"i'm very discreet but i will haunt your dreams"

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O clube debatia mais um filme e, naquele dia, Jimin estava mais desatento do que em qualquer quinta-feira de todo o ano

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O clube debatia mais um filme e, naquele dia, Jimin estava mais desatento do que em qualquer quinta-feira de todo o ano.

Na noite anterior ficara acordado até tarde ouvindo os pais discutirem no quarto ao lado. Eles haviam tido uma longa conversa sobre sua situação financeira e, depois de ouvir tudo, Jimin sentiu-se incapaz de pregar os olhos.

Não gostava de se meter nos assuntos deles, mas era impossível ignorar as insistentes trocas de informações preocupadas. As economias da família não andavam bem já há um tempo e, sempre que as coisas pareciam apertar ainda mais, eles passavam a noite em claro, tentando encontrar soluções.

E Jimin ficava ali, a uma parede de distância, ouvindo tudo e repensando a própria vida. Chegava a sentir-se estúpido por gastar suas tardes no colégio devido a uma paixão platônica – sendo que podia muito bem tentar arranjar um emprego para ser um filho minimamente produtivo.

Mas seus pais não queriam que ele trabalhasse antes de se formar. Diziam que era importante que ele concluísse os estudos para que entrasse em uma boa universidade e tivesse um futuro garantido, sem mais complicações.

Então ele aceitava. Não os contestava porque não queria ser mais um peso no dia a dia de preocupações dos dois. Estudava o máximo que podia em casa e nas aulas, e continuava no clube apenas porque, em meio à essa rotina de desassossegos escondidos, Namjoon era o único que conseguia lhe levar para longe.

Só que a noite passada havia sido tão psicologicamente desgastante para a sua mente naturalmente ansiosa que, naquele dia, nem mesmo a voz bonita de Namjoon conseguia tirá-lo da realidade. Jimin estava completamente alheio, perdido em receios que não deveriam ser seus.

Se não estivesse assim, tão inquieto em si mesmo, ele teria percebido que Namjoon não estava falando tanto quanto costumava falar. Teria notado que seus olhos não estavam focados em suas anotações e nos argumentos dos outros membros do clube. Jimin presenciaria a inversão de papéis que há tanto almejava ter.

A hora do encontro passou-se rapidamente. Todos concluíram suas observações e Namjoon indicou o filme para a próxima semana. Jimin não ouviu nada. Só percebeu que a hora de ir embora havia chegado porque todos começaram a se levantar.

Tomado pelo desânimo que o consumia, passou a organizar seus materiais inutilizados com uma triste lentidão. Colocou as canetas no estojo, fechou o caderno em branco, guardou-o na mochila e, por fim, vestiu seu casaco.

Estava pronto para se erguer e deixar a sala, mas quando finalmente saiu de sua bolha preocupada, pronto para espiar os arredores e seguir seu caminho, notou que todos já tinham ido. Na verdade, quase todos. Além dele próprio, a única pessoa que ocupava os metros vazios da sala de aula era Kim Namjoon.

E se Jimin não o fosse a pessoa mais nervosa do mundo quando se tratava daquele garoto, teria percebido a hesitação em seus olhos quando ele o admirou a distância de forma tensa, para só então, timidamente, se aproximar. Com sua mochila pendurada em um dos ombros e uma caixa de DVD em mãos, Namjoon deu os poucos passos que os separavam.

Ainda sem dizer uma palavra sequer, parou em sua frente estendeu-lhe o filme que segurava. Jimin, assim como na primeira vez em que esteve tão perto de Namjoon, achou que fosse morrer sufocado pelo próprio coração – cujos batimentos escalavam suas vias respiratórias e tomavam todo o espaço que deveria ser do ar. Depois de alguns segundos que pareceram uma eternidade, ergueu as mãozinhas de forma mecânica e apanhou a caixa que sua paixão lhe estendia.

No entanto, só teve a mínima consciência de tudo o que estava acontecendo até aquele simples momento, porque, no instante seguinte, Namjoon não apenas sorriu do jeito mais perfeito e arrebatador do mundo: ele lhe lançou uma piscadela lindamente brega e, desajeitadamente, rumou porta afora.

Jimin ficou ali, estático sobre a carteira. Por longos segundos seu foco permaneceu preso à porta por onde Namjoon havia saído. Estava tão nervoso que suas mãos tremiam e o DVD com elas balançava. Seu peito queimava em tons quentes e seu estômago revolvia-se num turbilhão gelado.

Quando sentiu-se forte o bastante para se mover, abaixou o olhar para só então analisar o objeto que segurava.

"Silêncio rompido" era um filme que, assim como a maioria dos que eram discutidos no clube, Jimin desconhecia. Afinal, só poderia ter sido para isso que Namjoon lhe entregara aquilo. Não existia outra explicação. Jimin estava completamente desatento durante todo o debate. Namjoon provavelmente tinha entregue uma cópia do DVD para cada um dos membros sem que ele notasse.

Por mais estranho que isso parecesse – até porque dificilmente um aluno daquela escola gastaria do seu próprio dinheiro para fornecer materiais aos outros –, era a única possibilidade plausível em toda a situação. Nem em mil anos Kim Namjoon faria algo exclusivamente para si.

Então, ainda com o coração batendo de um jeitinho torto, mas com quaisquer esperanças ilusórias distantes de seus devaneios, Jimin deixou a sala de aula. Pisou no corredor e deu uma última olhada à volta para checar se Namjoon já tinha mesmo ido embora – e ele tinha.

Desnorteado com o acontecimento que quase lhe explodira o coração, caminhou para fora do colégio até o ponto de ônibus, sentindo as pernas bambas. Durante todo o percurso, repassou a imagem do sorriso e da piscadinha de Namjoon em sua mente. Sentia-se tão caoticamente apaixonado... Sua cabeça estava uma bagunça.

E o mais estranho de tudo aquilo nem havia sido a entrega do DVD, mas sim o fato de que Namjoon a fizera sem dizer oi nem tchau; apenas brotara em sua frente e depois agira daquela forma estranha e perfeita em seu próprio modo. Jimin tentava focar-se na esquisitice da situação, mas sempre acabava perdendo-se nas lembranças das covinhas expostas e de seu olhinho direito repuxado.

Além disso, Namjoon, inconscientemente, havia conseguido livrar Jimin de suas preocupações com os pais. Depois que saiu da escola e até o momento em que chegou em casa, sua mente ocupou-se apenas com ele e nada mais – o que era extremamente bom.

Jimin foi até seu quarto, jogou seus pertences num canto qualquer e enfim deitou-se sobre seu colchão. Mirou o teto por alguns minutos e ficou pensando nele, é claro.

Então fitou o filme que ainda estava em suas mãos. Perpassou os olhos pela foto da capa, depois leu a sinopse na parte de trás. Uma chama quentinha contornou-o no peito quando se lembrou que aquele objeto tinha estado com Namjoon, mas logo apagou-se. Não era exclusividade.

Como estava cansado e queria relaxar um pouco antes de tomar banho e fazer as tarefas de casa, decidiu assistir ao filme – ou ao menos começá-lo. Puxou seu notebook debaixo das cobertas bagunçadas e o desbloqueou.

Colocou o DVD para rodar e as duas horas de duração se seguiram enquanto ele tentava não pensar naquilo que o desconcertava – fosse Namjoon, ou problemas em geral.

( ๑ > ᴗ <)ﻭ  . . .

me desculpem pela chatice do capítulo, eu precisava de uma transição ):

espero que estejam gostando e que eu não decepcione ninguém kkkkkque medo

beijinhos ♡

eu e você [minjoon]Where stories live. Discover now