prologo

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Segurava firmemente o manto sobre a pele, como se aquilo fosse aquecer seu corpo gelado

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Segurava firmemente o manto sobre a pele, como se aquilo fosse aquecer seu corpo gelado. O verde esmeralda do tecido brilhava sobre a neve branca e Alyssa Belle se forçava a continuar andando ao mesmo tempo que se amaldiçoava por ter partido em meio aquela nevasca.

Mas de qualquer jeito, iria morrer, a cabana que antes vivia não lhe servia mais, estava desgastada e mal a protegeria do frio, a comida havia acabado, desde o assassinato de seus pais, as coisas se tornaram cada vez mais difíceis.

A garota odiava lembrar da morte da mãe, odiava pensar que fora tudo consequência da guerra, mais especificamente de sua última batalha antes do tratado de paz ser selado por Odin.

Sobrevivera a guerra inteira para morrer na última batalha.

Suspirava, tentando convencer seu corpo de dar apenas mais alguns passos, pelo menos até achar uma cabana ou algum lugar que pudesse pedir abrigo temporariamente. Por outro lado, parecia impossível achar algum local, parecia impossível avistar qualquer coisa que não fosse neve. Sempre achou que Asgard ficava linda pintada de branco, mas não naquele dia, onde tudo que queria era o sol radiante que costumava fazer boa parte do ano.

Seu corpo, além de prestes a congelar, estava fraco, consequência dos dias que ficou sem alimentar-se. Alyssa Belle pode ouvir um alto som conversa se aproximando. Olhou para trás vendo se aproximar de si uma carruagem puxada por cavalos negros.

Julgou loucos os que tiveram coragem de sair naquela temperatura, mas temeu que fosse bárbaros já que a conversa dava para ouvir de longe, não conseguiria fugir de qualquer maneira, mas pedir ajuda seria uma opção se suas pernas não tivessem vindo a fraquejar naquele mesmo momento e ela caísse em meio a neve.

Como era de se esperar, a carruagem parou, os homens curiosos com a figura de uma garota caída em meio a neve branca, logo tomaram uma atitude de resgatá-la, e de acelerar ainda mais a volta para casa, fazendo que os cavalos negros fossem ainda mais rápido do que antes.

[...]

Quando Alyssa Belle abriu os olhos estava em uma cama tão quente e aconchegante como qual ela nunca esteve antes. Ela queria continuar ali desfrutando daquele prazer momentâneo, mas sentiu medo por estar em um local desconhecido, embora muito luxuoso.

Ela se levantou, seus pés descalços tocaram o mármore frio do chão, fazendo um arrepio percorrer sua espinha e no mesmo momento uma figura feminina de meia idade adentrou os aposentos.

- Diga que ela despertou! - A mulher falou para outra pessoa, cuja qual Alyssa Belle não conseguia enxergar já que estava fora do quarto. A mulher não adentrou o cômodo, na verdade ela se retirou, deixando a jovem dos cabelos castanhos sem entender.

Poucos minutos depois foi a vez de um homem de cabelos brancos e rosto familiar entrar.

- Criança, como está? - Alyssa Belle levou um susto ao ver o homem falar com tom de voz tão alto e claro. Ela abaixou a cabeça sem entender, fazendo uma reverência ao rei.

- Pai de todos. - Falava nervosa, claro que o governante poderia mandar que a matassem por qualquer mínimo erro cometido, isso mesmo que ela nem entendesse a razão de estar no que deduziu ser o palácio e tão menos a razão de Odin estar vendo-a pessoalmente. - Não sei como vim parar aqui, eu peço que me perdoe caso tenha ocorrido algum engano, e se não, por favor, permita que eu expresse minha gratidão de alguma maneira.

- Minha criança, não houve enganos, e também não precisa agradecer. - Sua voz era mansa, a garota finalmente ergueu os olhos para encara-lo. - O seu nome, é Alyssa Belle. Certo?

