Capítulo 33

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DIMITRI


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"Você precisa pensar bem, Dima. Eventualmente, Evelyn vai acabar descobrindo o que aconteceu. Segredos não duram por muito tempo", Andrei me diz. Quero contestar e dizer que ele está errado, mas não tenho argumento algum.

"Eu tentei contar", confesso. "Mas sempre que estou próximo de lhe falar tudo o que realmente aconteceu, algo surge para atrapalhar ou eu perco totalmente a coragem", suspiro. "Quero acreditar que contar para ela não mudará nada entre nós, porque eu estou feliz, Andrei. Eu realmente estou. Não pensei que poderia ser feliz de novo, você sabe, depois de Tanya e de tudo o que aconteceu na minha vida. Mas Evelyn me faz feliz. Tem sido uma luta tão grande fazer com que ela me dê uma chance, que tenho medo que todo esse sentimento que sei que ela luta para não sentir, se esvaia completamente quando descobrir o que eu fiz", passo a mão em meus cabelos e tento achar uma solução que não traga um final tão trágico para nós dois.

"Você conheceu o pai dela, moy syn.  Você sabe que Ansel nunca lhe culparia. Eram tempos sombrios. Tanto para sua família, quanto para ele. Você não pode se culpar por todas as coisas ruins que já aconteceram. Se alguém tem culpa no que houve, esse alguém sou eu", sei que suas palavras deveriam me trazer consolo, mas não trazem. Sinto algo se agitar dentro de mim quando penso em Ansel e Daisy. Se as coisas não fossem tão fodidas, talvez eu tivesse a oportunidade de voltar naquela casa como alguém especial para Evelyn. Jantaríamos os quatro juntos e eu teria que aguentar a carranca de desaprovação de Ansel, enquanto Daisy faria de tudo para que eu me sentisse em casa.

Mas eu havia estragado tudo e por isso, não haveria jantares, nem reuniões familiares e talvez nem haja um futuro no qual Evelyn me queira do seu lado.  Se eu tivesse feito tudo diferente...

"Mas se eu tivesse ficado quieto, talvez nada disso tivesse acontecido"

"Você não tem que se culpar por isso, você era apenas uma criança. Você conheceu a tortura e a crueldade dos homens cedo demais, e se eu estivesse lá para te proteger, isso tudo não teria acontecido. Eu falhei com você, meu amigo. E eu sinto muito que agora as coisas estejam complicadas, mas não adianta se lamentar pelo que passou", ele coloca a mão em meu ombro. Respiro fundo e assinto diante de suas palavras. "O que resta é ver uma maneira de passar por isso. Mali ainda está desaparecida, Rurik como o incompetente que é, ainda não descobriu nada. O tal militar também não trouxe muito resultado. Estamos ficando sem opções", ele suspira. "Ontem a noite ouvi Slovanya chorar até pegar no sono", ele confessa e eu fecho os olhos, suspirando. Anya praticamente criou Amaelie. Enquanto Andrei trabalhava para meu pai, depois de tudo o que aconteceu com a minha mãe, Anya resolveu trabalhar como governanta em nossa casa para ajudar a cuidar de Amaelie, que ainda era um bebê, de mim e Nikolai. Eu a ajudava sempre que podia, mesmo que fosse apenas na companhia. Acho que depois de todo o desfecho trágico dessa história, eu não teria me tornado quem eu sou se não fosse por Andrei e Anya. 

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