Capítulo 20

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-Oi- perco uma batida do meu coração

- Por quê?- Michael me pregunta, como se não soubesse realmente o porquê deu ter tentado me livrar de todo sofrimento dos últimos dias e principalmente das últimas horas.

- O por quê? Você só pode estar brincando!- solto um riso, demonstrando toda a raiva que estou sentindo. Ele parece perceber, pois recua um passo. Mas logo se aproxima novamente.- Não chegue perto de mim, eu devia  te agradecer por ter me salvado.- não sei se eu queria ser salva, depois de alguns segundos começa a falar tudo que estava preso na minha garganta- Eu realmente achei que você me amasse. Fala a verdade, era uma aposta não era?- ele tenta responder, mas o impeço- eu só não entendo por que a Ell entrou nessa brincadeira. Na verdade eu imagino. Ela sempre quis você, então assim você fez. Quanto você vai ganhar com tudo isso? Espero que seja muito porque você me quebrou. Eu pensei que você irei completar o vazio que eu estava sentindo. Sabe o que é engraçado? Como o ódio pode virar em amor tão facilmente, mas como pode ser o contrário. Não estou dizendo que te odeio, na verdade eu te amo. O amor é muito mais difícil de ser esquecido, pelo menos é o que eu percebi.- encaro os seus olhos, eles estão brilhando.

- Eu te amo, eu juro. Eu não dormi com a Angeline. Armaram para nós, por favor me escuta. Eu te amo, eu sempre te amei, desde o 7° ano. Eu preciso de você!- Você não precisa de mim. Eu soube disso no momento que eu vi eles, eu nunca vou ser como ela- Na festa, eu não estava me sentindo bem, estava tonto. Eu entrei em um dos quartos e acabei dormindo foi só isso. Devem ter colocado algo na minha bebida. Eu juro que eu não dormi com a Angel.- eu quero profundamente acreditar nas palavras dele, mas eu não sei como, eu vi. A confiança que eu tinha se dissipou, no momento em que meus olhos se focaram na cama do quarto. Quando eu vi Ell, filmando tudo.- Se realmente tivesse acontecido algo, porque teria alguém filmando? Foi tudo uma armação.

- Eu quero acreditar, mas...

- Quando eu acordei eu fiquei confuso sobre tudo, sobre como eu fui parar lá, mas quando fui olhar meu celular, a única coisa que eu me preocupei foi em você. Por que eu te amo. Você não respondia às minhas mensagens, então eu fui para o lugar que você mais se sente bem. E quando eu vi seu moletom na beirada do lago meu coração acelerou. A ideia de te perder foi a pior coisa que se passou na minha cabeça. Eu não quero te perder. Eu quero que você me pertença e eu quero te pertencer. Você acredita em mim?- o pior é que eu acredito. Eu não sei porque, mas eu sei que Angel e Ell fariam qualquer coisa para tê-lo. Por isso, assinto.- ele se aproxima e tenta me beijar, mas o impeço.

- Eu ainda não deixei de te amar, mas eu preciso de um tempo para pensar. O que vi não é tão fácil assim de tirar da cabeça.- ele assente.

- Obrigado, você me ajudou muito desde o momento que começamos a conversar, na verdade a brigar comigo, o modo que você me tratou na diretoria. O modo como você me ensinava química.

- O horário de visitas está acabando e você ainda tem alguém querendo muito te ver. Não se preocupe, amanhã você será liberada minha querida.- Marta entra no quarto nos avisando.

- Até amanhã Amy, eu te amo. Confia em mim, eu nunca faria isso com você. Eu esperei por você durante anos e agora que você sabe do meus sentimentos, eu irei lutar para sempre estar ao seu lado. Acredita em mim.

- Eu vou tentar, mas por favor que isso não seja uma mentira. Só por favor me de um tempo.

- Não é.- ele sai do quarto. Eu mudei tanto. A algumas semanas atrás eu nunca iria acreditar em suas palavras, me lembro muito bem desse  dia que esbarrei com ele no caminho para escola e ele foi um grosso e eu muito mais. Foi nesse dia que minha vida começou a sofrer mudanças. Ele me mudou, não sei se foi pro bem, mas quando se trata dele eu me sinto mais... vulnerável?

O amor torna as pessoas vulneráveis, mas não acredito nele cegamente, não como antes. Eu ainda o amo, mas será que o amor é suficiente?

Entra a pessoa que eu menos esperaria ver tão cedo. Jack. Ao lembrar dos meus momentos de infância o rosto dela era tão familiar de um menino que chegou a ser meu melhor amigo, mas que se mudou.

- Oi- ele diz envergonhado, pois estou encarando muito o seu rosto.

- Oi, eu não esperava te ver- digo de forma sincera.

- Hum... eu fiquei muito preocupado assim que soube. Eu estou para o que precisar.

- Você sempre esteve. Até se mudar. Por que não disse que era você?

- Então você se lembrou, eu queria te contar, mas ainda não tinha encontrado uma forma para dizer.

- Acho que um Oi, lembra de mim ? J seu amigo de infância. Mentira eu sei que não é tão fácil assim. Eu me afastei muito das pessoas quando você se mudou, a única amiga que tive depois de você foi a Ell. Mas eu também a perdi.- sinto uma lágrima solitária.

- Ei, você não me perdeu. Eu disse que iria voltar, eu sei que demorou alguns anos, mas eu voltei. Eu mudei, você mudou. Mas talvez ainda possamos ser amigos.- assinto.

- Agora quem vai mudar será eu.- acabo falando sem pensar.

- Como assim?

- É que... Meu pai foi transferido para Boston e eu vou ter que ir daqui algumas semanas.

- Esse foi um dos motivos não foi ? - assinto, já sabendo do que ele está referindo. - Conversa com eles talvez, você possa ficar. Você pode ficar na minha casa, nossos pais ainda são amigos, não como antes mais ainda são.- ele segura minha.

- Acho que eu preciso de mudança. Está cidade tem-se tornado sufocante.- ele assente.

- Sei como é, talvez eu possa ir com você.

- Eu adoraria que você viesse.- mostro o meu melhor sorriso e ele contribui. E me abraça, um abraço quente e forte.

Eu só queria te odiar Where stories live. Discover now