Alma Espelhada

1K 82 53
                                    



Feridas pungentes 

Que assola

Reclamando de agonia.

Pela realidade

 
Ressoa os passos do menino  na calçada, 

sem cadarços ou sandália.


Andando descalço


Olha admirado para o outdoor de uma vitrine qualquer,

admirado pela luz.


Fazendo careta para sua imagem refletida no espelho


O dono da vidraçaria.


O vê e enxota de sua porta dizendo:

—Sai daqui pivete.


A sociedade olha o espelho


Mas para sua surpresa, não vê os Outdoors. 


O dono da loja vê somente o menino maltrapido e descalço


A sua frente, sua aura refletida no espelho.


A sociedade fecha seus olhos para não ver mais,


Mas ouve o choro refletido em passos fortes de uma corrida.


No mesmo momento o dono da vidraçaria olha o espelho.


No espelho não vê nada,

Só uma alma vendida.

Perdida. 

Poesias e Contos de UbiratãnWhere stories live. Discover now