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-Juan-

Uma semana, uma semana que estamos no Brasil e os problemas começaram, talvez ela estivesse certa em não voltarmos para cá. Neste momento estamos discutindo por ciúmes , ela viu a vagabunda da Patricia la na boca, mas eu já expliquei pra ela milhares de vezes que eu nem dei moral pra ela.

-eu não acredito em você, sempre mente e me trai, mas eu não vou aceitar isso de novo.- ela diz enquanto troca a fralda da Cath.

- não estou mentindo para você.

- me deixa quieta Juan e sai daqui.

Chego na boca principal morrendo de raiva, não tô pra papo com ninguém hoje.

- chama o Kadu pra mim. - peço a um vapor parado na porta.

- pode crer. - ele diz e sai.

Pego um cigarro de maconha e acendo, e não demora muito pra eu sentir a brisa.

- fala chefe, me chamou?

- bora lá no asfalto buscar aquele carregamento.

- tem certeza, tu tá visado já - ele diz e eu puxo mais um pouco do meu cigarro.

- vamos de madrugada.

-beleza.

Olho no relógio são 3 da manhã, verifico se a Lívia tá dormindo e está, igual a uma pedra, nunca vi igual.
Desço as escadas e chego no térreo saio pela garagem e vou descendo o morro a pé. Mando uma mensagem pro Kalu e logo vejo ele na esquina.

- bora?

- bora, tudo pronto chefe.

Entramos num gol preto e seguimos morro abaixo e logo estamos fora dele.
Chegamos no local e ficamos parados em frente a casa da guria.
Esperamos até ela sair, olho novamente no relógio e são 6 horas.

Logo vejo uns fios loiros aparecendo no portão grande.

- vamos lá, tá na hora.

Digo e descemos do carro, pelas costas dela ponho uma máscara no rosto e dou uma coronhada na cabeça dela que desmaia na hora.

- pega ela e coloca no porta malas do carro.

Entramos no carro, e seguimos de volta pro morro.

- leva ela pro quartinho e amarra os pés e as mãos - ele acena e faz o que eu mandei.

Chego em casa e subo vou direto pro banheiro, tomo um banho demorado e vou pro quarto da Cath.

Vejo ela dormindo ainda no berço e dou um beijo na sua cabeça.

Desço e vou para a cozinha. Pego café e encho uma xícara.

- onde você tava? - ouço sua voz atrás de mim.

- trabalhando. - digo com indiferença.

-trabalhando? Isso é trabalho pra você?

- você nunca reclamou, ainda mais quando você tava comprando roupas novas, ou quando tava na Colômbia.

- o quê? - ela para na minha frente e eu olho pro seu rosto em seus olhos e vejo que a magoei.

- é isso mesmo, você fica me julgando falando isso e aquilo do que eu faço mas tudo o que você tem aqui eu comprei com o dinheiro das drogas, das armas, dou roubos, das vidas que eu tiro, se você não tá contente por que tá comigo? Eu sou isso Lívia, eu não tenho estudo como você e não tive a oportunidade de ter, eu malmente conclui o ensino médio, mas é isso que eu tenho e é isso que eu sei fazer.

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