Despedida de solteira

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[...] As duas comemoraram e bateram palmas. [...]


Natasha entrou no quarto e as cortinas que davam acesso à varanda balançaram com o vento frio da noite obrigando-a olhar. John estava com as mãos no parapeito e olhava distraidamente a cidade abaixo. Ela se aproximou dele sem fazer barulho e passou as mãos no peito dele sobre a camisa. De um beijo abaixo do seu ombro:
- Você está tão pensativo
Ele esboçou um sorriso:
- Estou pensando que hoje é a última noite que dormirei com você antes do nosso casamento, já que suas amigas vão me expulsar daqui amanhã
- Há! Há! Há! Nós vamos sobreviver. Pelo menos espero que eu sobreviva.
- Como assim? – Tocou as mãos dela.
- Minhas avós virão para minha despedida e sua avó também, tem noção do que vai ser esse encontro amanhã?
- Parando para pensar, que bom que não vou está aqui amanhã.
- Palhaço – Mordeu a costa dele.
- Há! Há! Há! Todas vão paparicar você o dia todo
Natasha moveu suas mãos sobre ele ate agarrar seus ombros:
- Tudo o que eu quero é que o casamento chegue logo, quero ir para nossa casa nova, sair para nossa lua de mel.
John pegou as mãos dela e a trouxe para frente do seu corpo, a costa dela batendo em seu peito ele a envolveu em seus braços:
- Depois de amanhã há essa hora estaremos bem longe de tudo e todos, seremos só eu e você.
- Hmm! Mal posso esperar – Recostou sua cabeça no ombro dele.
- Que tal um mês de lua de mel?
- Um mês?
- Sim, o que acha?
- Eu esperava duas semanas, mas acho que um mês é suficiente.
- Sim, quero mostrar muitas coisas a você.
- Então já tem tudo programado
- É claro, quem acha que sou?
- Um homem manipulador que acha que tem tudo sob controle.
- Exato
Ela balançou a cabeça e riu:
- Eu devia ficar furiosa com isso, mas só consigo rir e amar você
John escondeu o rosto na curva do pescoço dela distribuindo beijos que faziam cócegas nela:
- Senhora Harris nossa lua de mel será inesquecível
- Promessas, promessas...
- Que as cumprirei a risca – Mordiscou a ponta da orelha dela.
- Tenho certeza que sim
John beijou o rosto dela, suas mãos se desprenderam das dela ficaram sobre sua barriga como se quisesse proteger algo:
- Ainda estou pensando se quero esperar mais um pouco para ver você grávida ou se faço isso na nossa lua de mel.
- Há! Há! John – Pousou suas mãos sobre as dele – Eu acho melhor esperarmos um pouco, vai acontecer quando chegar a hora.
- Então por que estou com vontade de ir contra o tempo e engravidar você agora?
- Porque você sempre foi impaciente – Ela virou de frente e lançou seus braços ao redor do pescoço dele – Amor o melhor é não fazer planos, ficamos com uma expectativa muito grande, e eu não quero me decepcionar por esperar demais e não ter resultado.
- Eu entendo. Tudo bem, vamos esperar então
- Isso – Natasha ficou na ponta dos pés para alcançar os lábios de John.

Ao meio dia todas vieram para o apartamento do casal terminar a festa que começaram há alguns dias. Antes das meninas chegarem Mary expulsou John de casa afirmando que só veria sua noiva no próximo dia, e claro ele ficou de cara emburrada. Elas estavam reunidas na sala e haviam fantasiado Natasha com uma roupa de noiva muito provocante e bateram milhares de fotos para revelar e colocar no álbum mais tarde:
- Muito bem Natasha abra esse – Kate entregou a amiga uma caixa redonda vermelha com o desenho de uma máscara estampada na tampa.
- Oh! Esse é meu – Vovó Olivia levantou a mão toda animada.
Natasha disfarçou bem, mas ficou bastante preocupada com o conteúdo da caixa, de Olivia podia se esperar qualquer coisa:
- Muito bem, vamos ver – Ela tirou a tampa e a primeira coisa que viu foram algemas, ou melhor, abraçadeiras felpudas pretas – Oh! Err... Algemas, nossa... Obrigada...
Elas gritaram de animação e com os pensamentos cheios de malícia:
- Não me agradeça, também faço pelo meu neto, John adora esses joguinhos eróticos de dominador e submissa, e quero que atinjam o maior grau de intimidade possível na lua de mel.
- Algemas... Sim, isso é muito bom, me faz lembrar dos bons tempos com Noah, ele era soldado e dispunha de diversos brinquedos...
- Mamãe – Susan a repreendeu, suas irmãs Carmem e Melissa taparam os ouvidos.
- Seu marido era do exército? – Olivia perguntou super curiosa – Oh Deus, eu teria amado que Bruce fosse do exército ou policial, pediria para me algemar e apontar sua arma para mim, que sonho.
- Eu sei como é que é isso – Eva suspirou saudosa.
Todas não aguentaram e começaram a rir:
- Ainda tem mais querida – Olivia apontou para a caixa enquanto bebericava seu chá.
- O-oh! Certo – Afastou as algemas e viu um pacotinho que continha quatro bolinhas, duas azuis e duas vermelhas. Franziu a testa sem entender o que significava.
- Há! Há! Isso é incrível Nat – Michelle falou apontando para o pacote.
- Há! Há! Há! Há! Há! Eu adoro isso, arrasou no presente Senhora Harris – Melissa respondeu toda animada.
- Mas o que é?
- São bolinhas de temperatura – Olivia respondeu.
- Temperatura? Como assim?
- É simples meu bem, John vai introduzir uma dessas bolinhas em você na frente ou atrás e quando penetrar em você ele vai tocar na bolinha estourando-a, causando uma sensação de quente ou frio.
Natasha de boca aberta totalmente paralisada e da cor de um tomate:
- As azuis são frias, e as vermelhas quentes – Mich respondeu. – Vai por mim Nat, não julga antes de testar, é maravilhoso.
- A-ah b-bom...
- Amiga se você não quiser, por favor, me dá, agora fiquei louca para experimentar – Naya falou cruzando as mãos em uma prece.
Natasha olhou para o pacotinho e não pôde se enganar ao dizer que não ficou curiosa, sentir essa mudança de temperatura dentro dela devia ser algo totalmente incrível. Ok! Essa seria uma das coisas que levaria na mala.
Ela abriu muitos outros presentes, alguns eram bem bizarros, "brinquedos" que Natasha não fazia ideia de como usava, mas com certeza não usaria e guardaria escondido no fundo da gaveta, outros eram bem interessantes e já estavam cotadas para levar na viagem, como óleos com cheiro afrodisíaco, e claro é para se usar quando estiverem transando, outro presente bastante útil foi os três pares de calcinha que ganhou de sua tia Melissa, eram rendadas com uma fenda no fundo, ela disse que na correria seriam bastante práticas, e se fossem para um lugar paradisíaco Natasha usaria bastante vestido e as calcinhas, e com o grande apetite sexual de John, com certeza elas serão muito uteis e pouparão suas calcinhas comuns de serem rasgadas. Naya a presenteou com uma fantasia de executiva sexy, disse que combinava com John – O que era verdade. Adorou as lingeries e os acessórios, ia usar todas, ela sabia o quanto John adorava quando o surpreendia vestida assim, principalmente depois de ter usado todos os dias uma diferente da coleção de Jeremy que usou para as fotos da revista. Em resumo, tirando os presentes estranhos, ela adorou sua festa, todas riram e se divertiram bastante.
Quando Natasha foi ate a cozinha pegar uma jarra de suco para sua avó Willow, Mary a chamou:
- Nat, pode vir aqui, por favor.
- Claro – Se afastou da geladeira e foi ate a senhora – Sim?
- Eu queria entregar seu presente de casamento – Mary estendeu uma caixinha branca que dava na palma da sua mão.
- Não precisava senhora Harris
- Precisava sim, pegue
Natasha sorriu para a senhora antes de pegar o presente e desfazer o laço com cuidado retirando a parte de cima. Ela ficou de boca aberta quando viu. Era um pequeno prendedor prateado, uma flor bem acima feita de pedrarias azuis:
- Toda noiva precisa de algo velho e azul antes de ir para o altar. Esse prendedor está na minha família há gerações, minha mãe me deu ele quando me casei com Mark, e agora eu dou ele a você.
- A senhora tem certeza? É uma joia muito especial
- Eu não daria ele a ninguém além de você. Logo será esposa do meu filho, se tornará minha filha também, e não há outra mulher no mundo mais merecedora dessa joia de família e do amor de John do que você. Aceite querida, um dia passará para sua filha ou filho.
- Obrigada senhora Harris – Natasha começou a lagrimar – Eu amei, é o melhor presente de todos, muito obrigada – A abraçou apertado.
- Não me agradeça querida, eu é que deveria agradecer você por fazer meu filho tão feliz – Acariciou os cabelos dela – John me disse que a cor preferida dele é azul, o que é ótimo já que o prendedor é cravejado com safiras.
- Há! Há! Há! Azul se tornou a cor favorita dele por causa de mim.
- Eu sei por que – Tocou o queixo dela olhando-a nos olhos – Bom eu não vou mais tomar seu tempo, preciso interromper Savannah e sua avó Eva se não logo a conversa descerá de nível.
- Há! Há! Há! Eu nunca ouvi minha avó falar tantas besteiras como hoje.
- Aah! Esse é o efeito Savannah, nem uma freira ficaria de boca fechada perto dela.
- Há! Há! Há! Aposto que não – Riu vendo sua sogra se afastar.
Quando a noite chegou muitas foram para suas casas, somente suas amigas ficaram:
- Eu tive uma ideia para encerrar a noite – Michelle falou alto ficando de pé.
- Qual? – Kate perguntou.
- Nós devíamos ir para um bar e beber um pouco
- Ah não, nada disso, nós já bebemos aqui – Natasha se contrapôs.
- Qual é Nat, isso faz horas, eu consigo andar em linha de tão sóbria que já estou, e além do mais todas as noivas fazem isso.
- Eu prometi ao John que ficaríamos aqui
- Escuta você vai está com a gente, e eu prometo não sair do seu lado
- Se você está preocupada com isso podemos ir para o bar do Cesar, pelo menos lá sabemos que nada de ruim pode nos acontecer. – Naya falou adorando a ideia.
- É isso aí. Vai Nat, por favor.
Ela ficou entre a cruz e a espada, havia prometido a John que não sairia do apartamento e não sabia como ele reagiria se soubesse que havia quebrado sua promessa. Ela olhou para Kate esperando uma ajuda:
- Nat você sabe muito bem que não sou de beber, mas por uma amiga eu abro exceção, principalmente se no outro dia for o casamento dela, então sinto muito, mas eu voto em ir.
- Haaaaaa viu só, depois dessa você não pode recusar – Michelle deu um pulo apontando para Kate.
- Ah! Tudo bem, vamos lá. Mas deixa eu pelo menos trocar de roupa, com certeza não quero que ninguém me veja de noiva arrebatadora.
- Você está super gostosa, John ficaria maluco se a visse desse jeito – Naya falou rindo enquanto a amiga subia as escadas em direção ao quarto.
Quando fechou a porta pensou no que Naya disse, então com um ímpeto safado resolveu tirar uma foto e mandar para John. Enviou com a seguinte mensagem "o que acha dessa versão da sua noiva?". Não pôde deixar de rir ao apertar enviar e imaginar a reação dele ao ver a foto. Ela abriu os botões do seu vestido, ele tinha um decote bem revelador, seus seios estavam tão apertados que só faltavam saltar para fora da roupa. Quando se livrou do vestido seu celular tocou, ela mais do que as pressas foi atende-lo:
- Oi – Falou com a voz manhosa quando viu o nome de John na tela.
- Eu não acredito que está vestida assim em casa e eu não estou aí para ajudar a tira-lo.
- Há! Há! Você gostou?
- Gostaria mais de tirar ele. Você está uma delícia vestida assim.
- Há! Há! As meninas me obrigaram a vestir, tive que usar durante toda a festa.
- Que ódio. Coisas boas sempre acontecem quando estou longe.
- Não se preocupe, eu usarei ele quando estivermos a sós
- Hmm! Isso soa bem para mim – De repente vários gritos animados encheram ao telefone.
- Onde você está?
- Em um cassino, os meninos junto do meu avô me arrastaram para cá. Mas eu preferia mil vezes está com você para tirar esse vestidinho e beijar cada centímetro do seu corpo.
- Hmm! Amanhã amor, amanhã serei toda sua sem regras nem restrições.
- Eu queria que o dia acabasse logo, mal vejo a hora de ter você em meus braços a milhas de distancia de todos.
- Eu também mal vejo a hora
- Natasha, por que está demorando tanto? – Michelle gritou lá debaixo.
Nat afastou o telefone do ouvido e gritou de volta:
- Já estou indo – Colocou o celular perto de novo – Amor?
- Oi
- Eu não quero que se zangue, mas eu prefiro dizer do que esconder isso de você
- O que foi?
- Nós vamos sair agora
- O que? Como assim sair? Nat você disse que não iam sair daí.
- Eu sei, sei que prometi que ficaríamos aqui, mas... Elas me imploraram para que eu aceitasse.
- Eu não gosto disso, para onde vão?
- Para o bar do Cesar
- Um bar? Sério? – Ele perguntou já aborrecido.
- Amor lá é o lugar mais seguro que encontraríamos agora, e não há mais perigo nos rondando
- De qualquer forma eu prefiro não vacilar uma segunda vez
- Eu entendo. Ouça Phil está aqui, ele pode nos levar e nos trazer, assim fica de olho o tempo todo, e também tem o Cesar, sei que jamais deixaria algo acontecer com alguma de nós.
John ficou calado por um instante, provavelmente estava pensando na ideia, não gostava de outro homem vigiando sua esposa, principalmente se esse cara já fora uma vez apaixonado por ela, com Phillip ele não via problema nenhum, mas com Cesar e todos os outros que já se renderam aos feitiços de Natasha, ele gostava menos ainda. Mas ele tinha de dar um pouco de espaço para ela respirar, menos não gostando da ideia de ela ter de sair para isso:
- Hunf! Tudo bem, se o Phil for eu não irei meu opor.
- Obrigada amor, eu vou ficar o tempo todo com o celular, qualquer coisa basta me ligar.
- Não desgrude dele
- Pode deixar. Aproveite sua noite amor, eu te amo.
- Eu te amo também, qualquer coisa me ligue
- Ok. Beijos – Desligou e soltou um longo suspiro aliviado
Após vestir um vestido curto mais confortável ela desceu para se encontrar com suas amigas.
Antes de entrar no bar Naya colocou um pequeno véu na cabeça de Natasha:
- Agora sim parece uma noiva
- Há! Há! Naya.
- Vamos – A puxou para dentro do bar. Mal entraram e começaram a fazer bagunça seguindo direto para uma mesa.
- Muito bem, o que vamos pedir? – Michelle perguntou entusiasmada.
- Eu vou querer uma vodca com limão – Naya respondeu erguendo os braços.
- Eu fico com uma cerveja – Kate falou dando de ombros – Não sou fã de bebidas.
- Eu quero um coquetel, e você Nat?
- Eu não vou beber
- O que? Fala sério, é claro que vai, foi por isso que viemos. – Michelle disse a contragosto.
- Caso você não se lembre eu vou me casar amanhã e com certeza não quero chegar com cara de ressaca no altar e muito menos ver minhas madrinhas mal aguentarem o barulho dos sapatos batendo do chão por causa da dor de cabeça. Por favor, vamos maneirar.
- A Nat tem razão, não podemos encher a cara – Kate concluiu.
- Ai ta, ta, como vocês são chatas, nós beberemos pouco, mas você vai tomar pelo menos uma rodada – A loira implorou juntando as mãos.
- Só uma
Elas comemoraram:
- Eu vou lá pedir – Natasha se levantou indo em direção ao balcão.
Cesar assim que a viu foi atende-la:
- Vejo que veio comemorar o grande dia amanhã – Apontou com o queixo para as meninas que não paravam de rir.
- Pois é, elas me arrastaram, mesmo depois de termos passado o dia todo na minha despedida de solteira.
- É normal, elas querem curtir com você essa nova fase.
- É eu sei – Ela apoiou os cotovelos sobre o balcão cruzando os braços.
- Você fica bem de véu
- Ideia da sua prima me fazer usar isso
- Não me surpreende, Naya sempre adorou esse tipo de comemoração
- Espero que um dia seja a vez dela a usar isso
- É. Se o Ethan tiver coragem para pedi-la em casamento
- Vai ter, você sabe como Ethan é um pouco lento para entender sentimentos profundos, mas ele ama a Naya, com certeza cortaria a própria cabeça antes de vê-la nos braços de outro.
- Eu não posso discordar a respeito disso – Ele recostou o quadril no balcão – Mas e você? Como está se sentindo?
- Eu estou bem, mas nervosa, nunca pensei que esse dia chegaria
- Eu sim. Sempre soube que você é uma mulher feita para casar, e não poderia achar um pretendente melhor do que John.
- É, eu o amo muito. John é o homem da minha vida.
- Eu fico muito feliz por você Nat – Ele esticou sua mão tocando o braço dela.
Por um momento através desse toque Natasha voltou no tempo, alguns anos atrás, quando entrou no bar pela primeira vez no dia do seu aniversário e viu Cesar, de imediato ficou encantada por ele achando extremamente lindo e sexy, naquele noite não conseguiu tirar um só minuto os olhos de cima dele. Quando se conheceram ela ficou super nervosa, mas não queria sair de perto dele, sempre arrumava um pretexto para ir ao bar apenas para vê-lo, e quando o viu fazer todas aquelas bebidas ela encontrou ali um meio de ficar mais perto dele. Só que com o passar dos meses ela percebeu que não poderiam ficar juntos, pois achava que Cesar a rejeitaria por ser mais nova e ate ingênua comparada a todas as garotas com quem ficava, então o tempo foi passando e o único relacionamento que tiveram foi de amizade que dura ate hoje. Natasha piscou voltando de suas lembranças e disse sem olha-lo nos olhos:
- Nós poderíamos ter dado certo
Cesar demorou uns segundos para entender sobre o que ela estava falando, mas assim que suas ideias clarearam ele balançou a cabeça abaixando-a:
- Por um curto período
- Mas felizes
- Sim – Ergueu o rosto encontrando os olhos dela – Confesso que me arrependo de não ter arriscado, eu gostava muito de você e achei que faria um escândalo se eu tentasse algo, ou pior, acabaria com nossa amizade, por isso achei melhor me calar e manter você por perto. Era um consolo para mim.
- Eu também pensei assim. Bobagem a nossa, hein.
- Sim, não existe idade para o coração
- Verdade
- Mas de toda forma você teria conhecido seu noivo e nós estaríamos exatamente aqui, não importa o caminho que teríamos tomado, o destino nos traria para este momento de um jeito ou de outro.
- Talvez tenha razão, mas pelo menos nos tornamos bons amigos, certo?!
- Com certeza – Mostrou seu sorriso arrasa quarteirão. Cesar segurou a mão dela envolvendo nas suas e deu um beijo – Você é uma pessoa incrível Nat, e eu me orgulho muito de ser seu amigo, e desejo toda a felicidade do mundo para você e John.
- Obrigada Cesar, você vale ouro. Apesar de preferirmos ter ficado calados sobre nossos sentimentos, tenho certeza que teríamos sido um ótimo casal.
- Sim, nos daríamos muito bem, mas a vida nos impõe vários obstáculos.
- É eu sei – Natasha suspirou e olhou para o lado, avistou a garota loira que enquanto ajeitava os copos na bandeja não parava de olhar para os dois – Pelo visto você está tão bem quanto eu – Apontou com o queixo.
Cesar seguiu seu olhar e viu a garota. Ele sorriu balançando a cabeça e coçou a nuca:
- É, eu e a Tris nos damos bem
- Estou vendo. Então é namoro sério?
- Sim. No começo eu tive medo por ela ser mais nova, só que eu lembrei que por causa dessa minha maneira de pensar eu perdi a oportunidade de ficar com uma garota incrível – Olhou de canto para Natasha que riu baixo – Então eu me arrisquei, e agora estamos juntos.
- Isso é fantástico. Estou muito feliz por você Cesar
- Obrigado. Tris é maravilhosa, eu dei muita sorte por ela gostar de mim.
- Ela não para de olhar para cá
- É que eu contei a ela sobre o que sentia por você
Natasha arregalou os olhos:
- Não se preocupe, ela não ficou com ciúmes nem nada
- Hmm! Que bom
As risadas das meninas chamaram a atenção do dois fazendo-os rir também:
- Bom é melhor eu levar logo as bebidas delas antes que ataquem a mesa de alguém
- Ah por favor, tome conta delas, eu quero que minhas madrinhas sejam verticalmente capazes de aguentar toda a cerimônia amanhã.
- Há! Há! Há! Pode deixar
- Eu vejo você lá?
- Não perderia por nada – Sorriu com sinceridade. Ele se afastou pegando um pequeno copo e encheu com tequila – Aqui, para dar sorte. Dizem que toda noiva deve tomar uma dose de tequila para acalmar os nervos antes do casamento.
- Acho que vou levar um pouco disso para tomar amanhã
- É por conta da casa
- Obrigada – Virou o copo de uma só vez e teve de fechar os olhos quando a bebida desceu rasgando em sua garganta, causando algumas lágrimas em seus olhos. Cesar se afastou dela rindo. – Nossa, essa queimou.
- Nat? – Uma voz masculina a tirou de seu momento de arrependimento.
Ela virou o rosto para ver quem era e quase se engasgou quando o viu. Fazia anos que não o via:
- Alec? É você?
- Sim, sou eu – Ele mostrou um sorriso pondo a mão por trás da nuca – Nossa, você está tão diferente, mais linda do que antes.
- Err... O-obrigada... Você também está muito diferente, nem parece aquele cara de antes, o quarterback sem juízo da escola.
- Há! Há! Pois é, muitas coisas mudaram – Ele se acomodou no banco ao lado dela. Olhou para o véu na cabeça dela – E pelo o que vejo você vai casar.
- Vou, amanhã
- Caramba, isso sim que é surpresa.
Michelle que estava de frente para o resto do bar viu Natasha conversando com um homem, e quando percebeu quem era chamou a atenção de Kate batendo em seu braço:
- Kate olha lá, é o Alec
- O que? – Ela arregalou os olhos e se jogou para o lado para confirmar se era verdade.
- Quem é Alec? – Naya perguntou.
- É o ex-namorado da Nat do colégio
- Sério? Deixa eu ver – Naya também se lançou para o lado e seu queixo caiu quando viu – Qual é, ele é um gato.
- Sempre foi. As meninas morriam de inveja da Natasha porque o Alec estava totalmente apaixonado por ela.
- Droga, eu não acredito que perdi isso.
- O que será que estão conversando? – Kate perguntou sem tirar os olhos dos dois.
- Relembrando o velhos tempos – Mich deu de ombros rindo – Ainda bem que John não está aqui.
Elas se abriram na risada:
- Confesso que não estou surpreso por saber que você vai casar, sempre soube que um dia ou outro isso ia acontecer.
- Eu tinha minhas dúvidas, mas parece que estava errada.
- É – Ele tamborilou seus dedos sobre o balcão e disse – Eu vi suas fotos de lingerie na revista Premium.
- Você viu? – Ela corou igual a um tomate. E quando ele mencionou sobre a revista sua mente viajou direto ate John, agradeceu por ele não estar por perto, pois se visse Alec com certeza seria difícil segura-lo para não cometer nenhuma besteira. Ela já havia dito uma vez que Alec fora seu primeiro namorado, e o primeiro homem da sua vida, quem tirou sua virgindade, e na época John não aceitou muito bem a noticia. Alec havia sido importante para sua mudança interna, ele a ajudou a superar um trauma, e ela sempre seria grata por isso, mas depois do término nunca pensou que se encontrariam de novo, já que ele não queria que isso tivesse acontecido. Ela não podia negar, ele estava um gato com aqueles cabelos cor de mel, olhos gateados, musculoso, dentes perfeitos e uma boca deliciosamente carnuda, ele sempre fora lindo e agora parecia um pecado em forma de gente. Nat balançou a cabeça abandonando aqueles pensamentos, seu John era bem melhor.
- Estava muito bonita, não sabia que estava seguindo carreira de modelo, afinal você nunca gostou de se mostrar.
- E não estou, aquilo foi por uma causa beneficente. Eu precisava arrecadar dinheiro para ajudar a Casa das Marias.
- Você ainda as ajuda?
- Sim, desde quando comecei, não consigo me desvincular. – Sorriu girando o dedo sobre a borda do copo – Jeremy me queria como sua modelo, então eu aproveitei a oportunidade para conseguir essa arrecadação, apesar de John ter sido contra desde o inicio.
- John?
- Sim, meu noivo e dono da revista
- Uau! Então ele é seu noivo. Se deu bem.
- Eu não ligo para isso, me apaixonei pelo homem e não por seus bens.
- Eu conheço você, sei que não é interesseira, nunca foi.
De repente as meninas a chamaram pedindo que voltasse para a mesa:
- Bom parece que estou atrapalhando sua comemoração – Alec olhou para trás reconhecendo Kate e Michelle, as duas acenaram para ele, e o mesmo respondeu.
- Na verdade elas querem se embriagar e eu quero está sóbria quando for caminhar ate o altar.
- Há! Há! Há! Mas não pode deixar de aproveitar
- Fizemos isso a tarde toda
- Eu imagino, se Michelle for metade do que era antes sei que a festa com ela nunca terá fim.
- Está pior – Os dois riram.
- Bom eu já vou indo, não quero mais tomar seu tempo. Eu desejo felicidades a você Nat, que seu casamento dure ate o fim. – Ele desceu do banco e abriu os braços em um pedido.
- Obrigada Alec – Ela também desceu do banco e encurtou a distancia entre eles abraçando-o – Foi muito bom ver você.
- Depois de tanto tempo. – Ele se afastou passando as mãos pelos braços dela – Fique bem Natasha, ate outro dia.
- Até. Boa noite – Acenou se distanciando dele e voltando para sua mesa. Com certeza aquele dia, principalmente a noite ficariam registradas como cheia de surpresas.

Continua....

Simply, I love youWhere stories live. Discover now