Capitulo 2

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Sandra Bullock POV.

Todo mundo acha que eu não tenho coração, que sou um tipo de rainha do gelo que não se importa com nada. Mas ninguém entende o porque disso tudo, ninguém se importa com a história por trás dessa arrogância que existe em mim.

Quando eu nasci, meus pais me largaram em um orfanato qualquer, quanto mais eu crescia mais eu sofria, algumas famílias até tentaram me adotar mas sempre me devolviam, tiveram até algumas pessoas que eram pagas para cuidar de mim e algumas dessas pessoas sempre me machucavam, me batiam, deixava-me sem alimentos e me obrigavam a fazer coisas das quais prefiro não comentar.

Mas tudo acabou quando completei 18 anos. Me mandaram embora do orfanato, minha sorte era que eu trabalhava em uma lanchonete a mais de 2 anos, a dona do local gostava bastante de mim, mas isso mudou quando a mesma me viu aos beijos com sua neta, ela me demitiu e me afastou da menina pelo qual eu era completamente apaixonada, até tentamos continuar nos vendo mas sua vó a fez mudar para uma faculdade interna na Inglaterra, eu nunca consegui esquecer aquela menina cujo os olhos me despiam de uma forma inenarrável, a dona dos meus sorrisos contínuos e gargalhadas sem sentido.

Eu a amava mais do que a mim mesma. Depois de 2 anos ela voltou para os EUA e logo fui atrás dela, mas a mesma estava noiva e grávida de um babaca qualquer, até falei com ela — o que foi um erro — ela me disse que nada do que tivemos significou algo para ela. Após isso, passei a beber, a me drogar e a sair com caras que só queriam transar. Isso durou por longos 3 anos da minha vida, até que finalmente decidi que eu merecia mais que aquilo e fui fazer faculdade de artes cênicas. Foi assim que me tornei essa atriz tão famosa e mundialmente conhecida que sou hoje, mas eu ainda me castigava mentalmente, eu ainda me odiava por amar aquela garota idiota.

Hoje o dia estava indo de mal a pior, e sabe porque? Exatamente! Não tem um porque específico, eu só não estava bem, e como não existe remédio melhor para a tristeza, decidi ir me divertir com uma boa tequila e talvez algumas garotas, logo fui para uma boate que conhecia, quando entrei já me senti um pouco melhor pois gostava da vibe daquele local.

Não demorou muito e eu já estava um pouco alterada graças a bebida e estava aos beijos com uma garota no banheiro. Eu até estava curtindo mas tudo acabou quando uma mulher entrou no banheiro, o que me fez saltar para longe dos braços da garota que antes beijava, as coisas só pioraram quando notei que a mulher na verdade era a atriz Cate Blanchett.

Ela não poderia ter visto aquela cena de jeito nenhum! O medo de que ela contasse sobre o que viu para alguém se fez presente, se ela contasse todos iriam descobrir sobre minha sexualidade, e deixar as pessoas saberem disso estava totalmente fora de questão, deixei algumas lágrimas rolarem de meus olhos pelo meu rosto, só não sei se elas representavam tristeza, medo ou vergonha. Olhei para a menina que estava beijando e pedi para que ela não contasse a ninguém sobre o ocorrido naquele banheiro, logo sai do local, ainda em choque me locomovi para os fundos da boate sendo seguida por Cate que por algum motivo veio ao meu encontro.

— Você vai contar para as pessoas o que viu no banheiro? — disse enquanto enxugava minhas lágrimas que insistiam em cair —

— Porque eu faria isso?

— Eu não sei, querendo ou não isso é notícia pra mídia.

— Foda-se a mídia! — ela disse e nós duas sorrimos —

— Prazer em te conhecer Blanchett — falei esticando minha mão e Cate cumprimentou. —

— Pode me chamar de Cate, é um prazer te conhecer também Bullock.

— Pode me chamar de Sandra —rimo—

— Okay Sandy — ela disse e sorrimos novamente —

— Sandy?! Okay então... eu gostei de como esse apelido saiu em sua voz. — eu simplesmente não acreditei no que tinha dito e logo me desculpei — Me... Me desculpe eu não deveria ter dito isso.

— Não se preocupe... Isso acontece pelo fato de eu ter uma voz extremamente sexy — ambas rimos —

— Não só a voz — pisquei o olho direito em sua direção junto com um sorriso —

— Estamos realmente flertando? — ela lambeu e mordeu os lábios —

— Talvez — nos olhamos por um tempo e logo em seguida gargalhamos —

— Obrigado Cate.

— Pelo que?

— Por ter me feito sorrir.

— Eu que agradeço por me dar a honra de poder ver esse lindo sorriso.

— Estamos realmente fazendo isso? — gargalhamos novamente —

— Talvez!

— Cuidado senhorita Blanchett, não comece uma coisa que não pode terminar — sorri —

— Porque não posso terminar?

— Porque você é casada e tem uma filha.

— Uau!

— Pois é, eu sou sua fã. Já pesquisei muito sobre você, principalmente agora que faremos um filme juntas!

— Também sou sua fã, você deveria ter visto o quão histérica fiquei quando descobri que faríamos esse filme, e pra melhorar a Sarah ainda estará nele!

— Você conhece a Sarah?

— Claro que eu conheço minha melhor amiga! — sorrimos — Você a conhece?

— Sim! Ela é minha amiga.

— Ela veio comigo.

— Ela está lá dentro?

— Sim! Gostaria de juntar-se a nós?

— Seria um prazer Ms. Blanchett.

Logo fomos até Sarah que não parava de xingar a Cate pelo demora para voltar, começamos a beber e a dançar sem parar, mas Blanchett não saia de minha cabeça, ela é linda, inteligente, uma excelente atriz e para melhorar tem um sotaque perfeito! Os olhares trocados entre nós durante aquela noite eram totalmente explícitos para todos no recinto, eu não me importava se alguém iria ver, eu só queria me perder naqueles lindos olhos e naquela boca desenhada por Afrodite.

Eu não fazia a mínima ideia do porque estávamos entrelaçando nossos olhares daquela forma, mas aquilo me assustou um pouco, principalmente quando fui pra casa e não consegui parar de pensar nela, eu estava assustada pelo fato de que Cate mexeu comigo, só Deus sabe o quanto.

Between the linesWhere stories live. Discover now