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Assim que ele deixou Elena em sua casa, Stefan foi à floresta.Ele tomou a Estrada Old Creek, dirigindo debaixo das nuvens mal-humoradas – através das quais nenhum pedaço do céu podia ser visto,para o lugar onde ele tinha estacionado no primeiro dia de escola.Deixando seu carro, ele tentou retraçar seus passos exatamente até aclareira onde tinha visto o corvo. Seus instintos de caçador o ajudaram,relembrando o formato desse arbusto e daquela raiz nodosa, até que eleficou de pé em um lugar aberto envolvido por antigas árvores de carvalho.Aqui. Debaixo desse cobertor de folhas marrons-sujas, alguns dos ossos decoelho podem até mesmo restar.Tomando um longo fôlego para se aquietar, para reunir seus Poderes, elelançou um pensamento investigador e exigente.E pela primeira vez desde que viera para Fell's Church, ele sentiu avibração de uma resposta. Mas parecia fraco e vacilante, e ele não pôdelocalizá-lo no espaço.Ele suspirou e se virou — e parou bruscamente.Damon estava perante a ele, os braços cruzados sobre o peito, reclinando-se contra a maior árvore de carvalho. Ele parecia como se pudesse terestado lá por horas."Então," disse Stefan decisivamente, "é verdade. Faz muito tempo, irmão.""Não tanto quanto você acha, irmão." Stefan lembrou-se daquela voz,daquela voz aveludada e irônica. "Eu fiquei de olho em você com o passardos anos," Damon disse calmamente. Ele deu um peteleco num pedacinhode casca de árvore da manga de sua jaqueta de couro tão casualmentecomo uma vez arrumara seus punhos bordados com fios de ouro. "Masentão, você não saberia disso, saberia? Ah, não, seus Poderes são tãofracos como sempre.""Tenha cuidado, Damon," Stefan disse suavemente, perigosamente. "Tenhamuito cuidado hoje à noite. Não estou com um humor tolerante.""St. Stefan está irritadinho? Imagina. Você está angustiado, presumo, porcausa da minha pequena excursão no seu território. Eu só fiz isso porquequeria ficar perto de você. Irmãos deveriam ficar por perto.""Você matou hoje à noite. E tentou me fazer pensar que eu tinha feitoisso.""Tem certeza que não fez? Talvez fizemos isso juntos. Cuidado!" ele disse amedida em que Stefan aproximava-se dele. "Meu humor não está o maistolerante hoje à noite, tampouco. Eu só tive um fenecido professorzinho dehistória; você teve uma garota bonita."A fúria dentro de Stefan coalesceu, parecendo se focar em um pontobrilhante em combustão, como um Sol dentro dele."Fique longe da Elena," ele sussurrou com tal ameaça que Damon de fatoreclinou sua cabeça ligeiramente para trás. "Fique longe dela, Damon. Eusei que você esteve espiando-a, observando-a. Mas não mais.Chegue perto dela de novo e irá se arrepender.""Você sempre foi egoísta. Sua única falha. Não está disposto a dividir nada,está?" De repente, os lábios de Damon se curvaram um sorrisoestranhamente bonito. "Mas felizmente a adorável Elena é mais generosa.Ela não te contou sobre nosso romancezinho ilícito? Ora, na primeira vezque nos conhecemos ela quase se jogou em mim imediatamente.""Isso é mentira!""Ah, não, querido irmão. Eu nunca minto sobre nada relevante. Ou querodizer irrelevante? De qualquer jeito, sua linda donzela quase desmaiou nosmeus braços. Eu acho que ela gosta de homens de preto." A medida emque Stefan encarava-o, tentando controlar sua respiração, Damonacrescentou, quase gentilmente, "Você está enganado quanto à ela, sabe.Você acha que ela é amável e dócil, como Katherine. Ela não é. Ela não émesmo o seu tipo, meu santo irmão. Ela tem um espírito e um fogo nelaque você não saberia o que fazer.""E você saberia, creio."Damon descruzou seus braços e lentamente sorriu de novo. "Ah, sim."Stefan queria pular nele, esmagar aquele lindo e arrogante sorriso,arregaçar a garganta de Damon. Ele disse, em uma voz mal controlada,"Você está certo sobre uma coisa. Ela é forte. Forte o bastante paracombatê-lo. E agora que ela sabe o que você realmente é, ela irá. Tudo oque ela sente por você agora é nojo."As sobrancelhas de Damon se levantaram. "Ela sente, agora? Veremos.Talvez ela ache que a escuridão real é mais do seu gosto que umcrepúsculo débil. Eu, pelo menos, posso admitir a verdade sobre a minhanatureza. Mas eu me preocupo com você, irmãozinho. Você está parecendofraco e mal-nutrido. Ela é uma tentação, não é?"Mate-o, algo na mente de Stefan exigiu. Mate-o, quebre seu pescoço,rasgue sua garganta em pedaços sangrentos.Mas ele sabia que Damon tinha se alimentado muito bem hoje à noite. Aaura escura de seu irmão estava inchada, pulsando, quase brilhando coma essência de vida que ele tinha tomado."Sim, eu bebi profundamente," Damon disse prazerosamente, como sesoubesse o que estava na mente de Stefan. Ele suspirou e correu sualíngua por seus lábios em uma recordação satisfeita. "Ele era pequeno,mas havia uma quantidade surpreendente de essência nele. Não era bonitocomo Elena, e ele certamente não cheirava tão bem. Mas é sempreestimulante sentir o sangue novo cantando dentro de você." Damonrespirou expansivamente, afastando-se da árvore e olhando ao redor.Stefan lembrou-se daqueles movimentos graciosos, também, cada gestocontrolado e preciso. Os séculos tinham refinado ainda mais o eqüilíbrionatural de Damon."Me faz sentir vontade de fazer isso," disse Damon, movendo-se para umamuda alguns metros de distância. Era da metade do tamanho dele, equando ele a agarrou seus dedos não se encontaram ao redor do tronco.Mas Stefan viu a respiração rápida e o ondular de músculos debaixa dafina camisa preta de Damon, e então a árvore foi dilacerada do chão, suasraízes balançando. Stefan pôde sentir o cheiro de umidade pungente daterra perturbada."Eu não gostei dela lá de qualquer jeito," disse Damon, e a atirou o maislonge possível que as raízes ainda-presas permitiram. Então ele sorriusedutoramente. "Também me faz sentir vonta de fazer isso."Houve uma tremulação de movimento, e então Damon se fora. Stefanolhou ao redor mas não pôde ver sinal algum dele."Aqui em cima, irmão." A voz veio de cima, e quando Stefan olhou paracima ele viu Damon empoleirado entre os galhos estendidos da árvore decarvalho. Houve um farfalhar de folhas marrons-amareladas, e eledesapareceu de novo."Aqui atrás, irmão." Stefan girou com o tapa em seu ombro, somente paraver nada atrás de si. "Bem aqui, irmão." Ele girou novamente. "Não, tenteaqui." Furioso, Stefan girou para o outro lado, tentando capturar Damon.Mas seus dedos seguraram somente ar.Aqui, Stefan. Dessa vez a voz estava em sua mente, e o Poder dela ochacoalhou até seu núcleo. Tomava uma força enorme projetarpensamentos tão claros. Lentamente, ele se virou mais uma vez, para verDamon de volta em sua posição original, inclinando-se contra a grandeárvore de carvalho.Mas desse vez o humor naqueles olhos negros tinham se dissipado. Eleseram pretos eDe que outra prova precisa, Stefan? Eu sou mais forte do que você comovocê é mais forte do que esses humanos patéticos. Eu sou mais rápido quevocê, também, e eu tenho outros Poderes que você dificilmente ouvir falar.Os Poderes Antigos, Stefan. E eu não tenho medo de usá-los. Se você lutarcontra mim, eu os usarei contra você."É por isso que você veio aqui? Para me torturar?"Eu fui misericordioso com você, irmão. Muitas vezes eu poderia tê-lomatado, mas eu sempre poupei a sua vida. Mas dessa vez é diferente.Damon afastou-se da árvore novamente e falou em voz alta."Eu estou avisando-o, Stefan, não confronte comigo. Não importa porqueeu vim aqui. O que eu quero agora é a Elena. E se você tentar me impedirde tê-la, eu te matarei.""Você pode tentar," disse Stefan. O ponto quente de fúria dentro delequeimava mais brilhante do que nunca, derramando seu fulgor como umagaláxia inteira de estrelas. Ele sabia, de algum jeito, que isso ameaçava aescuridão de Damon."Você acha que eu não posso fazer isso? Você