| 14 - União |

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K A T H E R I N E

Chegando perto da casa de Madeleine, Mark para o carro aos poucos. Eu desço e suspiro andando até lá e bato na porta enquanto fitava o olho mágico. Nada, o som da música antiga de Beethoven tocava na vitrola meio travada, mas que droga?

- MAD! - grito e bato mais forte na porta, a mesma se abre sozinha. O cheiro de sangue era forte, eu tapo meu nariz e decidi entrar. Ao chegar na cozinha vejo mais sangue, meu coração apertou. Subo as escadas correndo o mais rápido que conseguia, e abro a porta do quarto e vejo a cena de seus pais mortos. Eu levo a mão a boca e sinto as lágrimas, havia uma outra porta aberta aonde ouvia repetidas vezes um barulho de tiro. Eu sai dali, tremendo e abro a porta vendo a seguinte cena. Jason levando um tiro de seu próprio pai, sai da casa o mais rápido e vômito enquanto tossia

- O que aconteceu? Cadê a Mad? - disse Mark, eu ergo meu rosto ofegante

- Estão mortos! Os pais dela estão mortos, com mordidas. Eu disse que aquele Tom não era boa coisa - suspiro ficando de pé e estalo as costas - Eu quero matar o desgraçado! E se ele matou ela?

- Vamos então! - disse Mark, estalando o dedo. Eu entro com ele no carro, e o mesmo sai dirigindo rapidamente.

T O M

Suspiro cansado, e me deito ao lado de Madeleine na cama daquele velho motel. A mesma ainda tinha os olhos trêmulos, eu abraço sua cintura acariciando as costas da mesma devagar

- Eu ainda não acredito que meu pai, matou meu irmão - ela disse. Eu acaricio agora seu rosto e a fito

- Humanos são ruins, mas não sabia que podiam chegar a matar sangue do próprio sangue.

- Meu pai nunca foi um pai - contou ela, me observando. Suas mãos acariciava meu braço o qual usava a mão para tocar seu rosto devagar. Eu ainda hipnotizado pelos seus olhos dei um sorriso de lado - ele sempre tratou Jason mal, mas eu nunca soube o porquê - disse ela e agora ela olha para o teto ainda sentindo meus carinhos - e nem mesmo eu que deveria ser sua princesa, me tratou bem. Mas, eu não sabia que ele chegaria a esse ponto - ela fechou os olhos. Eu me sentei e a puxo mais em meu colo, enquanto acariciava seus cabelos devagar beijando sua testa devagar. Sua respiração se acalmou, e senti ela começar a entrar no sono. Eu a coloco deitada e a cubro, sai da cama e coloco meu casaco. Tranco a porta levando a chave, enquanto me aproximava da porta de saída as luzes se apagaram e uma energia pesada se estabeleceu. Foi quando eu fui arremessado contra a parede e eu ofego sentindo a mão em meu pescoço, olhei a minha frente. Um dos membros da união, tento me soltar mas a quantidade de sangue em meu corpo ainda era pouca

- Temos um acordo a fazer, Hiddleston - ele me abaixou e eu ofego conseguindo respirar. Fito ele e passo a mão na garganta

- Que tipo de acordo seria? - eu digo enquanto cruzava meus braços

- Você vai deixar a cidade e abandonar a humana, e então iremos parar de seguir ela - ele disse, colocando o capuz novamente - caso não faça, continuaremos a caça, já sabemos aonde vocês estão - e ele sumiu. Dentro da mata mais a frente, eu abaixei olhando minhas mãos com algumas lágrimas, respiro fundo enquanto tomava coragem e subo as escadas novamente. Sentia-me completamente incapaz de sentir algo novamente, e eu não sentia. Eu precisava não sentir pra ser frio com ela a ponto de a largar, mas seria pro seu bem. Eu abro a porta, destrancando e entro no quarto a vendo sentada na cama com os cabelos presos. Ela sorriu, ela sorriu. Senti meu mundo cair, eu simplesmente vou fazer minhas malas rapidamente. Enquanto segurava as lágrimas ofegante

-Tom? Aonde vamos? - ela ficou de pé indo até mim e eu fico ereto e a olho

- Eu vou, você não - continuo a arrumar enquanto pegava e abro a porta descendo. Ouço seus passos apressados atrás de mim e eu aperto a mala e sai pra fora do hotel

- Como assim? Tom! - ela para na minha frente ofegante, ela tinha a feição assustada. - Porque você vai?

- Porque eu cansei de ser sua baba ouviu? Você fez a merda, você irritou a  união. Não sabe que era só um passatempo pra mim? Uma perda de tempo? - digo, e vejo em seu rosto as lágrimas. Jurei poder ouvir seu coração se quebrar, se houvesse alguma divindade que me perdoasse por fazê-la chorar. Eu apenas sai andando enquanto ofegava e paro

- Eu te amava.. - ela disse ofegante, com a voz embarganhada pelo choro - Por favor, Eu te amo - ela voltou a andar e eu aperto mais a mala. E solto palavras que jamais diria em toda minha vida, mas era preciso. Por ela.

- E quem disse, que eu te amei? - digo e fito a mata, deixando as lágrimas escorrerem livremente. Ouvi ela parar, seu coração acelerado passou a ter batidas erráticas e eu sai andando.

M A D E L E I N E

E quem disse, que eu te amei? Senti meu coração se quebrar, eu olhei pra baixo ofegante. Fechei meus olhos com mais lágrimas, soluçando. Passei a mão em meu rosto tremendo e subo as escadas rapidamente. Entro no quarto e me deito chorando alto, me sentia impotente, com medo. Eu me sentia um grande nada, nesse imenso universo. Eu ofego, assim que bate meia-noite. Coloco um casaco e meu sapato de volta, sai correndo do hotel 24hrs entrando na mata, eu precisava dele. Ele não podia me deixar, quanto mais eu corria e desviava de galhos e pedaços de madeira no chão, mais meu coração batia. Quando eu tropeço, caindo no chão ofegante com as mãos na grama. Minhas lágrimas me impediam de ver qualquer coisa. Eu me levanto e continuo correndo, mesmo com a mão machucada. A dor em mim era real e enorme, eu tremia quando apareci na rua e um clarão me cega. Fecho meus olhos colocando as mãos machucadas na minha frente.

- MAD!? - gritou Katherine, vejo ela sair do carro antigo e eu corro abraçando ela apertado chorando alto, ofegante - o que houve? Pela amor de Deus, me diga! - ela me abraça

- Ele me deixou - disse chorando - ele me deixou, Kath!? - soluço. Senti seu suspiro calmo me acalentando, enquanto ela me colocava dentro do carro. Dou o endereço, e abraço meu corpo olhando a janela e os trovões que se aproximavam devagar, senti-me impotente, fraca e com medo de novo. Eu estava sozinha, e quebrada.

[CONCLUÍDA] Sombras da Noite - Tom Hiddleston Onde histórias criam vida. Descubra agora