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Sinopse:
Blanca e sua mãe vivem na extrema pobreza, ela pensa que entrar para uma organização criminosa é a maneira mais rápida de conseguir dinheiro. Mas, ao ficar cara a cara com o chefe dess...
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Olho para o relógio e percebo que o garoto está quinze minutos atrasado. Droga, vou ter que subir até lá para pegar essa merda de pacote. Desço do carro e começo a andar, embrenhando-me pelas ruas pequenas, quando avisto o menino correndo.
Paro de andar e o observo, ele parece estar fugindo de alguma coisa, olho para os lados apreensivo, imaginando que a polícia possa estar de tocaia. Mas não há nenhum movimento suspeito, além do garoto que corre desenfreado, sacudindo o pacote para cima e para baixo.
— Merda! Ele quer espalhar o conteúdo pela rua toda, é isso que quer? — murmuro, andando mais rápido para interceptá-lo.
Quando me aproximo, seguro-o pelo braço e o menino ofega cansado, ele busca ar como se seus pulmões estivessem a ponto de extinguir.
— Tio... seu... pacote... — diz, sem fôlego.
— Por que correu tanto? Achei que estava fugindo — digo, tirando a sacola de sua mão.
— Eu tava. O Fumaça tá bem louco e eu saí de lá correndo, ele pegou a tia do meu tênis. — O garoto começa a falar, disparando uma palavra em cima da outra.
— Ei, ei! Fale devagar, não entendi nada do que disse. — Coloco uma mão em seu ombro esperando que ele se acalme e recupere o ar.
— O Fumaça tá louco, ele pegou a tia que me deu esse tênis e ele vai atirar nela lá em cima. Eu já vi ele fazer isso várias vezes. Eu disse que ela era minha amiga, mas ele não quer saber, ele vai matar ela.
O menino baixa a cabeça e faz um bico com os lábios quase chorando.
— Acho até que ele já matou — finaliza.
— Você está falando da Blanca? A professora que vimos na praça? É dela que está falando? — pergunto, e ele acena dizendo que sim.
— MERDA! — esbravejo, deixando o garoto para trás e correndo de volta para o meu carro.
Abro a porta me jogando para dentro, lanço o pacote que preciso entregar para Nolasco no banco traseiro e ligo o carro, dou a volta na rua e saio cantando pneu, invadindo o espaço deles até onde meu carro pode passar. Abro o porta-luvas e pego a minha TH 9 milímetros nas mãos, enfiando-a sob minha jaqueta.
