Ela veio!

1.6K 77 25
                                    

Gabriela POV

Enviada a mensagem, surtei. Que diabos eu cantaria na festa do surfista de Criciúma? Elis? Caetano? Gil? Doralyce? Charlie Brown? Vitor Kley? Será que sei cantar Vitor Kley?

Passado o surto, decidi me alinhar com Alan para ver coisas sobre a banda e as músicas que ele gostaria de ouvir. - Canta o que tu quiser Gab! Só canta! Se quiser cantar a música da gaiola, pintinho amarelinho, só canta! Eu quero te ouvir cantar, irmãzinha. - disse Alan, em um áudio do WhatsApp. Abri um sorriso, surpresa com a resposta do menino. Quantas saudades eu tinha dele.

Embarquei pra Criciúma 3 dias antes da festa. Estava em férias, liberei a agenda e só voltaria à São Paulo em 10 dias. Meu corpo merecia o descanso.

Alan me buscou no aeroporto em um Fiat chronos que cheirava a novo - Que saudades, leãozinho! - disse a ele, enquanto emaranhava as mãos em seus cabelos, no meio do abraço.

Seguimos para a pousada de um amigo de Alan, que estava totalmente reservada apenas para o aniversário dele.

Aconchegante, pé na areia, com quartos lado a lado em volta de uma piscina horizontalmente extensa.

Alan me deixou em meu quarto e disse que me aguardava para tomarmos um chopp e conversamos. Não dava, quando tinha que ser grude ele era. E eu amava.

Prendi o black, coloquei um vestido longo branco e segui até o bar da pousada.

Entre conversas sobre nós e nossa vida pós bbb, entramos no mérito de falar sobre a festa. Contei a ele as musicas que pensava em tocar. Disse até que aprendi Vitor Kley, mas que não deixaria de lhe presentear com seus raps, na medida do meu possível. Afinal, sabia o quanto ele amava.

- Mas e aí, quem vem? - perguntei, enquanto acendia um paieiro.

- Olha, Dan, Elana, Rô, Bella, Diego, Rizia, Hari e Tetê confirmaram. Convidei Hana, mas talvez ela não venha. Sei la, melhor assim, eu acho... - falou, deixando revelar um semblante confuso.

- E Carol? - indaguei, fingindo não estar interessada apenas nessa convidada.

- Carol vem! Esqueci dela... a gente se fala bastante. Desde que acabei com Hana, retomamos o contato. O reality nos fez muito parceiros... - disse ele, entusiasmado.

Pude perceber que seu semblante mudou radicalmente do assunto Hana para Carol. Confesso ter sentido uma pontada de ciúmes, mas nada demais. Não tinha interesse nisso. Gafish estava superado.

Então ele continuou: - Gabi... eu e Carol. Você acha que...?

- Acho que o que? - rebati.

- Acha que rola? Tipo, você lembra... desde a reta final do programa tinha o interesse mútuo. Mas ai acabou, engatei romance com Hana... - completou, parecendo não raciocinar direito.

- Ah, não sei se posso opinar. Você sabe que Hana é minha amiga, ainda gosta de você. Isso te falo desde o programa... sei lá Lan. Conversa com o Rô igual aquela vez. - respondi, rindo, fazendo menção a uma festa do programa.

Rindo, Alan deu um golão em sua cerveja e decidido, disse: - Vou tentar. Não tenho mais nada a perder.

...

Finalmente a sexta feira havia chego.
Rízia, Rô e Dan chegaram juntos, logo cedo. Elana, Bella, Tetê e Diego durante a tarde. Hari chegaria no início da noite. Carolina não tinha dado sinal de vida, Hana muito menos.

A festa estava marcada para começar às 22h, na área externa da pousada, de frente pro mar. Um dos quiosques serviria de palco e tudo estava perfeitamente pronto.

Esbarrei com Hari saindo do quarto, que era logo ao lado do meu. Gritávamos, entusiasmadas, enquanto fazíamos as danças doidas da goiana. Ela me abraçou forte, logo perguntando pela Cheiro. - Cadê ela, hein?

- Puts Hari, tem mais de 1 mês que terminamos. Não deu certo mais, tava sem cabeça pra isso... pra ela. Tá melhor assim. - respondi, dando um sorriso.

- Então hoje a gente vai curtir demais porque também to solteira rapaz. Véi do céu, a gente não nasceu pra relacionamento não... duas torta. - disse ela, caindo em gargalhada.

...

Começaria a tocar às 23h15, durante o intervalo do DJ. Estava nervosa e aflita. Meus amigos de confinamento nunca tinham me ouvido cantar assim, tão elaborado, com banda e tudo. Além de que estava há alguns meses sem praticar. Estava desmotivada pra música. Desde que sai do confinamento só me dediquei a modelar e fazer uns bicos de designer. Vez e outra uma presença VIP, mas nada de música.

Vestia uma calça pantalona preta alta e um top faixa branco. Hari quem tinha me ajudado na escolha da roupa e Rízia me maquiado. O black estava solto, volumoso, do jeito que gostava.

Me posicionei atrás dos tambores de percussão e, junto da banda, comecei a batucar, introduzindo a música que iniciaria o pequeno show:

"É, só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você..."

Pude ver todos os convidados se aproximando. Meu coração batia à 200 por minuto. Fazia tempo que não me sentia tão feliz.

Ignorei as pessoas à frente e olhei ao redor... meu olhar cruzou a pousada e parou na porta de entrada. Um vestido azul solto, cabelos iluminados e ondulados, maquiagem leve e cheia de brilho. Um sorriso. Ah, o sorriso sempre largo, no qual fui viciada por meses e até então, descobri estar em abstinência. Não consegui não sorrir de volta.

Ela veio. Peixinho apareceu.

E quem vinha descendo logo atrás dela?

Hana.

Só tinha de ser com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora