Amor em Chamas: O Contrato

#51

{ LIAM POINT OF VIEW }

Eu esperava impacientemente na sala de espera do hospital. Não conseguia me sentar ou ficar parado, então caminhava em círculos sem parar esperando que isso fizesse o tempo passar mais rápido.

— Liam se acalme, ela vai ficar bem. — Disse minha mãe, que estava sentada ao lado do pai de Hellena, ele estava com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos segurando a cabeça baixa.

Eu a ignorei e permaneci ali inquieto pelo que pareceu uma eternidade. Eu sentia um ódio profundo pelos malditos sequestradores, queria matá-los com minhas próprias mãos. Precisava ver Hellena, precisava ter notícias sobre ela.

Então finalmente uma enfermeira saiu do quarto de Hellena, todos olhamos para ela imediatamente, minha mãe e Sr. Gilleard se levantaram subitamente.
— Só um minuto, o médico irá falar com vocês. — Ela disse, seu olhar parecia de pena. Haveria alguma notícia ruim? Alguma complicação? Eu precisava vê-la o mais rápido possível. Eu tentei respirar fundo enquanto esperava o médico sair da sala.

Alguns minutos depois o médico saiu do quarto de Hellena segurando uma prancheta. Fiquei tentando entender o que estava acontecendo. Imaginando muitas coisas ruins. Ele olhou para nós que esperávamos atentos por notícias.

— Gostaria de falar com o responsável legal da paciente, por favor? — Ele disse.
Eu respirei aliviado por finalmente poder ter notícias sobre ela e ao mesmo tempo sentia um aperto no peito em não saber o que me esperava, não sabia ao certo o quanto ela estava machucada, eles apenas disseram que a encontraram quase sem pulsação. O doutor abriu a porta do quarto me deixando entrar e entrando logo atrás de mim, e aí eu finalmente a vi, ela estava deitada na cama, eu olhei para seu rosto e respirei aliviado quando vi seus olhos abertos, ela me viu e sorriu suavemente para mim. Naquele momento meus batimentos pareceram finalmente normalizar depois de longas horas. Fui rapidamente até ela e resisti ao impulso de toca-la para não a machucar. Hellena estava com o braço direito enfaixado, na mão esquerda havia um acesso ao soro, estava com um grande curativo atrás de sua cabeça e eu não conseguia ver o restante de seu corpo que estava coberto.!Apesar da palidez, ela estava bem, estava viva, eu não poderia estar mais feliz.
Nós nos olhávamos e eu não consegui conter as lágrimas em meus olhos.
- Hellena. - foi tudo o que eu conseguir dizer diante da felicidade de ver ela bem. Ela sorriu para mim e colocou sua mão que tinha acesso ao soro por cima da minha.
— Ela lesionou o braço, tem ferimentos superficiais por todo o corpo, mas nada muito grave. — disse o médico olhando para sua prancheta.
— O golpe na cabeça também não ocasionou nada sério internamente, só será preciso continuar tomando os medicamentos para dor e o anti-inflamatório. — continuou ele, agora olhando para nós. Nós olhavamos para ele esperando que ele terminasse de falar, eu me sentia feliz por não ter ocorrido nada grave apesar de odiar vê-la toda enfaixada, o doutor respirou fundo como se tivesse prestes a dar uma notícia ruim.
— Mas lamento informar que vocês perderam o bebê. — ele disse.
Eu fiquei confuso e tentei analisar se eu tinha ouvido direito, olhei para Hellena que parecia tão confusa quanto eu.
— Não doutor, você deve estar se confundindo. Eu não estava grávida. — Hellena disse, e parecia ter certeza daquilo.
O médico olhou novamente para a prancheta e para nós.
— Sim, você estava, de 5 semanas. Conseguimos ver o feto nos exames de imagem, mas infelizmente não há mais batimentos. — Ele disse.
Eu me sentei na cadeira ao lado dela tentando associar aquilo. Eu olhei para ela, que parecia assustada e estática. Nenhum de nós disse nada.

— A gestação é bem frágil no primeiro trimestre, não da para dizer se o aborto espontâneo ocorreu pelo forte desespero emocional que sentiu ou se foi por alguma pancada, mas como há ferimentos na costela suspeitamos que seja pela pancada. —
Continuávamos em silêncio, enquanto o médico falava.