|Capítulo 02|

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1830

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1830

O sol se pondo indicava o início da noite na casa do Duque de Montenaro. John Lombardi estava preocupado com o seu futuro, que não passaria de alguns meses, e extremamente preocupado com o seu filho.

Filipe sempre o deixou orgulhoso, nunca foi motivo de escândalos ou libertinagem. O pai fechou os olhos, imaginando como seria ter sua senhoria ali com ele. Ela estaria tão orgulhosa também.

Os olhos azuis enrugados se encheram de lágrimas, e Marisa nunca tinha feito tanta falta. Quando Filipe era apenas uma criança, foi um processo longo e difícil para que ele aceitasse que não veria mais a sua mãe. Mas agora, John queria que ela estivesse ali, para que quando ele partisse houvesse alguém para aconselhar o jovem, como ele fizera.

Fechou os olhos e respirou profundamente, ele não podia se distrair, então pegou o papel e a pena mais perto de seu assento e escreveu:

"Montenaro está em suas mãos. Não vou pedir que não me decepcione, porque sei que nunca faria isso, pelo menos não intencionalmente.

Sua mãe sempre quis ver você administrando responsabilidades, ela sempre estará junto com você. Não se cobre muito de você mesmo.

E se fizer parte dos seus planos, arranje uma esposa. Marisa me ajudou muito nesse processo de títulos, as mulheres sempre entendem mais, estão há milhares de anos na frente de nós, meros homens.

Mas, caso fizer isso, nunca deixe de cumprir suas responsabilidades como marido. Cuide dela, faça ela feliz, mas, acima de tudo, ela merece respeito, espero que não me decepcione nesse sentido também, rapazinho.

O meu pai uma vez me disse que a felicidade só é alcançada quando não estamos procurando por ela. Por isso não se esforce tanto para tudo, chega um momento em que as coisas se encaixam, como peças de uma máquina bem feita.

Eu espero que sua vida seja tão maravilhosa como a minha foi um dia."

Seu pai, John Lombardi

  O futuro Duque de Montenaro estava em uma expedição na França arejando sua mente e coração

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  O futuro Duque de Montenaro estava em uma expedição na França arejando sua mente e coração. Seu pai não estava muito bem, e ele queria ter ficado lá, com ele, mas o próprio insistiu que ele viajasse, disse que lhe faria bem.

  As ruas parisienses estavam desertas, já era fim de tarde e haveria um baile fornecido por uma família de muito dinheiro, todos estavam se preparando, e Filipe caminhava em direção a sua casa temporária, quando um homem o chamou.

  Se virou para trás e viu o mensageiro de Londres. Seu coração se apertou, no fundo ele sabia do que se tratava, seu pai não era bom com palavras, mas sim com a escrita.

  Quando Filipe era pequeno e não parava em casa, sempre que chegava havia um bilhete de seu pai, perguntando como foi o dia e que ele sentiu saudades do barulho de uma criança de dez anos na casa. Desde aquele dia, Filipe nunca mais saiu, e ele devia ter feito o mesmo com seu pai naquele estado. Deveria ter ficado ao seu lado, e não o abandonado.

  Antes mesmo de ler a carta destinada ao melhor futuro Duque londrino, como seu pai às vezes o chamava, a culpa já tinha dominado todo o seu corpo, e de repente, o mundo parou.

  Perdeu as estribeiras e chorou, nada elegantemente, muito menos atraente. Chorou por seu pai e por sua mãe, que foi embora tão cedo. Ali, no estado mais explícito de tristeza, jurou que nunca os desapontaria, e que seria o Duque mais descente de todos.

Nunca rejeite um Duque (DAMAS NÃO EXEMPLARES 01)Where stories live. Discover now