08. Me ajuda Luciano

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9 º Dia

Diferente dos outros dias, não foi o meu celular que me acordou naquela manhã, e sim uma dor infernal no meu ombro. Gritei assustado pulando na cama sem entender que dor era aquela. Achava que alguém tinha me apunhalado durante o sono.

— Menino, o que foi?! — Minha mãe perguntou assustada, olhando para os lados com os cabelos assanhados.

— Meu ombro, meu ombro! — Gritei, me jogando em cima dela tentando fugir da dor de alguma forma. Ela puxou a gola da minha blusa para averiguar o que estava acontecendo.

— Eita, foi um marimbondo. É melhor passar Hipoglós. — Ela puxou a gola mais uma vez. — Mas e essas outras marcas roxas? — Seu tom desconfiado me fez afastá-la para longe com delicadeza, embora estivesse nervoso.

— Caraca, devem ser os mosquitos. Ai que horror. — Havia esquecido dos chupões no meu pescoço. Por sorte a minha mãe não tinha a melhor das visões, e fui correndo dar um jeito naquilo antes que ela fizesse perguntas demais e eu pudesse explicar de menos.

Passei a mão sobre a picada e podia sentir um calombo dolorido. Achei que fosse sair ileso estando protegido com o meu lençol, uma touca tampando os meus ouvidos e o mosquiteiro, mas o desgraçado do marimbondo deu um jeito de deixar uma lembrança no meu corpo.

Fiquei tão chateado que nem quis mais dormir. Me levantei e fui até o banheiro, aproveitei que ninguém estava na sala e tentei fazer tudo o que podia no vaso sem ser ouvido.

— Inferno. — Praguejei, enxugando o cantinho do meu olho. — Quero a minha casa.

[...]

Às 10 da manhã o sol forte brilhava no céu. E apesar de aquele ser o nono dia de viagem, a princípio, estávamos lidando como se fosse só mais um dia comum. Nos fundos da casa, Taehyung, Soobin, Yeonjun e eu brincávamos com os animais. A gente jogava milho para as galinhas e observava como elas corriam rápido para ciscar.

Sim, aquela era a nossa diversão do dia, para se ter uma noção de como era a vida sem Netflix, com 3G e só os canais da TV aberta.

Atrás de nós dormia um filhote de cachorro, apelidado de Nego, devido a cor da sua pelugem. Além dele havia também a gata chamada Neguinha, porque ninguém naquela casa tinha criatividade para nomes. Inclusive o gato malhado da minha avó se chamava gato.

— Não joga milho em mim, abestado! — Taehyung reclamou, dando um tapa na cabeça de Yeonjun que ria, correndo com os pés descalços pelo chão quente. — Menino vai calçar um chinelo, tá com os pés tudo sujo.

— Virou minha mãe agora?

— Diabo malcriado esse menino. — Ele me cutucou, mostrando Yeonjun lhe dando a língua. — Tomara que pegue lombriga, essa peste. Fica jogando milho em mim pra galinha vir me bicar.

Eu apenas ria o ouvindo falar. Iria sentir muita falta de Taehyung, ele era um bom amigo. Em todos os dias da viagem, não teve uma vez em que me deixou sozinho, além de, é claro, quando eu estava com Jungkook e ele com Yoongi.

Inclusive o beijo da noite passada não mudou a nossa relação. Para ele foi só uma brincadeira, e para mim também, então continuamos como bons amigos.

— Meu deus! — exclamei no instante em que um velho inimigo nosso surgiu saltando dos matos.

— O cururu voltou! — Tae deu um pulo correndo para a cozinha, que dava passagem para o fundo da casa onde estávamos.

Todos nós estramos, e ficamos olhando o sapo interagir com os outros animais.

— Por que a gente não coloca o Nego pra lutar com o sapo? — Sugeri.

10 Dias para conquistar Jungkook | jikookWhere stories live. Discover now