Outono

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Capítulo II

Kaminari soltou um leve resmungo, começando a acordar. Se espreguiçou ficando levemente confuso ao sentir que estava em uma superfície extremamente aconchegante. Tinha certeza de que o chão da floresta não era nada macio.

Abriu os olhos de supetão e sentou-se o mais rápido possível, arregalando os olhos em seguida. Não estava no campus. Estava num lugar completamente desconhecido por si.

Sentiu um arrepio subir por sua coluna e o medo começar a se alastrar. Olhou ao redor tentando encontrar alguém, mas não tinha ninguém. Levantou-se rapidamente e tentou procurar a saída do local, como também a pessoa que lhe trouxe.

Seguiu rumo para fora do quarto, dando de cara com um pequeno corredor. E algo chamou sua atenção. Um barulho em sua opinião. Vinha de uma sala, franziu o cenho confuso com aquele barulho que por algum motivo era agradável.

Movido pela curiosidade aproximou-se daquela sala. Observou a mesma com um pequeno brilho nos olhos. Tinha várias estantes recheadas de livros, logo em sua frente tinha duas poltronas e uma lareira logo na frente.

Mas o que mais lhe chamou a atenção, foram os cabelos esverdeado da pessoa sentada na poltrona. Tentou se aproximar da pessoa sem ser notado, mas falhou, pois Hades o tinha notado.

— Você dormiu bastante. — Pronunciou assustando o loiro que deu um pulo.

Denki sentiu suas bochechas ficarem quentes. — Desculpa. — Gaguejou levemente.

Midoriya deu um pequeno sorriso antes de se levantar e se virar para o Deus. — Sem problemas.

O loiro começou a movimentar seu corpo para frente e para trás, num claro nervosismo. Não sabia o que dizer, e ao continuar ouvindo aquele barulho que de certa forma não incomodava, resolveu questioná-lo sobre o mesmo.

— O que é esse barulho? — E desviou o olhar ficando envergonhado pelo olhar intenso que Izuku fornecia.

O esverdeado estava de certa forma surpreso. Imaginava que o loiro tivesse algum contato com os humanos já que era um Deus agricultor, mas pelo visto estava enganado.

— É música. — Respondeu calmamente.

Kaminari inclinou sua cabeça para o lado, sua expressão transmitia tamanha confusão que Midoriya não pode deixar de achar fofo. — Música? — Indagou.

Midoriya deu um sorriso torto antes de acenar. — Isso, é algo que alguns humanos cantam para que outros apreciem. — Tentou esclarecer de uma forma mais tranquila.

— Entendi. — Respondeu o loiro desviando o olhar.

— Quer comer uma fruta? — Ofereceu o esverdeado, pegando a tigela que estava do lado da poltrona.

Kaminari olhou brevemente pelas frutas e deu de ombros pegando a romã, deixando Midoriya um pouco surpreso. Se perguntou se o loiro sabia o que a romã significada. Ele deveria saber, não é?

— Obrigado. — Agradeceu.

O Deus do submundo crispou os lábios. — Você sabe quem eu sou? — Questionou curioso, afinal não sabia como andavam as coisas direito no olimpo.

Mesmo não entendo aonde o outro queria chegar, Kaminari respondeu. — Você é o Deus do submundo, Hades. — Midoriya definitivamente estava surpreso, o loiro sabia quem ele era e mesmo assim continuava a conversar consigo.

— Não seria nesse momento em que você me evitaria? — Não se segurou em perguntar. — Afinal, tenho certeza que não ouviu coisas boas sobre mim. — E soltou uma leve risada.

— Bom, não devemos julgar as pessoas pelo o que as outras dizem. — Ditou Kaminari.

Quando Midoriya vislumbrou pela primeira vez o Deus, ficou extasiado por sua beleza, mas ali, naquele momento, não se tinha palavras para dizer o que estava sentindo. Era completamente diferente. Kaminari esbanjava gentileza e isso atiçou o esverdeado.

— Sabia que é um pensamento errado. — Pronunciou Izuku. — Eu realmente não sou uma boa pessoa.

Denki negou com a cabeça. — Você não fez nada comigo, então você é uma boa pessoa.

" — Ele não vê maldade nas coisas? ". — Se perguntou Hades olhando brevemente para a tigela de frutas. " — Ele sabe o que a romã significa? ". — Seu olhar se voltou para o outro e soltou um pequeno suspiro.

— Bom. — Se pronunciou o loiro atraindo a atenção do esverdeado. — Acho que está na hora de eu ir. — Midoriya arregalou os seus olhos.

— Não. — Gritou repentinamente, deixando o outro um pouco assustado e confuso. Sentindo suas bochechas esquentarem, Midoriya deu uma pequena tossida querendo disfarçar. — Quer dizer, fique mais um pouco. Aqui no submundo é um pouco solitário e como sabe não sou muito bem vindo lá em cima.

— Claro que fico. Por que não? — Denki deu uma pequena risada.

[...]

Seus passos aumentavam gradativamente conforme não encontrava o seu filho no Olimpo, Saori teve uma sensação estranha por uns segundos, sentiu que algo de estranho tinha acontecido com Denki. E querendo se sentir em paz consigo mesmo, Saori começou a procurá-lo.

Mas quando não encontrou o seu filho em seu quarto, seu coração tinha falhado uma batida e quando começou a ficar preocupada que algo de ruim tivesse acontecido, aquela sensação passou ao se lembrar que seu filho estivesse com Héstia.

Quando rumou até o quarto da Deusa e viu que ele não estava lá, não foi apenas Saori que começou a ficar realmente preocupada, como também Momo, que via Denki como um filho.

Ambas começaram a sua busca por Denki e na medida em que não o achavam, nem mesmo no campus, Saori começava a ficar cada vez mais angustiada. E por ser uma Deusa da agricultura os seus sentimentos estavam sendo passados para todas as plantações que estava ao seu redor.

As flores murcharam. As folhas das árvores perdiam a sua cor e caiam no chão. Tudo ao seu redor estava morrendo. E vendo aquilo Héstia foi correndo até a mesma, estava assustada, pois nunca viu aquilo acontecendo.

— Saori, você precisa se acalmar, nós vamos achá-lo. — Tentou acalmar.

As lágrimas de Saori não queria cessar, assim como a morte das plantas. O que poderia ter acontecido com o seu filho. Se perguntava, mas logo um estalo em sua mente lhe fez fechar seu punho. — Hades. — Sibilou num tom raivoso.

[...]

Kaminari sentiu seu coração se falhar ao perceber que o portal para o mundo mortal não se abria. — O que? — Murmurou não entendo o que estava acontecendo.

Midoriya que estava logo atrás de si soltou um pequeno suspiro, fazendo com que Denki lhe olhasse. O Deus desviou o olhar se sentindo culpado. Kaminari tinha agido completamente diferente de todos os outros Deuses, ele era especial. — Me desculpa. — Pediu.

— O que está acontecendo, porque não posso sair? — Indagou o loiro.

— Você comeu um alimento daqui, então não pode ir para o mundo mortal, apenas com o concedimento de Zeus. — Seus olhos dourados se arregalaram com aquela declaração. — Mas creio que Zeus não será cruel a esse ponto de não te liberar, principalmente depois de ter comido a romã.

— O que tem a romã? — A preocupação em sua voz estava nítida. Midoriya lhe olhou surpreso.

— Você não sabe? Mesmo sendo filho de Deméter.

— Não sei o que? — Seu timbre aumentou levemente.

— A romã é o símbolo do amor. — Sibilou baixinho com os seus olhos brilhando num gritante pedido de perdão.

O Mito das EstaçõesWhere stories live. Discover now