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Acordei sobressaltada e desorientada. A minha primeira reação foi ver as horas. Rapidamente fui impedida por uma mão agarrando o meu braço.

-Então? A bela adormecida já acordou?

Olhei para trás e pude ver a figura morena de Rafaela olhando-me com um sorriso divertido. Eu tinha-me claramente assustado com o seu toque. Retirou os fones e guardou-os no casaco de pelo com padrão de zebra que vestia, apesar do aquecimento já estar ligado.

Bocejei enquanto me ajeitava para me sentar no sofá. - Que horas são? Há quanto tempo estás aí a ver-me dormir?

- Há uma hora mais ou menos, estava surpreendentemente pouco trânsito hoje por isso cheguei bastante cedo.  Pouco passa das sete. - disse levando rapidamente o olhar ao seu pulso para ver as horas.

Atirei me de novo para o sofá deixando sair um longo suspiro e espreguiçando-me de todas as maneiras possíveis. -Estive a dormir a tarde toda. - comentei rindo-me. Fiz uma pausa e levantei-me - Já te arranjaste?

- Eu ia, mas depois vi-te aqui e também me dei à preguiça. 

Ri-me e levantei-me para ir buscar a carteira para onde tinha atirado apressadamente as coisas que poderia precisar para hoje.

-Podes-te vestir aqui, por mim não há problema.

-Obrigada - pousou o seu casaco numa cadeira e começou a despir as suas roupas. - as outras querem sempre o espaço todo para elas, não gostam muito de partilhar - desabafou enquanto eu me descalçava. 

Sentia-me estranha, talvez privilegiada, por ter acesso a uma sala privada. Pergunto-me se suscitava inveja às outras raparigas. Vesti umas meias iguais às das noites anteriores, mas com um detalhe dourado na renda, que combinava com o matching bra, ligeiramente menos revelador mas mais favorecedor dos meus seios.

Maquilhamo-nos calmamente, enquanto nos conhecíamos melhor e partilhávamos ideias. Fiquei a saber que uma dançarina daqui ganhou dinheiro suficiente para se despedir e ir para os EUA, fazer a viagem dos sonhos dela e sem intenções de regressar. 

A Rafaela partilhou alguns dos seus snacks comigo, visto que não trouxera nada. O meu jantar consistiu em palitos de cenoura e algumas bolachas de aveia. 

Vestimos a espécie de avental, indicando as nossas funções e calçamos os habituais saltos pretos. Sim, acabei de lhes chamar habituais

Às 22 em ponto o Eric surgiu por detrás da porta para nos chamar ao serviço e acompanhou-nos pelas escadas até à porta que dá acesso direto à zona do bar.

Os meus olhos arregalaram-se com a multidão que ocupava o espaço. Tanto os sofás como os bancos do bar se encontravam praticamente lotados, com os olhos dos ocupantes focados no espetáculo de Pole Dance que decorria no palco. A única empregada não conseguia atender a todos os pedidos e suspirou de alívio quando reparou que iria ter quatro mãos extra. 

Sem dar tempo para pensar, foram-me logo dadas ordens. Comecei logo a servir às mesas e fui preparando algumas bebidas mais simples. Facilmente se conclui que a bebida mais servida são whiskeys, apesar da enorme oferta de licores e cocktails.

Por entre vários clientes, fui chamada a uma mesa redonda num canto mais afastado, onde se encontrava o meu pai.

-Filha dá-me aí um Mojito!- pediu-me visivelmente bêbado enquanto falava com alguns clientes, suponho eu, também bêbados, talvez mais até que ele. Reparei na sua surpresa com a naturalidade com que o meu pai revelou a minha identidade.

Rapidamente lhe servi a bebida, não podendo deixar de reparar que estes esperam atentamente a chegada de alguém. Prossegui para outras mesas, mas mantendo sempre alguma atenção para a porta, já que a minha curiosidade a isso me obrigava. 

Strip Club | h.s. - hotWhere stories live. Discover now