- Sim. - Exclamou mais assustada do que surpresa, ela não havia dito à ninguém ali. - Como descobriu?

- Seu pai me contou. - Odin respondeu, fazendo por alguma razão a garota ficar assustada. - Não tenha medo, eu terei tempo de te explicar tudo. Eu fui te ver quando nasceu, pois eu sabia que era você. A garota da profecia e agora tudo está acontecendo exatamente como é para acontecer.

- Perdão... Meu pai morreu há anos e... De que profecia está falando?

- Sim, eu sei. Seu pai morreu dias após seu nascimento, isso também segundo a profecia. A profecia que diz que você vai impedir a queda de Asgard.

- Eu? Como posso impedir algo se não tenho onde cair morta? - Falou automaticamente por achar aquilo tudo um grande absurdo contudo, assim que percebeu que talvez estivesse sendo irreverente, corrigiu sua postura de abaixou a cabeça. - Perdão, mas deve ter havido um engano.

- Você é a filha de Frey. - Odin ia continuar seu discurso com maestria mas fora interrompido.

- Esse não era o nome do meu pai. - Ela alertou, mas foi ignorada, o deus seguiu com seu discurso.

- Ele foi banido da dinastia Vanir, por isso mentiu seu nome e conheceu sua mãe. A lenda já dizia que ele morreria quando a criança nascesse, por isso me apressei para te conhecer logo após do nascimento. Ele tinha milhares de anos, embora aparecetassem jovem. O resto das coisas também foram como deveriam ser, tenho certeza de que pode me confirmar que sua mãe foi morta por uma espada e que você foi trazida ao castelo no dia mais frio do ano, que por coincidencia, seria uma dia após seu décimo quarto aniversário.

Ela engoliu seco e sentiu vontade de chorar, estava tudo certo e até onde sabia nunca havia ouvido nada sobre Odin saber ler mentes.

- E o que eu tenho que fazer? - Perguntou já com medo da resposta.

- Por enquanto nada em específico, apenas ficar aqui no palácio e esperar seu destino. Quando a hora chegar você sera rainha de Asgard, isso é o que diz a profecia, assim você impedirá o Ragnarok. - Explicou o grisalho.

- Ragnarok. - Alyssa Belle repetiu. - Eu já ouvi falar disso. É o "destino dos deuses" a batalha final, ou o fim do mundo. Mas como eu poderia impedir isso?

- Talvez não seja impedido, apenas adiado por centenas ou milhares de anos, não há como saber. Mas eu acredito na profecia, sei de cada detalhe dela, todos os sábios de Asgard confirmaram minhas interpretações e o seu destino é a chave. Não tente fugir dele, haverá momentos em que tudo vai parecer fora de controle mas você vai estar exatamente onde deve estar.

- Mas e se eu errar em alguma coisa?

- Vamos torcer para que isso não aconteça. Não tente fugir, e não se preocupe, embora apenas eu saiba os detalhes, todos aqui sabem quem é você, vão te tratar bem. Vou deixar que descanse agora e pedirei para que sirvam algo para comer, deve estar faminta. - Odin disse e ela concordou, logo assistindo ele se retirar.

Ela nem teve a oportunidade de pedir que ele contasse a ela então os detalhes. Mas obviamente ele não contaria.

Assim que ele estava fora do quarto ela correu até a janela de vidro, afastando a cortina e espiando o lado de fora. Ela estava em algum andar bem alto, Asgard ainda era completamente branca por conta da neve e dava para ver dali um terço da imensidão que era aquele palácio.

Ela não tinha como fugir, deveria ter vários guardas a estreita e de qualquer forma ela não tinha um lugar para ir e nem outra pessoa que fosse abriga-lá.

Por ora poderia ficar ali e esperar uma oportunidade de fugir. Ou não, afinal, ser rainha sem muitos esforços não era algo tão cruel assim, embora naquele momento tudo que ela queria fosse por seus pensamentos em ordem.

PROPHECY - Loki Laufeyson ✔Where stories live. Discover now