#38

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{ LIAM POINT OF VIEW }

Eu tomei um bom banho após chegar da academia, quando sai do meu quarto, quase me esqueci que estava sem camisa, por força do hábito. Mas me lembrei que Hellena sempre reclamava então voltei para vestir uma. Admito que a vontade de fingir que havia me esquecido era grande, por que era engraçado como ela ficava toda sem graça, mas ultimamente eu preferia que ela se sentisse confortável perto de mim.

Ao chegar na sala encontrei Hellena no sofá, e me sentei ao lado dela, que olhou para mim preguiçosamente.
— Planos para a sexta á noite? — Ela perguntou.
— Não. E você? Pretende continuar no sofá assistindo filme de cachorrinho? — Eu disse, olhando para a tela da TV. Ela levantou uma sobrancelha.
— Esse filme é muito emocionante, só pra constar. E por que está me julgando se é você quem é o "festeiro" aqui? —
— Não tenho ido a festas já faz um bom tempo. —
— Por que não? —
Eu não queria ter que explicar que não achava mais tão divertido como antes e muito menos dizer que sei disso por que da última vez que fui ela ficou na minha cabeça o tempo todo, aquilo não soava muito legal.
— Faz parte do contrato. — Eu disse, não era ao todo uma mentira. Mas também não era meu maior motivo. Afinal, se eu quisesse eu poderia dar um jeito.
Ela pareceu se concentrar no filme por um tempo, e eu tentava assistir também já que não tinha nada melhor para fazer. Mas as vezes me pegava olhando para ela, como se seu rosto me atraísse. Seu cabelo preto estava tampando um pouco do seu rosto e eu sentia vontade de afasta-lo para eu poder olhar melhor para ela. Meus pensamentos se dissolveram e de um momento para outro, um novo pensamento aflorou em minha mente: Eu queria beijá-la.

— Estou com fome, acho que vou pedir uma Pizza. — ela disse.
— Seria ótimo. — Eu disse.
Ela se levantou e subiu até o quarto dela. E só nesse momento em que ela não estava mais na sala foi que eu percebi que o filme já tinha acabado. Ela voltou com o celular nas mãos, ligou para uma pizzaria e começou a fazer o pedido.

Naquele momento eu me concentrava em não parecer um tarado de tanto olhar para ela, porém aproveitei para observá-la enquanto fazia o pedido. Eu sempre achei ela bonita, afinal a beleza dela era um fato. Tentei me convencer de que era apenas uma atração comum, qualquer homem no meu lugar se sentiria atraído por ela. Mas o problema é que ela não era só bonita, ela é tão atenciosa, gentil, bondosa, doce... E eu estava conseguindo ver ainda melhor tudo isso agora que ela havia me perdoado e não passava a maior parte do tempo me odiando. Desviei os olhos dela, me questionando como eu conseguiria aguentar ficar ao lado dela por mais 1 ano e 6 meses sem poder tocar nela. Talvez tivesse sido melhor se ela continuasse me odiando. Me encostei as costas no sofá, tapei meu rosto com as mãos e respirei fundo.
— O que foi? — Ouvi a voz dela perguntando.
— A pizza está demorando. — Eu disse, tentando encontrar uma desculpa.
— Mas eu pedi só faz uns 10 minutos. — ela disse rindo. Mas até a risada dela estava fazendo eu querer ela. E se seguisse meu desejo e beijasse ela? O que ela faria? Ela nunca correspondia as minhas investidas disfarçadas de brincadeira, então certamente ela me bateria. Isso se eu conseguisse me aproximar dela, já que sempre que me aproximo ela foge como se tivesse medo de mim. Eu sempre ficava confiante quando queria beijar uma garota, mas com Hellena era completamente diferente.

Senti necessidade de beber alguma coisa alcoólica para me relaxar um pouco, ou talvez me dar um pouco de coragem? Talvez o álcool anestesiasse a dor de um tapa. Talvez o tapa valesse a pena.

Eu fui até a cozinha e a única coisa com álcool que encontrei foi uma garrafa de vinho tinto Don Melchor que havia sido presente de casamento.
Peguei uma taça e abri o vinho, enchendo a taça até a metade.
— Quer uma taça? — Eu disse da cozinha, oferecendo para Hellena, que olhou rapidamente para ver o que era.
— Eu não bebo. — Ela disse, voltando a se distrair na tela do celular.

Amor em Chamas: O ContratoWhere stories live. Discover now