C a p í t u l o 2

443 53 7
                                    

Segunda-feira, onze horas da manhã

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Segunda-feira, onze horas da manhã.

Bato o lápis sobre a página do teste psicológico de ansiedade de um adolescente que eu preciso corrigir. O pensamento completamente aéreo.

Sessenta e duas horas que não tenho nem notícias de Dominic. Ou seja, desde que ele saiu do meu apartamento na sexta-feira à noite cuspindo fogo pelas ventas.

E grosserias pela boca.

Pensando bem, eu não havia feito nada demais. Pode ser que eu tenha mexido numa ferida mal cicatrizada, mas a minha intenção era das melhores! Ele quem fora um idiota por me tratar daquela forma. Eu não disse nada para que ele se sentisse ofendido ou decepcionado.

"Você não pode permitir que o lance com a Bethany te afete pelo resto da vida." Essa havia sido a minha frase!

E como amigos realmente próximos há cerca de dois anos, pensei que eu tivesse liberdade de expressar minha opinião. Ainda mais que eu estava incentivando-o a reatar com Camille, sem levar em conta o meu amor platônico.

Talvez este tenha sido um dos gestos mais altruístas que já fiz na vida!

Quanta ironia...

Dominic não tinha o direito de me tratar daquela maneira. Não mesmo!

Ele poderia ter dito algo como:

"Não quero falar sobre isso."

"Você pode respeitar minha decisão, por favor?"

"Iris, você está ultrapassando um limite."

"Podemos mudar de assunto?"

"Eu sei que suas intenções são as melhores, mas eu não gosto de falar sobre isso."

Mas não! Ele foi um grosso! Um verdadeiro ogro! Sem necessidade alguma!

— Imbecil. — murmuro entre dentes.

Uma batida suave na porta me faz sobressaltar e virar a cabeça para olhar.

Quase como se tivesse sido conjurado, está Dominic apoiado no batente. Ele cruza os braços e o terno repuxa, acentuando seus músculos e me fazendo perder a sanidade por meio segundo.

O cara tinha que ser tão gostoso desse jeito?

Ele me olha com um meio sorriso no rosto, de um jeito que demostra que ele está bastante envergonhado.

— Acho que mereço esse e mais uma dezena de outros xingamentos.

— Eu não estava falando de você. — digo ríspida, apenas para não dar o braço a torcer e assumir que eu estava pensando nele. 

Volto minha atenção para os papéis espalhados sobre a minha mesa, ignorando por completo sua presença. Tenho certeza de que ele está aqui para se desculpar, mas mesmo que eu não seja de guardar rancor, ele merece sofrer um pouquinho. Pelo menos um pouco. Portanto, não pretendo facilitar as coisas para ele.

Entre a Amizade e o Amor [HIATUS]Where stories live. Discover now