Fome

469 24 5
                                    

Caveira velha, escaravelhos de ossos apodrecidos encima de um monte de corpos sem vida.

A fome bate o estomago embrulha na calada da noite.

A velha caveira desce para pegar nova vitima um garoto, uma garota talvez de cinco ou seis.

O medo paralisa o pânico trás a agonia, mas a fome ela;

Engole o medo.

Ela engole a agonia.

Ela engole o orgulho.

Apodrece a carne.

A fome engole a alegria.

A fome leva a infância.

A fome engole a vida e deixa sede.

Sede de raiva.

Polida, lapidada, concreta, simples raiva.

A raiva tenta se saciar a sede de sangue.

Com sal, quanto mais ela toma.

Mais sedenta ela fica.

Tornando a criancinha um monstro perante a caveira velha.

Os olhos negros.

Da agonia se entrelaça a verdade.

--Meu Deus a caveira é humana!!

Fim

Poesias e Contos de UbiratãnWhere stories live. Discover now