As vezes, alguma notícia na televisão ou comentário de algum dos meus amigos, me lembram de quando eu era menor e da confusão constante que era a minha cabeça, uma menina de 9 anos que não conseguia se encaixar nas expectativas da sociedade.
A lembrança do medo de que contassem para os meus pais quando eu estava no ensino médio e tive minha primeira namorada, o nervosismo quando eu finalmente fui contar para eles que sou lésbica e a tensão que ficou entre a gente durante um tempo depois que eles souberam... Essas coisas hoje não passam de memórias distantes e levemente embaçadas que são trazidas a tona de vez em quando.
Tenho que admitir: por um bom tempo, parecia que eu estava carregando um fardo para onde quer que eu fosse. Eu tinha certeza de que o mundo inteiro me odiava e que o chão iria se abrir, me engulir e me levar por uma escorreadeira direto para o inferno. Mas o tempo passou.
Eu tinha medo de amar, hoje, olhando para traz, eu sinto vergonha.
Vergonha de viver em uma sociedade que me fez temer ter orgulho de quem eu sou. Hoje, eu vou lutar e dar tudo de mim para fazer, pelo menos que uma pequena parte do mundo, seja um lugar melhor. Não pra mim, pra outra pessoa.
- Com licença, a senhora sabe me informar qual o quarto onde está a minha esposa? - pergunto a mulher que está sentada atrás do balcão da recepção do hospital, com certa urgência em minha voz - Preciso ver o meu filho...
Fim do conto 1
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Contos de pessoas "estranhas"...
Random... mas que são mais comuns e fazem parte de uma comunidades mais fortes do que você pode imaginar. Nesses capítulos, estão reunidos uma coletânea de histórias curtas que abordam algumas das dificuldades do cotiano, descobertas, luta e aceitação d...
