1 - É tudo culpa do carrapato rosa

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- Hm... - Ele mordeu mais um pedaço do bolo de caldeirão e o engoliu antes de prosseguir. - Aí meu pai disse: "eu não preciso de um lembrol. Posso me lembrar muito bem das coisas, obrigado". - Riu assim que terminou de imitar o pai.

- E o que foi que sua mãe respondeu? - O moreno perguntou já risonho pelo o que viria enquanto se deliciava com tortinhas de abóbora.

- Ela virou para ele e disse bem assim: "Ah, você lembra? E não lembrou do nosso aniversário de casamento por quê, já que sua memória é tão boa? Pelo menos a fumaça vermelha vai te lembrar que você é um trasgo mesmo." - Jimin imitou a voz e os gestos da mãe, arrancando boas gargalhadas do Jeon.

- Minha mãe estava insuportável nessas férias. - Jungkook revirou os olhos e fez um careta de desgosto, provocando um riso fácil no Park com direito aos olhos se tornarem dois risquinhos e tudo o mais. - Era "meu garotinho no sétimo ano, estou tão orgulhosa" para cá, "tenho certeza que os N.I.E.M.s do meu bebê serão maravilhosos, esperem para ver" para lá. Achei que iria enlouquecer de tanta vergonha.

Ao dar uma olhada pelo salão principal, Jimin acabou por revirar os olhos, enquanto afastava os fios rosados para longe deles.

- Sabe uma coisa que eu acho incrível? - Foi dizendo e Jungkook resmungou um "o quê?" com a boca cheia. Jimin ia dizer para ele parar de ser nojento e fechar a boca, mas ele mastigava tão bonitinho, parecia um coelhinho todo fofinho, tudo inho. - Todo ano eu sempre venho pra mesa da Grifinória em algum horário e até hoje ninguém se acostumou com isso. Onde está a hospitalidade que tanto se orgulham?

- Pelo menos a minha casa não fica com cara de quem quer azarar qualquer ser que respire. Se lembra do primeiranista do ano passado quando me viu sentar do teu lado na mesa da Sonserina? Estou traumatizado até hoje. - Como um grande amante e aluno da Grifinória, Jungkook defendeu seu lar do sonserino besta e mal humorado que era seu melhor amigo, enquanto o citado se engasgava com um pedaço de bolo por rir enquanto mastigava. - Bem feito, espero que morra.

- Ah, para! Foi engraçado, você saiu correndo com ele atrás, o coitado nem sabia fazer um feitiço ainda. Mas, voltando ao papo dos olhares ignorantes, eu acho um saco ter seus protegidinhos me encarando como se a qualquer momento eu fosse subir na mesa e sair gritando pra todo lado "AVADA KEDAVRA, ESTRUPÍCIO!" - Alguns alunos acabaram se levantando assustados ao ouvir o Park citar a maldição da morte e este, por sua vez, se virou com uma expressão indignada para um risonho moreno enquanto falava um "tá vendo só?".

- Deixa eles, experimenta essa torta de abóbora, não consigo parar de sorrir a cada garfada.

- Oh! - A expressão de pavor no rosto do Park fez Jungkook largar sua tão amada torta para o socorrer. Começou a massagear seu peito e dar batidinhas em suas costas.

- Que diabos...? Jimin, olha pra mim. - A preocupação no olhar de seu amigo estava fazendo Jimin se sentir culpado, mas ele precisava fazer isso. - Ji, me fala o que tá sentindo, eu vou chamar Madame Pomfrey.

- O... Seu sorriso é muito lindo, me tira o ar e acelera os batimentos cardíacos, sinto que morro toda vez que vejo.

- Vai se lascar, sonserino de merda, quando estiver morrendo de verdade vou dar um chute no teu saco pensando que é mais uma dessas suas idiotices. - Bufou enquanto dava um olhar nada amigável e se dirigia para a primeira aula do dia.

O Park esperou até que o moreno estivesse longe o suficiente para não lhe dar um tapa pelo que iria dizer:

- Ei, leãozinho, olha pra mim e faz grrr.

- Inferno, alguém azara ele, por favor?

[...]

Estava bem silencioso ali. Tinha cheiro de poeira, traças, tinta para as penas de escrever e o que mais se ouvia era o som de livros sendo folheados.

Avada Kedavra, EstrupícioWhere stories live. Discover now