× Capítulo 9 :: Daniel ×

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CAPÍTULO NOVO (nunca foi publicado)
Primeira versão: Maio 05, 2019


Na manhã de quinta-feira, quatro dias após o churrasco da academia, eu fui trabalhar na promessa de que essa noite eu passaria com a minha família em comemoração ao aniversário de vó Beatriz. A minha agenda da parte da manhã está lotada, para compensar os furos das manhãs que eu não costumo trabalhar. Quase não consigo ver Bailarina e seu sorriso contagiante e quando menos espero já é hora do almoço e meu celular vibra com as mensagens de Leonardo e Paulo me avisando sobre onde iríamos almoçar hoje.

Eu odiava o lugar que o Paulo havia escolhido, mas um mês atrás eu havia escolhido o restaurante, então eu não podia reclamar. Eu faço meu pedido no balcão e logo vou até a mesa onde Leonardo e Paulo estão numa conversa sobre alguma noitada deles.

- E do nada a louca começou a gritar querendo que eu batesse nela e depois a doida montou em mim e gritou que queria cavalgar até eu relinchar.

- Eu te avisei que ela parecia maluca. – disse Paulo, rindo.

- Maluca? Cara, foi o melhor sexo da minha vida! – Léo falou animado.

Paulo me olhou como se pedisse ajuda, rindo, porém enojado.

- Você é doente, cara. – eu apenas digo, sem mais.

Léo tinha um jeito muito esquisito, mas que todos nós já estávamos acostumados a lidar com ele. Eu sabia que por trás dessa fama, Leonardo apenas escondia a queda enorme que ele tinha por minha melhor amiga Marina. Podia até parecer que eu sou um crápula por transar com a mina que meu amigo gosta, mas Léo sabia que minha transa com a loirinha era apenas por tesão e nada mais, éramos muito amigos e a transa não significava em nada. Léo também sabia do rolo de Mari com o Cadu Silva, e essa sim era a parte que mais o incomodava.

- E aí, Cavalcante? Quem é a garota da vez? Soube da Roberta.

Hum. Sim. Roberta. Paulo estava certo. Ela é a garota da vez. Não que eu gostasse de usar esse termo, mas era basicamente assim. Eu não namoro há quase um ano e até mesmo antes do meu namoro conturbado com Marcela, meus amigos costumavam usar esse termo de garota da vez, porque eu sempre tinha uma para satisfazer meus momentos.

E dessa vez era a Roberta. A irmã mais nova de Bob. Eu queria que não fosse, mas a cretina voltou para o Brasil segunda-feira ainda mais gostosa do que antes de ir embora para o Canadá com seu ex-namorado.

Era segredo para muita gente que Roberta e eu tivemos um caso. Principalmente para Bob. É óbvio que meu melhor amigo surtaria se ele soubesse que eu já transei com a irmã dele. Não que Roberta fosse uma pessoa inocente ou qualquer coisa parecida, mas ainda assim, eu quebrava a regra de melhores amigos.

Tudo bem que Bob transou com Maia na noite do meu aniversário de dezessete anos, mas Maia não era minha irmã – talvez eu a considerasse um pouco, as vezes, porque ela é a filha da irmã de papai.

- Aquela cretina voltou ainda mais gostosa. – Léo pareceu ler meus pensamentos – Eu a encontrei ontem perto da academia. Cretina gostosa.

- Cretina gostosa. – eu falo incomodado – Prometemos nos encontrar amanhã a noite.

- Ah, não quero estar na sua pele quando Bob descobrir. – Paulo lamentou com um sorrisinho sarcástico.

- Eu muito menos. – falei por vez.

Após o assunto Roberta, a conversa mudou para o novo trabalho de Léo como professor de Educação Física. Nós seguimos o almoço como fazíamos pelo menos uma vez por mês desde quando nos separamos com o fim da faculdade.

NocauteWhere stories live. Discover now