03 - Capítulo três

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Chanyeol se sentia cansado, mas estranhamente feliz e satisfeito. Estava envolvido por um cheiro doce e forte. Quando abriu os olhos viu os fios brancos em que seu nariz estava enterrado. Olhou para baixo e viu que estava nu, e não só ele, mas o outro também. Suas lembranças foram voltando aos poucos enquanto um sorriso lânguido se abria em seu rosto. Teve seu primeiro cio e ainda passou com Baekhyun. Ele olhou ao redor no quarto, as cortinas estavam rasgadas, o dossel da cama quebrado e a mesa de canto estava no chão.

Se lembrou de como o garoto havia sido despudorado, toda a vergonha havia ido embora quando o lobo tomou conta. A voz do Byun enquanto gemia, os beijos, o cheiro da lubrificação, o gosto do sangue dele... Chanyeol se assustou com o rumo dos seus pensamentos, o sorriso morrendo no rosto quando uma lembrança específica veio a sua mente. Baekhyun lhe abraçava com força enquanto seus dentes se afundavam do pescoço do ômega.

Ele virou o corpo do ômega suavemente, que pareceu resmungar, mas continuou dormindo. Perdeu alguns segundos olhando para o rostinho sonolento e quando desceu os olhos para o pescoço, além dos chupões, a mordida estava lá.

Pulou da cama, quase indo ao chão. Aquilo não podia estar acontecendo, ele não tinha sido estúpido a esse ponto. Esqueceu seus anos naquela escola cara, os quatro idiomas que sabia e todo o seu vocabulário se restringiu a uma palavra: merda. Começou a falar merda em todos os idiomas que conhecia a palavra e começou a andar de um lado para o outro.

Baekhyun tinha suas formas preferidas de ser acordado:

1 - Com o cheiro das panquecas de Suho;

2 - Com Yixing cantando;

3 - Com o carinho de Jongdae ao acordá-lo para brincar;

Acordar com Chanyeol falando merda, com aquela dor forte no corpo e na cabeça, e com o estômago doendo de fome nunca entraria para a lista. Uma pergunta mais que importante passou por sua cabeça: Por que Chanyeol estava pelado? E por que ele estava todo marcado? Depois de sentar e olhar para o próprio corpo ele repetiu as mesmas perguntas para si mesmo. A última coisa da qual se lembrava era de ter trazido o café para ele, depois tudo era a escuridão.

— Channy-ah, o que aconteceu? — Chanyeol finalmente se virou para o ômega. Seu lobo ficou inquieto e estranhamente feliz ao vê-lo. Ele estava tão lindo, o cabelo branco bagunçado, os olhos azuis confusos, os lençóis emaranhados em seus quadris. Seu lobo ficou coberto de orgulho ao mirar a marca, ela havia ficado no lugar em que foi colocada, no entanto Chanyeol ficava ainda mais aterrorizado.

[...]

Byun Yixing parecia qualquer coisa menos o ômega gentil que conversava com as flores. Ele estava desolado e de péssimo humor, nem mesmo o próprio marido havia conseguido acalmá-lo. A própria rainha estava pensando em amarrá-lo quando Chanyeol e Baekhyun saíssem daquele quarto, ela já conseguia imaginar o próprio filhote apanhando do ômega.

A batida familiar soou na porta, a mulher — que não teve um único momento de paz naquela semana — abriu um tanto aflita. Apesar da altura, o rapaz do outro lado da porta parecia o filhotinho que havia amamentando. Seu cabelo não passava de um ninho de passarinhos, a blusa mastigada e o olhos de cachorro pidão.

— Mãe, temos um problema e dos grandes! Eu marquei o Baekhyun.

A mãe o pegou pela orelha quando ele terminou de falar e o puxou para dentro do quarto.

— Como assim? PARK CHANYEOL, O QUE VOCÊ FEZ? — A mulher não poupou as orelhas do garoto. O rei, que estava sentado em uma poltrona, levantou em um pulo indo até a fonte do barulho.

— O que está acontecendo? Solte a orelha dele, coitado.

— Soltar a orelha dele? — Ela parecia transtornada. — Quando você souber o que esse inconsequente fez, você vai pegar a outra orelha. — O corpo de Jongin se retesou. Ele passou a semana toda no cio, trancado no quarto com Baekhyun, o que de tão ruim ele poderia ter feito?

Torre de PapelWhere stories live. Discover now