Preso em Minha Mente

7 1 0
                                    


Acordei em um quarto completamente tonto, com fortes dores na barriga. Percebi rapidamente que estava amarrado em uma cama, quando olho pra cima vejo fotos coladas. Pareciam ter sido cuidadosamente colocadas, com uma espécie de padrão de organização, e havia um espaço entre elas onde podia ver o meu rosto. Tento movimentar o pescoço e nada. Não conseguia me mexer e cada segundo que passa eu fico mais desesperado tentando me mexer, sem sentir nada, sem conseguir falar... estou de olhos abertos preso na minha mente olhando para o teto com fotos de pessoas mutiladas, cabeças abertas, mulheres sendo estrupadas, homens em selfies com as vítimas. Não conseguia nem chorar de medo e desespero. Começo a escutar passos ficando mais próximos e na minha frente o Matte com seus olhos vazios, sorrindo diretamente para mim.

Olá detetive, espero que tenha gostado da decoração no teto, preparei esse quarto especialmente para o senhor. Sei que gosta de mistérios e de resolver casos, essas coisas. Então, preste bem a atenção no que vou te dizer agora. "Claro seu idiota, ele está sedado não tem outra opção".


Pelo que parece estamos sozinhos no quarto, ele está falando sozinho?

Detetive, eu gostei de você querido. Apesar de não fazer muito o meu estilo, você é um bom rapaz. Tenho certeza que iremos nos divertir muito. Voltando o assunto, as fotos que o senhor vê a sua frente, são partes de um imenso quebra cabeças que eu fiz especialmente para você. Acho que começamos com o pé esquerdo, sabe? Não precisava daquela bagunça toda na delegacia... escute Delegado... Marcus? Esse é o seu nome não é? 20 policiais que estavam de plantão na delegacia, morreram por culpa sua. É uma pena, eram bons soldados. Inclusive fiz questão de procurar o histórico de cada um pra você. - Matte se senta na cama e começa a falar nome por nome.

Soldado Rafael de Almeida Lopes de 33 anos, pai de 3 filhos que recentemente comprou uma casa com suas economias para receber a quarta filha. Vendeu seu honda civic 2011, pegou um empréstimo e financiou em 10 anos uma casa linda de 2 andares. Não tinha vícios e trabalhava como eletricista nas folgas.

Cabo Isaias Gonçalves de Souza de 25 anos, uma excelente policial... currículo impecável. Solteiro, pastor em uma igreja protestante....

Aquelas palavras foram entrando na minha cabeça, sem opções eu continuava olhando para aquele teto, foi quando percebi que no canto esquerdo... lá tinha as fotos dos polícias mortos, cada um dos 20 uma pequena identificação. E as horas foram se passando, nome por nome, soldado por soldado, agora todos mortos. Pessoas que via diariamente mortas por esse psicopata desgraçado.

... esse era empresário, sócio proprietário em uma pequena mercearia no bairro. Um bom homem.


Matte começa a rir e se deita em cima do meu peito e começa a alisar meu pescoço sussurrando - Foi você que me obrigou a fazer isso, você Marcus... ah Marcus seu espertinho. Me fez matar toda aquela gente sem ao menos me divertir um pouco, quanta maldade comigo. - Ele se levanta e sai do meu campo de visão, escuto os passos se distanciando com o barulho da porta se abrindo lentamente e se fechando logo depois

Foram longas horas sem conseguir mexer ao menos o pescoço, olhando para aquelas fotos e no meio o meu rosto, sem conseguir chorar, gritar... Nada, eu estava vegetativo, completamente inútil as únicas coisas que funcionavam eram meus sentidos. 

Contra o Diaboजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें