A Escolhida de Eros [MITOLOGIA GREGA]

Capítulo 9 - Escamas

Voltei para a dimensão dos gêmeos, dessa vez eles estavam mais distantes de mim, não estavam em cima de mim, e enquanto um fazia sexo comigo, o outro fazia Voyeurismo (assistia da cadeira o ato sexual), porém ambos agiam como se nada estivesse acontecendo, não estavam com aquela expressão neutra ou com os olhos sem brilho, pelo contrário, seu olhar era erótico,  suas feições eram sedutoras demais, eles eram os psicopatas mais sexy e atraentes que eu já vi. Mas eu não conseguia ter uma reação, eu sentia repúdio, era impossível sentir ódio deles com eles sendo tão carinhosos comigo, me penetrando como se eu fosse um Anjo, sorriam como se estivessem felizes em me ver, eu não entendia o motivo deles não serem violentos quando estavam fazendo sexo comigo, o motivo de quererem me dar prazer já que Perseus quase arrancou minha cabeça a uns dias atrás... o clima era esquisito para mim, confuso, tenso, mas eu não disse uma palavra, eu não sentia ódio em momentos como estes mas os repudiava. Estava apenas esperando o momento deles se enjoarem de mim e tudo isso acabar, se eu não fosse morta antes. A cada semana , o tempo em que eu passava na dimensão deles, iam diminuindo bastante, neste dia eu fiquei por 5 ou 10 minutos mas não teve beijos, nem carícias e nem declarações.

Na tarde do dia, quando voltei para meu quarto depois de um passeio no Shopping, a atmosfera do quarto era outra, parecia que eu tinha entrado numa dimensão celestial de um templo, ou talvez aquela fosse uma simples demonstração da atmosfera do Olimpo. Eu me senti muito bem, era como se eu estivesse sendo abraçada pela paz, eu fiquei muito feliz, na janela do quarto eu sentia uma presença, mas essa presença era pura energia, ela me enviava ondas de energia muito boas e gostosas, era totalmente diferente da que eu sentia no ano anterior, essa energia, essa atmosfera de paz não me dava medo, era uma delícia, eu só sabia que aquela presença certamente era a manifestação de algum Deus ou Deusa. Saí do meu quarto e fui para outros cômodos da casa, logo quando pisei fora do quarto senti uma atmosfera totalmente vazia, como se não tivesse nada, era um clima diferente, então entrei novamente no meu quarto e aquela energia estava radiante, para onde eu ia na casa, a presença ia junto, as vezes quando eu pedia, ela ia junto comigo passear fora de casa. Fui na faculdade fazer minha rematrícula para o ano seguinte e a presença Divina estava lá o tempo todo que eu fiquei negociando, isso era muito bom, eu já tinha ouvido pessoas me falarem que sentiam a presença dos Deuses mas eu não compreendia isso, metade de mim não acreditava porque eu nunca sentia nada, mas agora eu sei que é real. 

Faltava 4 dias para o Natal, aproveitei que minha família saíram para fazer as compras de Natal e Ano Novo,  e fui embrulhar os presentes que eu ia dar eles nas festividades, um relógio para minha mamãe, uma carteira para meu pai e um perfume para meu irmão. Entrei no meu quarto para pegar as fitas coloridas para dar os laços nos sacos de presente e Linus estava materializado bem na minha frente, quase esbarrei nele se eu não tivesse notado um par de sapatos Armani bem brancos na minha frente. Senti o pavor subindo dos meus pés até o meu último fio de cabelo, era um medo que eu nunca senti antes, engraçado que quando estou na dimensão deles não sinto esse pavor tão grande. Ele não sorria, eu sabia o que isso significava, seus olhos estavam negros e não cor de mel, dei um passo para trás e ele pegou minha mão com uma força absurda, tentei soltar mas comecei a sentir energia saindo de mim, era como se minhas forças estivessem sendo retiradas de mim, eu não sabia como isso era possível mas estava acontecendo, eu me sentia mais fraca a cada segundo, cai no chão mole e me sentindo muito cansada como se estivesse sem comer, sem dormir depois de ter corrido a São Silvestre sem preparo físico nenhum. Pensei que eu morreria ali, daquele jeito, eu sentia vida sendo tirada de mim, olhei para o chão por um momento, não tinha forças para tentar lutar, então de repente não senti mais a mão dele agarrando a minha, olhei para cima bem devagar e ele tinha sumido. Foi rápido, foram só dois minutos talvez, mas foi o suficiente para me deixar sem forças para conseguir ficar de pé e andar, naquele momento eu percebi que a presença Divina não estava no meu quarto, eu estava sozinha.