Jogos Mortais.

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Ana Clara Caetano.

Já estava chegando no final dos treinos. Amanhã todos nós, restritos, irão para a arena. Para iniciar os jogos.

Depois de uma noite mal dormida, fomos de encontro a floresta.

Alí, antes mesmo de começar eu já via morte.

- Restritos em seus lugares!

Uma voz nos anuncia a hora. Apenas um será o vencedor, apenas um irá voltar.

Antes que me chamem de sem educação, vou me apresentar...

Sou Ana Clara Costa Caetano. Restrito 51. Já servi o exército por dois anos. Tenho vinte e três anos de idade, sou uma garota que nunca negou ajuda. Mas sempre disposta a matar que ameaçá.
Minha altura não é tão colaboradora, mas me ajuda a me camuflar perfeitamente. Minha fisionomia é magra e pequena, mas esconde a minha força.

Meus cabelos são castanhos com um tom amarelado nas pontas, na medida do começo das minhas costas. Meus olhos também não é lá interessante, um preto intenso e caído.

- 10... 9... 8... 7...

Saio de minha confusão interna e olho ao redor. Todos os outros restritos já estão posicionados, prontos para correr e ter a chance de pegar alguma arma.

Eles fizeram uma pequena cabana e encheram ela de armas e acessórios.

- Que a sorte esteja ao seu lado...

Dito isto, todos os restritos saíram correndo, em direção de alguma arma. Alguma coisa pra se manterem vivos. Pois a regra aqui é matar, matar, matar e matar. Sobreviver também, se conseguir...

Olho para o lado e vejo a Bárbara, parceira de restrito minha. Ela faz repetidas vezes um não com a cabeça e faz um sinal pra sair correndo para a mata.

Vejo já sangue sendo derramado. E muitos gritos.

Saio correndo, preciso de ao menos uma faca. Uma espada, qualquer coisa.

Vejo uma mochila a minha frente e saio correndo para pega-la. Mas antes de chegar, alguém me derruba no chão, subido em cima de mim.

- E assim, vai ficar menos um...

Ela levanta sua espada pra fincar no meu peito. Droga!

Já estava fechando os meus olhos, sentindo a agonia de ser perfurada com uma espada. Mas ao invés disso, uma flecha atravessa o crânio daquela mulher que estava em cima de mim.

Solto a respiração que nem sabia que estava segurando.

Olho pro lado e vejo uma mulher alta e loira me fitando. Assim que me vê retribuindo o olhar, ela da um pequeno sorriso de canto e sai correndo pela mata. Fico hipnotizada com seus cabelos balançando aos ventos. Eram cabelos cacheados.

Me levanto do chão e pego a mochila ao lado e saio correndo também. Preciso ficar longe deles.

Já sentindo a necessidade de ar, paro um pouco para controlar a respiração.

Quem foi aquela cacheada? Por qual motivo ela me ajudou? A regra aqui é matar e não se ajudar.

Saio dos meus devaneios e volto a caminhar, apenas parando em um pequeno corrego. Irei passar a noite aqui.

Retiro a mochila das costas e verifico ela.

Uma corda, uma pederneira, um enrolado pequeno de arame, uma faca, algo que se eu não me engano lona, e por último, uma garrafa térmica. Aqui tinha o básico e essencial.

Pego a faca e analiso ela. Seu corte está afiado.

Ao andar em redor do lago, acho alguns peixinhos. Retiro minha blusa de frio e depois minha blusa fina que estava por baixo. Irei tentar fazer dela uma rede.

Estendo a minha camiseta na água e vejo alguns peixinhos se aproximar, assim que está sob a minha camiseta eu a levanto. Pegando quatro peixinhos do tamanho do meu dedo mindinho.

Espeto-os num graveto pequeno e começo a trabalhar com a pederneira. Agora a necessidade é fogo.

Assim que os peixes estão algumas horas no fogo, retiro-os dali saboreando-os.

Já estava escuro, apago a fogueira para não deixar os meus rastros, e me encosto numa pedra perto do lago.

E ainda confesso, estou pensando naquela cacheada, cujo devo muito, ela salvou minha vida...

Me assusto com um barulho de canhão. E logo mais, num pequeno projetor do meu pulso olho: Restrito 48-- 36-57-60. Aparecendo as fotos deles. Não sei por qual motivo fiquei aliviada por não ver a juba de leão no meio.

Okay! Cinco restritos foram eliminados. Agora só ficando 55. Droga! São muitos...

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