CAPÍTULO TRINTA

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Louise ajudava-me com o vestido, minha irmã ainda não aceita a minha decisão. Acredita fervorosamente que eu deveria ser a Rainha de Chamber, persiste no mesmo assunto a anos. Quando cheguei no meu vilarejo natal com meu filho nos braços, um macho saudável e belo. Minha família preparou uma cerimônia de comemoração, fizeram vários rituais com oferendas dignas de um macho forte como Dian.
Uma Bruxa, metade vampira gerou um macho saudável, um macho que acabou com qualquer discriminação e preconceito. Dian Brayan é amado pelo nosso povo, é amado na Corte Real, meu filho conquista a todos com seu jeitinho debochado, mas com um coração extremamente bondoso.

— Você está entregando a sua coroa para uma fêmea que ficou 8 anos fora. — Esbravejou Louise.

Eu tenho um arrependimento tremendo, quando Morfeu me tornou Senhora de Chamber, nos casamentos em um templo e também concluímos uma cerimônia heiros-gamos. Ele autorizou a escolha das minhas damas de companhia. Animada com minha vida, resolvi trazer minhas irmãs para Corte Real, convocando Louise, Midna, as gêmeas Sallynne e Rhianny. Minhas irmãs tem ótimos conselhos e são Bruxas fortes.
Não sou uma guerreira, Morfeu tentou me persuadir, ele queria me treinar. Mas sou uma curandeira que transmite a cura e não concede a dor.

— Savannah merece essa coroa.

— Você é mãe do primogênito, tem mais valor.

Será que ela não entende? Essa não é a questão. Eu amo a Savannah, eu amo a Helled são minhas irmãs de coração. Não posso traí-las, nunca vou agir como uma traidora falsa. Eu tenho um lugar na Corte, minha voz é ouvida e obedecida, sou respeitada e temida. Tenho um filho abençoado por Airmid e um companheiro que me ama verdadeiramente.

— Louise, por favor. Eu não quero brigar, tenho que me preparar para o casamento.

— Você é uma tola, Yas. A sua bondade atrapalha o seu sucesso.

— A minha bondade me leva ao sucesso. Eu amo você, é um momento especial. Não acabe com minha alegria.

Minha irmã ficou calada, terminando de prender o meu espartilho. Ela espana as longas saias, alinhando as diversas anáguas do vestido. Arrumando o pannier, que acho um exagero.

— Você está divina, como uma verdadeira Rainha.

Eu amo verde e meu vestido era exatamente da cor que mais gosto. No entanto, com uma tonalidade mais clara e fria. A saia em formato de cone, tinha um delicado babado rendado na barra, um decote generoso e as fitas brancas que circulavam minha cintura.

— Obrigada pela ajuda, irmã.

— Disponha, minha Senhora. — Louise faz uma mesura, virando em direção a porta do quarto.

Aproveito o momento sozinha para terminar de me arrumar e pensar com paz e serenidade.
Eu sou uma ótima esposa, uma escolhida perfeita. E Morfeu, não tenho palavras para dizer o quanto sou grata. Ele me ama todos os dias e demonstra não só com palavras, mas com os gestos de um companheiro apaixonado e leal. Todas as nossas ações são pensadas com cuidado, hoje temos um filho. Um menino que depende totalmente da nossa proteção, não quero ser a Rainha.
Não quero ser alvo de inimigos.
Não quero pensar em lutar ou morrer.
Eu quero ver meu filho crescer, eu quero vê-lo se apaixonar e lutar como um verdadeiro Rei. Eu quero estar presente em todas as etapas da sua vida. Como Rainha, não terei tempo, terei que pensar no meu povo, na minha coroa, no meu Reino.
E sou o tipo de mãe que ignoraria uma coroa, um Reino e um povo, pelo seu próprio filho. Dian é muito importante, é minha vida, meus sonhos e meu mundo. Sem ele eu não existo.

— Nós dois não existimos; — hoje não me surpreendo com chegadas inesperadas do meu escolhido, Morfeu abraça-me pela cintura beijando meu pescoço. — Eu amo você, amo muito.

Morfeu - O Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora