Prologue

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Jimin segurava as barras metálicas com fervor. Esse era um dos momentos em que o cientista o deixava sair para passear e pensar. Não poderia ser em um momento melhor.

Testou a resistência das barras, mesmo sabendo que elas nunca se partiriam. Se não se partiram com todas as tentativas dele, com a força que tinha, não se partiriam com ele, fraco do jeito que era.

Queria poder ser forte. Queria poder ter privilégios. Queria poder acabar com o sofrimento do macho a sua frente, preso e acorrentado a parede. Seu peito se apertava com a visão.

Como queria entrar na jaula, mesmo que fosse ficar preso, apenas para acariciá-la e cuidar dele. Queria estar lá para dizer que já tinha passado, mas não podia. A única coisa que podia fazer era olhar, triste, o macho espécie que todas as noites rondava seus sonhos.

Viu ele resmungar algo que não conseguiu ouvir. Com o resmungo, uma lágrima solitária se desprendeu de seus olhos. Aquele resmungo só provava que, mesmo insconsciente, ele estava sentindo dor. Ele estava sofrendo, e Jimin não podia fazer nada.

Não aguentando mais ver a cena, Jimin abaixou a cabeça e se permitiu chorar pelo macho. Chorar por ele, chorou pela situação, por tudo.

Foi tirado de sua intimidade ao ouvir passos soando ao longe. Sabia que eram os funcionários do lugar, assim como sabia que, se ficasse, seria pior para ele.

     Deu uma última olhada no espécie. Viu os olhos dele da cor normal e ofegou, sabendo que o efeito havia passado. Ele o olhava. Queria ficar, como queria, mas os passos estavam mais perto, ele não podia continuar ali. Então, sem olhar para trás, Jimin correu para seu quarto.

     Quase em frente do laboratório onde dormia, ouviu uma explosão a sua direita. Tiroteios podiam ser ouvidos ao longe. Os sinais vermelhos dos quis não sabia se chamar começaram a apitar sem parar e então tudo ficou branco antes de sentir o impacto de seu braço direito contra o chão de concreto, logo perdendo a consciência.

• • •「◆」• • •

     Logo que recobrou a consciência, seu primeiro reflexo foi abrir os olhos e esquadrinhar o local desconhecido. Estava tonto, tudo girar, mas tentou se manter forte. Quando tentou se levantar, sentiu um aperto em seu pulso. Estava preso.

     Começou a tentar puxar as algemas com força, para que se desprendessem. Seus pulsos doíam, mas não ia parar.

     A porta da frente a si se abriu e por ela entrou uma pessoa. Humano, pelo cheiro.

-Não faça isso, por favor. Vai se machucar.

     Jimin estreitou os olhos para o humano à frente. Ele usava avental branco e parecia um pouco velho.

-Não me machuque, por favor. Não vou lhe fazer mal. Não teria chances contra você. Sou Henry, seu médico. Você está a salvo. A força tarefa te salvou. Confie em mim.

-E onde eu estou?

-No centro médico da Califórnia.

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