capítulo 16

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"- toda merda que eu fiz foi pra ti  trazer pra mais perto mim."

...

Depois que ela abraçou minha irmã, passou por mim sem olhar na minha cara.

Não, espera!

Eu acordei pensando nessa maldita festa! Pra começar eu nem gosto de festa na minha casa! Eu deixei a festa ser na PORRA DA MINHA CASA! Eu chamei até quem eu nem gosto! EU ME ARRUMEI CARALHO! Eu nem arrumo meu cabelo! Arrumei toda essa merda! PRA FILHA DA P* CHEGAR E NEM OLHAR NA MINHA CARA!

Eu tô com um ódio dessa garota que até o tesão acabou, acabou não.

Vi ela vindo, passando por mim novamente.

Se não fosse por mim, essa desgraça nem aqui taria.

Ingrata do caralho!

Pego mais uma bebida na mesa.

Ela parece tímida pra caralho, talvez seja por causa dos olhares das pessoas.

É uma merda tudo isso!

Minha irmã começou a tirar com a minha cara.

- como vai teus esquemas irmãozinho?

Ela ri.

- vai te fude!

Ela gargalhou mais e foi dançar com a mimada.

Ela nem sequer me olha.

Não vou olhar essa desgraçada dançar!

NÃO VOU CARALHO! ELA CHEGOU E NEM OLHOU NA MINHA CARA!

Eita que ela tá dançando bem, lembro da gente juntos, na casa da minha mãe, se eu soubesse que seria a primeira e última, não tinha pegado tão leve, a gente mal ficou, a gente nem se aproveitou direito! Eu jurava que a gente ia se ver de novo.

Paro de olhar, decidi que se ela não quer, tem uma Julinha me esperando.

Converso mais um pouco com Igão.

Vejo Lelê e falo pra ele ir pra casa dormir, em vão, como sempre.

- quero você cedo aqui pirralho!

A música alta atrapalha muito.

Nem sei se ele me ouviu, tá brisadão, o muleque é parça demais, só que tá enfiando a vida pelo ralo.

Minha irmã começa a sussurrar no ouvido da Laureana, olhando pra mim.

Que porra ela tá fazendo?

Laureana pov-

Talvez tenha sido uma péssima idéia ter vindo.

Evito olhar pra ele desde que cheguei, na verdade nem tá sendo difícil.

Mas o pouco que olho, percebo o quanto sua cara está fechada, está bravo ou algo do tipo.

Talvez ele não tenha gostado de me ver aqui.

Talvez ele não gosta de me ver com a irmã dele.

Talvez ele ache que meu jeito de dançar é ridículo.

Eu vejo as pessoas me olhando! Eu sinto o peso delas me julgando!

Me sinto mal por muita coisa.

Quero ir embora.

Bebo alguma coisa que Rafa me dá.

Aos poucos vou me soltando e sentindo a música.

Sem me importar com o meu redor.

Uma policial no morroOnde histórias criam vida. Descubra agora