GORDA!
Não consigo dizer qual foi a primeira que ouvi essa palavra. Desde que me lembro, ela sempre me acompanhou. Sempre dita com a intensão de machucar. Não pense que os diminutivos dela doem menos.
Sim, eu sei que sou gorda. E aliás, não quero saber de nenhuma dieta nova que tenha dado certo para você, nem passo horas na academia. Não pense também que vou ficar pedindo um pedaço da sua comida nem que estou morta de fome o tempo todo.
Não preciso da sua preocupação. Não preciso dos seus comentários, sejam eles bem ou mal intencionados.
Meu corpo não existe para agradar ninguém além de mim.
GORDA.
Demorei um tempo até perceber que isso não é xingamento. Tenho orgulho de bater no peito e dizer "eu sou gorda", fazendo da palavra que usavam para tentar me ridicularizar, uma parte de mim e não permitindo, nunca mais, que a usem para tentar fazer com que eu não goste do corpo que vai me acompanhar para o resto da vida.
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Contos de pessoas "estranhas"...
Random... mas que são mais comuns e fazem parte de uma comunidades mais fortes do que você pode imaginar. Nesses capítulos, estão reunidos uma coletânea de histórias curtas que abordam algumas das dificuldades do cotiano, descobertas, luta e aceitação d...