9 - Medo (Parte II)

34 6 9
                                    

— Eu estou morta, essa aula foi um pesadelo, vovó. Eu não suporto biologia, ainda mais quando tenho de assistir quatro horários direto. — Chateada, Katherina falou, enquanto andava grudada a sua avó.

Marta, com seu jeito meigo de sempre, respondeu a neta:

— Pense pelo o lado bom, Katherina, só falta dois anos para você terminar a escola, depois disso você poderá escolher o que quer estudar. Sua mãe, quando era pequena, não suportava química, mas ela sobreviveu ao ensino médio e foi estudar medicina como sempre quis.

— E para completar eu não sei o que quero fazer da vida. — Katherina disse melancolicamente.

Marta, Katherina e Dylan estavam andando pelo o supermercado, precisamente pela sessão de congelados. Katherina andava atrás da avó, Marta verificava a sua lista, em seu pequeno bloco de notas com folhas bege, e depois colocava o item no carrinho que era empurrado por Dylan.

— Ah minha filha, não fique assim, você não é obrigada a saber disso agora, além do mais... — Uma figura alta e de ombros largos adentrou na seção de congelados, justo quando Marta dobrava de saída, ambos deixaram coisas caírem no chão graças ao encontrão que se deram.

Katherina soltou um ruído de preocupação e Dylan deixou escapar um "Pelo o amor de Deus", o mesmo deixou o carrinho parado — entre a grande mesa com peixes frescos e a outra mesa com camarões — e foi ajudar a sua avó a recolher o que tinha caído no chão.

Dylan recolheu o bloco de notas de Marta junto ao celular dela, que por sorte não teve nenhum arranhão. Sua avó se desculpava por ter topado no homem, que logo Dylan reconheceu após se levantar do chão e ter entregado os pertences de Marta. A figura de ombros robustos, usava um terno cinza levemente surrado, tinha um estranho rosto quadrado e usava óculos de lentes rapidamente curvas nas pontas.

— Dr. Blackthorn! — exclamou Dylan, com uma falsa animação em sua voz.

Marta olhou para o grande homem a sua frente e juntou os pedaços em sua mente, a roupa formal do homem e o titulo 'Diretor'. Ele só poderia ser o diretor da escola que seus netos estudavam.

Dylan limpou a garganta e da forma mais estranha possível apresentou sua avó ao diretor, que foi estranhamente — Dylan pensou — educado, visto que ele não era a pessoa mais doce do mundo. Depois desse acontecimento estranho, Dylan arrastou a avó e a irmã para outra sessão.

Dylan não suportava o Dr. Blackthorn desde seu primeiro ano no ensino médio e agora com toda a 'perseguição' sobre seu irmão mais novo, o desgosto aumentou em grande escala. Não era como se o diretor em pessoa fosse melhor que seu irmão, definitivamente não, mas ele agia como tal.

Quando terminaram as compras os três foram para o estacionamento pegar o carro e logo depois irem para casa, eles demoraram alguns minutos mesmo já prontos, porque Marta encontrou uma antiga conhecida. Elas conversaram por 10 minutos, mas para pessoas como Katherina — que era a mais impaciente entre os seus irmãos — era como se tivesse sido meia hora.

Minutos depois Marta entrou no carro, Katherina conectou o celular com o carro e colocou música para tocar, por fim Dylan ligou o carro e acelerou para fora do estacionamento.

— Ele é muito cínico! Não suporto nem sequer olhar pra aquela cara dele. — Dylan falou enquanto estavam parados no sinal, eles se encontravam na Avenida Park, a avenida principal de Ravenswood.

— Diretor Blackthorn? — Katherina perguntou.

— O próprio.

— Também não sou grande fã dele, ele anda como um 'macho alfa' — Katherina zombou ao dizer — Intocável — disse revirando os olhos.

ReputaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora