Um Romance Improvável

Um redemoinho de pétalas

 Enquanto Hiro ia para a praça esperar sua tia o jovem notou que o movimento do lugar, mesmo para o horário, era bem grande, parecia ter o mesmo tanto de pessoas que no dia passado. Depois de passar por algumas barracas de guloseimas, bijuterias e alebrijes, e abrir caminho por turistas Hiro chegou a praça, lá ele se sentou em um banco e ficou mexendo em seu celular, esperando a tia.

 Já fazia meia hora que Hiro estava esperando Cass, ele não ficou surpreso do atraso da tia, possivelmente ela tinha ficado distraída com as barracas que encontrava pelo caminho. Mais alguns minutos tinham se passado até que Cass apareceu, toda alegre, Hiro o via e se perguntava de onde vinha tanta alegria.

- Oi meu anjo, desculpa a demora, me distrair com algumas coisinha que vi pelo caminho. Cass falou um pouco envergonhada por deixar o sobrinho esperando.

- Tudo bem, e pelo visto você já fez algumas comprinhas. Hiro apontou para as sacolas que sua tia trazia.

- Sim, e eu comprei umas coisinhas para você também. Cass então tirou um grande chapéu de mariachi branco com detalhes em preto de uma das sacolas e o colocou na cabeça do Hiro.

- Eu não sei se isso faz o meu estilo. Hiro tentava ajeitar a grande sombreiro em sua cabeça.

- que nada bobo, você tá bonitinho.

 Após ficarem um tempo conversando e vendo algumas coisa que Cass tinha comprado os dois decidiram fazer o que tinham programado para aquele dia, sua tia queria visitar mais alguns pontos turísticos antes do show de talentos que iria acontecer naquela noite.

Algumas horas depois

 O sol estava se pondo e a hora do show de talentos estava se aproximando, Cass e Hiro estavam indo em direção a praça onde iria acontecer o show, o lugar estava tão cheio comparando com o inicio do dia, que só tinha alguns músicos e turistas, mas agora parecia ter mais que o triplo de pessoas.

- Ainda bem que guardamos as compras antes de virmos para cá. pensou Hiro, enquanto se esforçava para ficar perto da tia mas a multidão ganhou a batalha de separa-los.

 Hiro estava se espremendo para achar um lugar calmo para ver o show, mas era quase impossível passar pelas pessoas. Mais alguns minutos tinham se passado até que Hiro achou um lugar onde poderia ficar, isso o deixou aliviado, então Hiro olhou para o chão e notou algo pequeno lá, parecia uma palheta com um desenho de um crânio de um lado e uma assinatura borrada do outro, por um segundo Hiro pensou estar onde os artistas passariam para irem fazer o show mas o lugar parecia mais com um beco, então ele colocou a palheta no bolso, já que pensou que não poderia devolver para o dono, de repente um vento forte soprou algumas pétalas que estavam no chão, fazendo o japonês ficar dentro de um redemoinho de pétalas. Por alguns segundos Hiro acho que nada tinha acontecido até que dois homens que passavam pelo beco atravessou o jovem japonês como se ele fosse feito de fumaça, aquilo vez Hiro entrar em pânico, então ele saiu correndo do beco, atravessando todos que estavam em seu caminho, então Hiro viu Cass ao longe e foi em direção dela, ela parecia estar procurando por ele, quando Hiro viu que ele não conseguia falar nem tocar Cass, ele então saiu correndo pela rua se perguntando como aquilo era possível. Depois de alguns segundos correndo Hiro esbarrou em algo, era um senhor que estava de costa para ele.

- Tome mais cuidado. O senhor falou e começou a se virar para ver o que tinha esbarrado nele.

Assim que o senhor se virou por completo viu que o que tinha esbarrado nele era uma criança viva e gritou. Hiro, que estava caído no chão, viu que o homem era um esqueleto e recuou, correndo dele. O jovem ficou correndo por um tempo até que dobrou uma esquina e tropeçou em alguma coisa. Hiro então entrou rolando num beco, parando somente depois de bater em algumas caixas, de repente um cachorro entrou no beco por curiosidade, parecia que foi nele que Hiro tinha tropeçado. No beco, Hiro estava no chão meio zonzo, então sentiu alguma coisa áspera e molhada passando pela sua bochecha, era o cachorro lambendo-o.

- Ei Dante, cadê você garoto. Uma voz surgiu em uma das entradas do beco. -Aí tá você, me desculpe se ele te machucou ou qualquer outra coisa que ele tenha feito com você. O garoto que tinha entrado no beco era o mesmo que Hiro vira no gazebo tocando violão, mas esse não era o foco de seu mente.

- Você consegue me ver? Hiro perguntou para o garoto como se o fato de o garoto vê-lo fosse algo impressionante

- Mas é claro, por que não poderia?

 Assim que o jovem músico fez a pergunta em rapaz passou correndo pelo beco, atravessando Hiro. Por alguns segundos o jovem ficou boquiaberto, gaguejando palavras que pareciam que nunca iriam sair. Nesse momento o cachorro vira lata não parava de olhar para Hiro.

- V...V...VO...VOCÊ É UM FANTASMA. O jovem gritou e então caiu de bunda no chão e encostando em uma parede.

- Não, quero dizer, eu não sei! Hiro falou, se aproximando lentamente do jovem caído no chão

 Então, depois de alguns segundos, tudo tinha ficado quieto. O músico foi o primeiro a falar depois do que aconteceu.

- Como você, Como isso aconteceu com você? Como você ficou assim?.

- Não sei ao certo, eu fiquei assim logo que peguei isso do chão. Então Hiro mostrou a palheta que tinha achado.

- Mi dios, essa palheta era do meu tataravô. O jovem então pegou a palheta das mãos do Hiro e olhou os seus bolsos e viu que um deles tinha um furo, então o jovem músico olhou para Hiro e disse. -Onde você a achou?

- Num beco, perto de onde vai acontecer o show de talentos, eu não vi ninguém que poderia ser o dono então guardei no meu bolso.

- Eu acho que sei o que está acontecendo com você, uma coisa muito parecida aconteceu comigo também, há dois anos.

-SÉRIO, então você pode me ajudar?

-Eu não sei, mas eu conheço alguém que pode, mas eu não consigo vê-los, eu acho.

- Bem, eu acho que nessa situação qualquer ajuda é bem vinda. Hiro sorriu meio sem jeito por causa da situação toda.

-Sí, ah, alias, meu nome é Miguel.

-E o meu é Hiro.