nunca aprende, não é,irmãozinho?" Stefan teve tempo o suficiente de notar a esgotada sacudidade cabeça de Damon quando houve outro borrão de movimento e elesentiu mãos fortes o segurarem. Ele estava lutando instantaneamente,violentamente, tentando com toda sua força tirá-las de cima. Mas elaseram como mãos de aço.Ele atacou selvagemente, tentando acertar a área vulnerável debaixo damandíbula de Damon. Não fez bem algum; seus braços foram presos atrásde si, seu corpo imobilizado. Ele estava desamparo como um pássarodebaixo das garras de um gato mesquinho e experiente.Ele ficou frouxo por um instante, fazendo de si mesmo um peso-morto, eentão repentinamente agitou-se com todos os seus músculos, tentando selibertar, tentando surpreender. As mãos cruéis simplesmente o apertarammais, fazendo seus esforços inúteis. Patéticos.Você sempre foi teimoso. Talvez isso o convença. Stefan olhou no rostopálido de seu irmão, pálido como as janelas foscas da pensão, e naquelesolhos pretos sem fundo. Então ele sentiu dedos agarrarem seu cabelo,puxarem sua cabeça para trás, exposto sua garganta.Seus esforços redobraram, tornaram-se frenéticos. Não se incomode, veioda voz em sua cabeça, e então ele sentiu a afiada dor rasgante de dentes.Ele sentiu a humilhação e o desamparo da vítima de um caçador, docaçado, da presa. E então a dor do sangue sendo sugado contra suavontade.Ele se recusou a ceder, e a dor ficou pior, uma sensação de como sua almaestivesse soltando como a muda. Isso o apunhalava como lanças de fogo,concentrando suas perfurações em sua carne onde os dentes de Damontinham se afundado. Agonia queimou sua mandíbula e bochechas e emseu peito e ombros. Ele sentiu uma onda de vertigem e percebeu queestava perdendo a consciência.Então, abruptamente, as mãos soltaram-no e ele caiu no chão, numacama de folhas de carvalho úmidas e mofadas. Arfando por ar, eledolorosamente ficou de quatro."Veja, irmãozinho, eu sou mais forte que você. Forte o bastante para tomá-lo, tomar o seu sangue e a sua vida se assim o desejar. Deixe Elena paramim, ou eu irei."Stefan olhou para cima. Damon estava de pé com a cabeça jogado paratrás, as pernas ligeiramente afastadas, como um conquistador colocandoseu pé no pescoço do conquistado. Aqueles olhos preto-noite estavamquentes com triunfo, e o sangue de Stefan estava em seus lábios.Ódio encheu Stefan, tanto ódio como nunca conhecera antes. Era como setodo o seu ódio anterior por Damon tivess sido uma gota d'água desseoceano crescente e espumante. Muitas vezes nos últimos séculos ele tinhase arrependido do que tinha feito ao irmão, quando ele desejara com todasua alma mudar isso. Agora ele somente queria fazer isso de novo."Elena não é sua," ele persistiu, ficando de pé, tentando não mostrar oquanto de esforço isso lhe custava. "E ela nunca será." Concentrando-seem cada passo, colocando um pé na frente do outro, ele começou a seafastar. Seu corpo inteiro doía, e a vergonha que ele sentia era ainda maiorqaue a dor física. Havia pedaços de folhas úmidas e migalhas de terraaderindo em suas roupas, mas ele não os removeu. Ele lutou paracontinuar se movendo, para resistir contra a fraqueza que escapava deseus membros.Você nunca aprende, irmão.Stefan não olhou para trás ou tentou responder. Ele cerrou seus dentes emanteve suas pernas se movendo. Outro passo. E outro passo. E outropasso.Se ele pudesse apenas sentar-se por um momento, descansar.Outro passo, e outro passo. O carro não poderia estar longe agora. Folhasestalavam debaixo de seus pés, e então ele ouviu folhas estalarem atrás desi.Ele tentou se virar rapidamente, mas seus reflexos tinham quase seesgotado. E então o movimento afiado foi demais para ele.Escuridão o encheu, encheu seu corpo e sua mente, e ele estava caindo.Ele caiu para sempre no preto da noite absoluta. E então,misericordiamente, ele não soube de mais nada.

O Despertar (tvd)-1Where stories live. Discover now