Voyage à trois • {taeyoonseok}

13 | Aquele em que Yoongi está com pressa

Sob o olhar caloroso e atento de Yoongi, Taehyung se sentou na areia. Não importava quantas vezes o olhasse, nunca se cansava de admirá-lo. Dois dias após ter fritado ao sol, Taehyung tinha a derme mais morena do que de costume, porém com menos vermelhidão e, segundo ele, já não ardia tanto. Sua pele contrastava com os cabelos ruivos que tinham queimado um pouco no sol e agora adquiriam um brilho alaranjado na luz externa.

É claro que no dia anterior, no qual haviam brincado na praia desde os primeiros raios de sol até as estrelas aparecerem — parando apenas para ocasionalmente comer porções de peixe frito ou frutos do mar —, Hoseok e Yoongi lotaram o mais novo de protetor, da cabeça aos pés e dos pés à cabeça, deixando o garoto com aquela tonalidade branco-arroxeada. Ele não reclamava, nunca o faria — adorava ser cuidado pelos seus hyungs, de toda forma. Adorava que prestassem atenção nele. Adorava se sentir querido e seguro, e Yoongi sabia bem disso.

Aquele era o último dia de praia, segundo o cronograma que Yoongi fizera, e também estavam por ali desde cedinho pela manhã. No dia seguinte, pegariam a estrada novamente em direção ao seu próximo destino, Seul. Não que se despedir da praia fosse fácil, entretanto.

Min Yoongi havia experimentado tantos sentimentos novos, bem quando achava que já tinha sentido de tudo ao lado daqueles dois. Mas era algo completamente diferente ali. O fato de estar na beira do mar com seus amores ganhava por si só uma magia única e diferente e mesmo antes de partir, Yoongi já sentia a ansiedade nostálgica de retornar. O mar era, afinal, pura energia, ancestral e anciã, e que pulsava como um coração ou como o próprio Universo. O oceano era o berço de toda a vida e talvez por isso, para Yoongi, a praia fosse um lugar tão extraordinário. A luz do pôr do sol cobria tudo e todos com uma luz rosada e o céu se dividia em tons de rosa, roxo e laranja, além do azul de fundo já se tornando escuro, e a imensidão de água refletia tudo como se o oceano fosse o maior amante da redoma e com ele, quisesse se tornar uma coisa só.

Yoongi se virou e olhou para trás ao ouvir passos na areia por perto para ver Hoseok retornando de sua breve corrida com os chinelos na mão, pisando descalço sobre os grãos que tanto dizia odiar, os cabelos grudando na testa suada. E não importava o quanto o olhasse, nunca se cansava de admirá-lo. Yoongi ergueu a máquina que estava pendurada em seu pescoço, ligando-a em seguida e apontando-a em direção ao seu namorado, que caminhava olhando para o chão. Conseguiu bater algumas poucas fotos antes de Hoseok erguer o olhar e presenteá-lo com seu sorriso mais perfeito, então Yoongi teve de parar de tirar fotos para suspirar. Era uma pena não poder capturar aquela cena, mas de qualquer modo, o mundo jamais estaria pronto para uma foto tão bela.

— Hyungs? — Taehyung os chamou e os dois se viraram na hora. Ele apontava para o chão, onde havia escrito algo na areia.

Yoongi e Hoseok se aproximaram. O mais novo havia escrito apenas os nomes dos três, mas Yoongi não enxergava só isso — ele via muito mais. Via a prova definitiva e irrefutável de que tinham passado por ali. A prova de que eles existiam, que davam certo apesar de todas as adversidades e diferenças. A prova de que sua ideia da viagem tinha sido excelente e colocá-la em prática fora uma das coisas mais corajosas e brilhantes do relacionamento — quem sabe, de sua vida. E de repente, Yoongi se sentiu o maior boiola de todos, como se a viagem gradualmente o tornasse ainda mais sentimental — se é que era possível.

Yoongi ergueu a câmera e Taehyung se afastou para deixá-lo fotografar sua obra. Uma parte da marca deixada pelo pé do mais novo apareceria na foto e o mais velho sorriu. Ele estava tão feliz que sentia que poderia começar a chorar de alegria e amor a qualquer instante.

— Taehyung, saiu a sua pegada na foto.

— Ah!, foi mal, Gi.

— Não, 'tá tudo bem. Ficou perfeito.