Capítulo 3 - O Presídio de Téura - Parte 1

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     — Olha só o que temos aqui — diz Rúbio olhando atentamente para aquela criança.

     — SOLTEM O MEU IRMÃO! — Laus grita, mas continua parado no mesmo lugar. Ele está com medo, pois sabe o quão perigoso é estar naquele lugar cercado por vários daqueles que mataram seus pais.

     — La-us, fu-já. Fuja! — diz Aston com dificuldade.

     — Segurem-no. — Rúbio ordena algumas pessoas para não deixar que Laus fuja. — Levem-os para a prisão.

     — Mas senhor, iremos apenas prendê-los? — questiona uma das pessoas que está segurando Aston.

     — Foi o que eu disse — Rúbio voltou seu olhar, com desprezo, para aquela pessoa. — E faça logo. — Ele se aproximou de Aston, segurou o queixo dele e o forçou seu rosto até que o encarasse. — Um aviso para você: se fizer algo contra qualquer pessoa ou para tentar fugir da prisão, você verá como seu queridinho irmão irá pagar por isso. Então espero que não queira fazer nada imprudente.

     Aston ficou encarando Rúbio por um momento. Rúbio era um homem alto, magro, olhos fundos e negros. Ele já apresentava pelos brancos na barba e na cabeça, mas não parecia ser mais velho que seu pai, que estava com quarenta anos. Rúbio trajava uma vestimenta marrom com um longo sobretudo vermelho claro.

Mesmos contrariados pela ordem de Rúbio, aquelas pessoas pertencentes à ordem N levaram Aston e Laus para fora do palácio e seguiram para a prisão da cidade de Téura.

A multidão olhava assustada das proximidades do palácio, pois não tiveram coragem de continuar onde estavam depois daquele ataque. Eles observavam os dois garotos se debatendo para se soltarem daquelas pessoas.

A prisão de Téura ficava bem no extremo da cidade. A cidade estava praticamente vazia depois de saírem das extremidades do palácio. Enquanto caminhavam, Aston observava todo caminho. Ele nunca havia ido à Téura, apenas ouvia falar muito, pois era a maior cidade da sua região. A cidade era bem diferente de Kálar. Era uma cidade bem grande, as ruas eram todas de pedras, haviam várias barracas de vendedores ambulantes por todo lado. As construções eram altas e bem robustas.

     Após muito tempo de caminhada eles avistaram uma grande muralha com várias pessoas pertencente à ordem N acima dos muros. Cada pessoa segurava um tipo de armamento, desde espadas a arco e flechas. A muralha cercava uma construção bem grande, que tomava conta de mais de três quarteirões comuns.

Ao se aproximarem dos portões, os guardas perguntaram quem eram aquelas crianças, mas resolveram não responder e apenas disseram que eram ordens de Rúbio.

Todos eles passaram pelos portões e caminharam pela passarela que dava acesso à entrada do presídio. De longe eles ouviam gritos dos presos e Laus estava bem assustado com aquilo.

O presídio parecia um castelo bem alto. Por dentro era pouco iluminado e bem rústico. Com um mal acabamento nas paredes e nos tetos, tochas por vários lados e correntes em algumas partes das paredes.

     Eles andaram por dentro da construção até chegarem nos locais onde os presos ficavam. Havia várias salas cujo seu interior era composto por um corredor e de cada lado havia seis celas.

Os presos daquela sala cessaram o barulho ao perceberem que estavam trazendo os presidiários. Eles ficaram observando, curiosos, aquelas duas crianças e questionando quem deviam ser.

Os representantes da Ordem N deixaram Aston e Laus na última cela do lado esquerdo daquela sala. A cela estava vazia. Era mais escura ainda que o restante da construção e havia apenas dois grandes bancos de pedra cobertos por capim seco. Grossos troncos sustentavam aqueles bancos de pedra.

Séron: Olhos VermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora