Nesta Vida ↭ Yoonseok

um relato

Olá.
Bem, eu me chamo Min Yoongi, tenho 42 anos e moro em Seul, na Coréia do Sul.

Os fatos descritos nesse relato foram ignorados por mim por muito tempo. Geralmente compartilho minhas experiências para desabafar, já que não é tão fácil assim ser produtor. Mas essa experiência é totalmente diferente de todas as outras que guardo a sete chaves, e jamais pensei que fosse compartilhar.

Eu não a conto para pessoas próximas a mim, pois a maioria segue alguma religião e não acreditam, talvez até me achassem insano ou me qualificassem como satanista(?), o que não sou. Mas hoje em meio a uma conversa com meu melhor amigo, Namjoon, fui questionado se sonhos podem ser premonitórios ou se até mesmo podem ser significativos na vida real, por conta disso, rememorei uma experiência que se ajusta perfeitamente a essa questão.

Em minha adolescência tive repetições de um sonho, nele eu sempre estava com uma pessoa do sexo masculino na qual eu podia ver apenas a silhueta e os olhos. Era como se fosse uma sombra, mas com lindos olhos castanhos, nesses sonhos não era possível ver mais detalhes do rosto ou a cor de pele da pessoa em questão, conseguia apenas ver o lugar onde estávamos, sempre ficávamos sentados em um banco em um jardim com muitas flores de cores variadas, olhando construções de cores claras e bem diferentes das que temos atualmente. No período em que os sonhos aconteciam tive meu primeiro relacionamento sério, após o início do relacionamento os sonhos cessaram. Então os esqueci, mas devido à falta de tempo, o namoro não durou muito, pois, nessa época eu já trabalhava, cursava o último ano do ensino médio e também estudava secretamente assuntos relacionados ao ocultismo. Com o término, logo comecei a sonhar novamente com a sombra de olhos castanhos, no primeiro sonho depois do fim do meu relacionamento, eu pude ver algo diferente, a sombra abriu um lindo sorriso, era o mais lindo de todos que eu já havia visto, era belo, me parecia um lindo coração tortinho, e foi o que diferiu o sonho de todos os outros anteriores.

Recordo-me de ter acordado com o pé direito na manhã seguinte, me sentia bem, alegre e durante o dia comecei a perguntar o motivo de tanta alegria e disposição. Mesmo me questionando por inúmeras vezes, não conseguia uma resposta plausível. Em noites posteriores tive o mesmo sonho, mas sem o belo sorriso.

O tempo passou e um dia quando eu estava trabalhando no centro da cidade, sai para comprar algumas aparelhagens de som e me deparei com um cigano, seu rosto era incrivelmente perfeito, uma cobra verde e vermelha tatuava seu pescoço e ombros descobertos, e os dedos eram repletos de anéis dourados, ele me pediu para ler minha mão, me recusei, pois estava apressado, fora isso, meu pai tinha colegas ciganos e ele sempre dizia que alguns dos ciganos enganavam pessoas para conseguirem sobreviver sem trabalhar arduamente. Com este pensamento, eu agradeci e disse que não queria saber sobre meu futuro ou sobre qualquer outro fato da minha vida que fosse desconhecido por mim. Mas o cigano insistiu, por isso, tirei uma quantia boa de wons e dei a ele. Me despedi, mas antes de ir embora ele me pediu um simples aperto de mão, era algo normal e por isso eu o fiz.

Mas quando ele tocou em minha mão, eu senti como se algo fosse tirado de mim, tudo ocorreu em poucos instantes, logo em seguida ele soltou minha mão e tudo voltou ao normal, cheguei a pensar que fosse algo relacionado a pressão arterial, mas fui surpreendido com um comentário do cigano, ele esperou que eu me afastasse alguns poucos metros e disse em voz alta:

— São belos lábios de coração, não é?

Eu parei, olhei para trás e voltei. Pedi que ele me explicasse o motivo daquele comentário, ele me disse que podia ver que algo estava me incomodando, e que eu tinha perguntas e talvez ele pudesse responder algunas delas. Depois de refletir um pouco e avaliar a situação, decidi conversar com ele com a condição de que não lhe diria meu nome, data de nascimento e dados que pudessem facilitar a criação de estórias utópicas, e logo após isso ele me informou q eu poderia o chamar de V.