas sempre eram as mais comportadas...

– Não gostava que chegassem em você.

– Isso, então eu comecei o curso de dança. Ao mesmo tempo em que eu me expunha mais o ambiente era controlado, as outras garotas que dançavam também usavam roupas curtas como as minhas, e só havia mulheres fazendo aquela aula. Ao final do ano tinham as apresentações da escola de dança e nós fazíamos a apresentação em um teatro fechado apenas para os convidados. E no palco havia pessoas que nos olhavam, mas eu não enxergava quem era, e tinham outras mulheres dançando no palco junto comigo, a atenção era para a apresentação como um todo.

– Mas você já dançava pole dance?

– Não, na época era jazz, comecei pole quando terminou meu curso na faculdade e na aula de pole eu conheci a Alix. Daí veio à aposta de dançar na Miraculous, que para mim soava quase como um desafio, algo que eu temia e ao mesmo tempo precisava.

– Você já leu os comentários sobre a noite beneficente da Miraculous? – Queria ter uma ideia se ela já tinha tido a curiosidade de procurar. Se tinha algum conhecimento do que escreviam.

– Alguns, mas eu me nego a deixá-los me intimidarem. A segurança da Miraculous é excelente. No primeiro ano foi algo como "eu consigo", mas no segundo... O valor pago como entrada na Miraculous nessa noite vai todo para ONGs, eu me apresento como Ladybug e tenho um contrato de anonimato aos moldes do assinado pela Queen Bee. O fato de não saberem quem somos faz com que o movimento na noite seja maior...

Pole DanceOnde histórias criam vida. Descubra agora