Amor em Chamas: O Contrato

#39

{ HELLENA POINT OF VIEW }
Acordei sentindo uma leve dor de cabeça, automaticamente me lembrei da noite anterior. Olhei para o teto tentando entender se havia sido um sonho ou realidade. Parte de mim queria que fosse só um sonho, que eu não tivesse deixado Liam me beijar, e muito menos gostado disso.

O que eu faria quando o visse? O que eu diria? Eu estava quase entrando em desespero quando senti uma pontada na cabeça, e me perguntei como apenas um pouco de vinho era capaz de causar tanta dor. Eu fui até o banheiro e realizei minha higiene matinal. Depois tomei coragem para sair do meu quarto. Assim que desci as escadas infelizmente encontrei Liam na cozinha. Decidi agir como se nada tivesse acontecido. Passei por ele, que estava de pé perto da bancada misturando algo em um copo que estava sobre o balcão, eu me concentrava em não fazer contato visual com ele. Eu fui até a geladeira e ia abrir a porta quando quando ele me puxou pela cintura e aproximou seu rosto do meu. Por impulso eu me esquivei e o empurrei.
- O que você ta fazendo? - Eu disse indignada. Eu ainda estava tentando digerir a noite passada e ele já estava tentando me beijar de novo?
- Eu pensei que... - Ele disse, confuso.
- Pensou errado. - Eu falei, o interrompendo.

Não que o beijo não tivesse sido bom, na verdade foi melhor do que eu esperava. Mas também foi um erro. Tudo bem que ele estava mudando ê estávamos convivendo bem, mas eu sabia como Liam tratava as garotas, como objetos. E eu nunca iria permitir que ele fizesse o mesmo isso comigo.
Tudo bem que eu meio que quase fui longe demais ontem a noite.... Mas bom, eu estava colocando a culpa é no vinho. Eu jamais faria aquilo sóbria. Faria? Com certeza eu estava afetada pela pequena dose de álcool no meu organismo.

Ele permaneceu em silêncio, e parecia incomodado. Eu não queria ficar perto dele mas ainda precisava comer, então eu preparei um sanduíche, peguei um copo de suco de laranja e me sentei na bancada. Eu mal tinha dado a primeira mordida quando ele se sentou do meu lado.
- Podemos conversar? - perguntou Liam olhando para mim. Eu olhei para ele e tentei não pensar naquele beijo.
- Acho melhor não. - Eu disse, voltando a atenção ao meu sanduíche.
- Por que não? -
- Por que não tenho nada para conversar com você. - Eu disse.
- Mas eu tenho. - Ele falou.
- Então diga. Mas seja breve. - Eu falei enquanto comia.
- Você ta arrependida? - Ele perguntou.
Eu me lembrei mais uma vez daquele beijo e sabia que o que eu sentia ao me lembrar disso era bem diferente de arrependimento.
- Não. - Eu disse com sinceridade.
- Então por que recuou agora pouco? - Ele perguntou. Eu olhei para ele tentando entender onde ele queria chegar.
- Liam, o que aconteceu ontem foi só um momento. Não significou nada. Muito menos que você pode ficar me beijando na hora que quiser. - Eu disse, creio que pareci convincente por que ele ficou de boca aberta, acho que ele nunca havia sido dispensado antes. Ele olhou para mim incrédulo por alguns segundos, depois bebeu o que parecia ser um shake proteico em seu copo e subiu as escadas, me deixando sozinha com meus pensamentos. Eu me senti meio mal em dizer aquilo para ele, mas era melhor do que ser o brinquedinho dele até que ele enjoe. Estava aliviada de não estar mais perto dele, pois quando eu estava perto dele eu sentia como se minha mente estivesse gritando PERIGO! diante de fogo, mas meu corpo desejava se jogar nas chamas.
Passei o dia fazendo o possível para evitar Liam, não só fisicamente, mas também dentro da minha cabeça.

-

{LIAM POINT OF VIEW}

Eu estava saindo do meu quarto, pretendendo sair de casa para espairecer, quando Hellena abriu a porta do quarto dele praticamente ao mesmo tempo, ela olhou para mim e desviou o olhar. Ela estava distante a dias e me evitando desde aquela noite, e mal quis conversar sobre aquilo. Eu começava a me sentir culpado por seguir meu desejo, estávamos nos dando bem antes e agora aquele beijo havia estragado tudo.

- Vai sair? - Perguntei, reparando que ela estava vestida demais para ficar em casa.
- Vou ao shopping. - Ela disse.
Eu sorri ao ver uma oportunidade ali. Eu não estava pensando em ir ao shopping, mas ela não precisava saber disso.
- Eu estava indo exatamente ao shopping, podemos ir juntos se quiser. - sugeri.
Ela olhou para mim como se não acreditasse.
- Acho que acabei de desistir de sair. - ela disse, abrindo a porta do quarto dela de novo. Mas eu a impedi de entrar em seu quarto segurando o braço dela. Eu não pensei direito ao fazer isso, mas eu só queria uma oportunidade de falar com ela. Faziam dias que ela continuava fugindo de mim.
- Qual o problema em irmos juntos? - perguntei. Ela olhava para mim assustada, como se eu fosse atacar ela.
- O problema é você. - ela disse.
Eu olhava nos olhos dela quando percebi que ela olhava fixamente para minha boca. Por que ela fugia se parecia querer isso tanto quanto eu? Por que tinha que ser tão complicada?
- Eu só sou um problema pra você por que você sabe me quer. - Eu disse, sorrindo. Sabia que ela odiava minhas provocações, mas agora eu tinha um motivo ainda melhor para provoca-la.
- De jeito nenhum! A única coisa que eu quero é que você saia de perto de mim. - Ela disse cheia de atitude soltando seu braço da minha mão. Eu ri me lembrando da forma como ela me beijou e parecia querer mais. Nós dois sabíamos que aquilo não era verdade. Eu dei um passo para frente e ela deu um passo para trás mas se deparou com a parede. entre nossas portas. Eu segurei a batente da porta do quarto dela com minha mão para tapar a passagem dela e evitar que ela fugisse.
- Você não confia em si mesma perto de mim? - perguntei rindo, mas pareceu mais uma afirmação. Eu aproximei meu rosto do dela e me diverti com a forma que ela já parecia rendida.
- Liam! - Ela disse.
- Oi? - Eu respondi.
- Você está perto demais. - Ela disse. Sua respiração estava descompassada e sua voz falhava. Ela vestia uma blusa que deixava seus ombros a mostra, eu beijei suavemente ombro dela e senti a pele dela se arrepiar.
- Você não precisa ter medo. - Eu disse olhando para ela, tentando fazer ela abaixar a guarda. Ela ainda me olhava nos olhos quando senti ela tocar meu lábio levemente com o indicador. Olhei para ela sem entender o que fazia, mas ela traçava as linhas do meu lábio. Eu queria desesperadamente beija-la mas não faria isso de novo sem ela ter certeza.
- Você não devia me provocar desta forma. - Ela disse baixo.
- É só você pedir para eu parar, que eu paro. - Eu disse, mas eu sabia que no fundo ela sabia que eu só avançava por que ela não pedia que eu parasse. Ela me olhou fixamente com o rosto a alguns centímetros do meu.