prólogo

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Eu sempre achei engraçado como que no ensino médio todos sempre estão tentando provar algo, se encaixar, ser aquela pessoa que vai aparecer na reunião de dez anos dos formandos e ser lembrada, todo esse tipo de besteira. Eu sou culpada, eu faço parte dessas pessoas, às vezes eu me vejo me observando no espelho e me comparando com todas as garotas que por alguma razão que eu ainda pretendo descobrir, parecem milhares de anos luz mais atraentes do que eu. 

É involuntário — um piscar de olhos e lá estou eu, observando fotos irreais de garotas no instagram, é um ciclo vicioso. 

Popularidade, um romance clichê com um atleta, todas essas coisas são parte de filmes de romance coming-of-age e eu diria que a minha história é bem mais próxima do terror. E como qualquer filme de terror, a minha história começa no fatícido: acampamento de verão.

Acampamentos de verão foram feitos para pais que amam seus filhos mas não os suportam mais em casa todos os dias, lhes lembrando que poderiam ter vidas melhores, carros de luxo e sexo matinal — ou talvez sejam apenas os meus pais que são assim. Tanto faz. Não vem ao caso.

Foi um dia particularmente ruim, nada muito especial rolando na festa de aniversário da Kayla, uma das monitoras que era bonita e legal demais para ser verdade, eu gostava dela, apesar de que nunca nos falamos muito.

 Eu estava sentada a três cadeiras de distância de um casal que se atracava e aproveitava que os monitores estavam ocupados demais dando atenção a Kayla. E observava algumas outras pessoas dançando na pista de dança improvisada do refeitório.  

Céus, eu desejava que Lee estivesse lá naquele momento para rirmos e nos distraírmos da nossa própria miséria — bem, pelo menos a minha já que agora ela tem uma namorada e um trabalho no Shopping da cidade.

Lee é minha melhor amiga desde sei lá, sempre. Ela mora a cinco ruas de diferença da minha e as nossas mães crescerem juntas, mais precisamente, elas foram cunhadas na adolescência, minha mãe namorou o irmão da mãe da Lee, o tio Harris e a mãe da Lee namorou o meu tio, Patrick.

Ela podia ter ido pro acampamento, mas a Roxy — namorada dela — lhe chamou pra uma viagem pra Califórnia com a família dela que é realmente bem mais legal do que um acampamento de duas semanas nos arredores de Park Ridge, Illinois.

O ponche batizado me deixava um pouco tonta, mas não o suficiente para estar bêbada, é o que eu chamo de zona de segurança, e ela se aplica em tudo desde a bebida até garotos.

Garotos.

O que eu posso dizer?

Eu beijei Parker Evanston quando eu tinha dez anos em uma festa de aniversário da Emma Borgeus e foi horrível. O inesquecível beijo — inesquecível porque depois disso, Parker decidiu que estava apaixonado por mim e que deveriamos namorar, eu aceitei, mas nós só duramos meia hora porque ele era obcecado em me beijar. 

— Ei, Skokie, por que está aí? Venha dançar. — Anderson, um dos garotos do meu time de campo disse, mas eu não iria, digamos que, ele não era a pessoa mais legal do mundo, meio que tinha cheiro de mingau e me chamava pelo apelido horrível de "Skokie", que me foi dado depois que fui "premiada" como a mascote do verão, Skokie — A Esquila. 

Pura humilhação.

— Acho que estou bem aqui, Anderson, mas obrigada. — Disse tentando ser o mais simpática possível.

Fiquei um tempo observando a pista até que meus olhos encontraram um colírio para os olhos, chamado Adam Berger. Adam era relativamente novo na cidade, ele tinha se mudado no verão passado de Washington, eu me lembro da primeira vez que eu o encontrei — eu não sou uma stalker ou coisa do tipo, eu juro. — ele tinha ido à loja de instrumentos do meu pai na qual eu consequentemente trabalho todos os fins de semana e em um deles, ele surgiu. Ele não era como qualquer outro garoto da cidade, seus cabelos pretos tinham uma franja decentemente cortada que caia sob sua testa, mas o que eu mais gostava era sua boca que pareciam dois travesseiros avermelhados, macios e seu arco do cupido proeminente. Deus. Ele era lindo.

Era lindo e tinha uma banda, chamada American Baseball — o nome era inspirado na sua segunda paixão e a mais peculiar de todas, baseado em que Adam era tudo, menos o clichê do atleta; o baseball. Ele era tão bom que foi fácil conhecer os cidadãos da cidade e virar quase como um patrimonio histórico de Park Ridge, mas além de tudo isso, ele também era a melhor pessoa que eu já conheci, ele era legal com todo mundo.

Aquele dia na loja, nós trocamos apenas cinco palavras, ele me perguntou o preço de um dos violões, eu lhe respondi, ele pegou, comprou e foi embora, mas foi o suficiente para que eu percebesse que Adam Berger era o meu fraco.

Ele estava conversando com a Kayla sobre algo, eles fariam uma apresentação no fim da festa e então amanhã pela manhã voltaríamos a vida normal ou pelo menos eu achava que voltaríamos.

O ponche me deu a súbita vontade de ir ao banheiro que ficava no andar de cima do chalé — muito prático. — o lugar não era dos melhores, era simples, azulejos amarelados que um dia foram brancos, uma privada de porcelana quebrada e um espelho manchado, típico. — mas no momento em que ia fechar a porta, Anderson aparece em minha frente com um sorriso de ponta a ponta que deixava a mostra os bráquetes de seu aparelho.

— Eu também te amo, Piper Brew! 

E me deu um beijo.

Foi a coisa mais horrível da minha vida mas não tão ruim do que percebi que quando consegui desgruda-lo de mim, Adam estava nos observando da porta junto com Kayla que parecia descontente em ver-nos juntos no banheiro.

F!CK MY LIFE.

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Eu Também Te Amo, Piper Brew. - LIVRO 1.Where stories live. Discover now