Último dia

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Gabriela POV

Acordei sentindo que Carolina me encarava e ali estava ela. Deitada, ao meu lado, com roupas de academia, duas tranças no cabelo, o corpo suado, as pernas explicitamente torneadas, sorrindo. Aparentemente era quase a hora do almoço e o dia de Carolina já tinha começado há tempos.

- Bom dia, meu bem! - falou, sorrindo enquanto fazia carinho em meu braço - Você tá melhor? Tá se sentindo bem? - completou.

- Tô nova em folha... você acordou faz tempo?

- Um pouco, levantei, ajeitei as coisas e fui correr, mas voltei a tempo de te ver acordar - Carol disse enquanto sorria com os olhos.

- O que você quer fazer hoje? - perguntei.

- O que acha de almoçarmos em um restaurante e depois irmos na Ponta do Humaitá? - sugeriu.

- Pra mim tá ótimo, só me deixe levantar e tomar banho - disse a ela, enquanto me levantava, deixando um beijo em sua cabeça me direcionando para o banheiro.

- Pois vá! - falou rindo, dando um tapinha em minha bunda. - Vá logo, vou escolher uma roupa pra você, já que a maioria das suas são de frio.

Era meu último dia inteiro em Salvador e eu estava decidida a aproveitá-lo com Carol o máximo possível. Amanhã voltaria para São Paulo e só Deus sabe quando voltaria a vê-la.

Saí do banho e Carol entrou às pressas. Peixinho estava com mais pressa que eu. - Veja, deixei um look na cama pra você... Prova e vê se gosta! - exclamou, entrando dentro do box.

Voltei ao banheiro, ainda de toalha para que me explicasse como vestia o body que tinha escolhido. Tinha tranças pelo redor dos braços e costas e pra mim, era como um labirinto. Fingia fechar os olhos enquanto ela tentava explicar.

- Abre os olhos Gabriela, senão você não vai entender - falou, brava.

- Não consigo me concentrar assim, tenha dó!

Carolina riu e me chamou para mais perto para explicar melhor. - Olha, você passa primeiro um braço aqui... depois o outro aqui... - quando me percebeu encarando-a não dando a mínima pro que estava falando, perguntou - Que cara é essa? Tá entendendo como coloca?

- Você é um pedacinho de mal caminho, Carolina Peixinho.

- Sou é? - falou, me puxando pela toalha cada vez mais pra perto. - E o que te faz pensar isso? - completou, dando um passo pra trás, enquanto escancarava o box.

As palavras de Carolina soaram como autorização e pedido para que eu entrasse, e não hesitei.

Deixei que as toalhas caíssem ao chão e entrei dentro do box junto dela, que automaticamente jogou os braços pelos meus ombros e dando um beijo molhado em minha boca.

- Você não cansa, né? - falei, rindo, correspondendo o beijo.

- Já faz um tempo... Ontem você desmaiou. Não tenho culpa, sabe - Carol disse com cara de safada me dando total liberdade para ter seu corpo.

Era a segunda vez que Carolina e eu compartilhávamos intimidades. Havíamos transado apenas uma única vez e eu necessitava tê-la novamente. Aparentemente, ela também.

A empurrei pro canto da parede, sem deixar de beijá-la. A água caia sobre nós e corria sobre nossos corpos. Alisei o Corpo de Carolina dos pés a cabeça. Me deixava louca como seus músculos eram extremamente rígidos, fazendo com que todos os centímetros de seu corpo fossem definidos. Mais definidos do que quando estávamos na casa do BBB.

O banheiro cheirava sabão e lascívia. Carolina era insaciável. A peguei pela cintura, fazendo com que ela cruzasse suas pernas em meu corpo. Saí do banheiro carregando-a, molhada e a joguei na cama. Apesar o clímax do banheiro ter elevado meu tesão, eu não poderia desperdiçar a oportunidade de fazer e fazer bem feito.

Comecei por sua boca e pescoço, descendo a mão direita pelo lado do corpo de Carol, chegando até o meio de suas pernas, acariciando sua intimidade.

...

Nossos planos de almoçar fora caíram por terra e já era tarde quando decidimos que era hora de levantar, de novo.

Carol passou uma rápida água no corpo, novamente e me apressou para que pudéssemos comer e ver o sol se por a tempo. Vesti a roupa e fomos.

Carolina POV

Gabriela comia tanta porcaria diariamente que decidi por leva-la a um dos meus restaurantes de comida saudável favoritos. Ela olhava o cardápio de baixo pra cima e torcia o nariz sem saber o que pedir. Com toda certeza se houvesse algo frito, seria sua escolha. Decidi por opinar em seu pedido e sugerir que pedisse o salmão assado com crosta de gergelim e guacamole e, apesar da estranheza ela concordou.

O garçom havia acabado de deixar nossas bebidas quando ela propôs brindarmos.

- A esse reencontro - falou, levantando seu copo.

- Que se perpetue - disse, batendo meu copo em seu, recebendo um sorriso meigo de Gabi.

- Tô gostando tanto daqui, não queria ir embora não - falou, triste.

- Então fique.

- Não dá, minha assessora me mata. Já liberei uns dias na agenda para estar em Criciúma, emendei com Salvador e agora preciso mesmo voltar a cumprir meus compromissos - Gabi fez um bico ao finalizar.

- Quando você menos esperar eu apareço por lá, fique esperta neguinha - falei rindo, tentando cortar a tristeza do momento.

Não queria pensar em Gabriela longe, perto de Cheiro. Não sabia o que tínhamos, mas era evidente que tínhamos algo indefinido. O que me incomodava.

...

Deixamos o restaurante e seguimos a Ponta do Humaitá. Era quase pôr do sol quando encontramos um lugar reservado para sentarmos e apreciarmos a vista para a Baía de Todos os Santos. Gabriela admirava maravilhada o sol alaranjado refletindo no mar.

Ela cantarolava "a cor dessa cidade sou eu, o canto dessa cidade é meu" quando tirei duas fitas de Nosso Senhor do Bonfim do bolso e chamei sua atenção.

- Gab, um presente bem baiano pra você. - mostrei a ela que sorria dando seu braço.

- Amarra pra mim! Que lindo - falou. - Tem duas! - completou.

- Uma pra você e uma pra mim, mas vá, faz um pedido - falei, enquanto amarrava a fita em seu braço.

Gabi fechou os olhos e sorriu. Abriu os olhos e viu que eu a admirava. - Agora deixa eu amarrar a sua.

Estendi o braço e fechei os olhos.

- O que você pediu? - perguntei.

- Ih bahêa, dizem que se contar não realiza - respondeu, passando um braço sobre meu ombro para me abraçar de lado.

- No Bonfim não tem isso não, véi. Pode falar. Mentaliza e joga pro universo que realiza. Mas por Deus, me conta. O que você pediu? - perguntei, me virando para ver seu rosto.

- Você.

Só tinha de ser com vocêDonde viven las historias. Descúbrelo ahora