[1] catch the brother

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#DeCaronaParaOArcoIris ♡

🌈

Eu havia acabado de descer do ônibus escolar quando vi Rosé entrar na escola com seu pai após três dias sem aparecer. Eu só sabia que aquele homem era seu pai porque o vi no primeiro dia de aula dela aqui. É estranho, não apenas ela ter vindo com ele ao invés de ter vindo de ônibus escolar, mas o fato dela estar tão cabisbaixa. Ela é uma menina alegre e positiva até quando as coisas parecem que não vão dar certo.

Com certeza algo muito sério havia acontecido, e eu temia que fosse o que eu estava pensando.

Apressei-me e entrei também, logo atrás deles, mas tomando cuidado para que não me vissem. Queria ver para onde estavam indo. Eu poderia simplesmente aproximar-me e perguntar se ela estava bem e o porquê de ter sumido, mas, segundo ela, seu pai não poderia nem sonhar que ela tinha um amigo homem.

Sim, ele é um babaca.

Percebi que os dois foram em direção à diretoria e meu coração apertou só de cogitar a possibilidade da minha melhor amiga ser transferida para outra escola. Sentei-me em um dos bancos do pátio e torci para que ela saísse antes que o sinal para a primeira aula tocasse.

Faltando três minutos para que a aula começasse, eu a vi caminhando em direção às salas de aula.

- Rosé! - gritei e corri em sua direção. Ela me olhou em silêncio, desanimada de um jeito que eu nunca tinha visto - O que aconteceu? Por que faltou esses dias?

Ela abaixou a cabeça e com as duas mãos segurou uma das alças de sua mochila, com força.

- Rosé... - coloquei uma mão em seu ombro e me abaixei para tentar ver seu rosto.

Ela se aproximou, encostando a testa em meu peito e começou a chorar.

Apenas a abracei e não fiz mais perguntas. Ela chorava tanto que chegava a soluçar. Não estava em condições de explicar nada.

Momentos depois, notei que ela estava se acalmando e com a respiração mais controlada. Pedi para que ela sentasse e lhe trouxe um copo d'água. Sentei-me ao seu lado enquanto ela bebia e apenas fiquei em silêncio.

Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, o sinal tocou.

- Podemos não entrar na sala se você não quiser. - digo.

- Eu não quero entrar, mas não posso mais fazer isso. - ela disse baixinho - O meu pai tá mais de olho em mim agora do que nunca, e o diretor também. - finalizou.

- Vamos, então. - eu disse, levantando-me e ela fez o mesmo - Depois você me conta. - ela afirmou positivamente com a cabeça.

A abracei pelos ombros e começamos a ir para a sala de aula.

- Tá pegando a Park, nerd? - disse John, um imbecil que passava por nós na escada - Achei que você era viadinho.

- Por quê? Tá interessado em chupar meu pau? - gritei e ele pareceu surpreso - Tá olhando o que ainda? Segue seu rumo, seu bosta.

É estranho como muitas pessoas dessa escola pensam que podem falar da maneira que quiserem comigo só por causa da forma como eu me visto ou me comporto, ou com Rosé por ser uma garota, supondo que por esse motivo ficaríamos quietos e simplesmente permitiríamos. Isso não faz sentido nenhum.

Você achar que pode maltratar alguém porque pensa que essa pessoa não vai se defender é nojento e covarde.

Eu geralmente sou quieto, sempre fico na minha na escola e converso com poucas pessoas aqui. Não me visto de maneira descolada e pouco me importo com isso também. Mas que não mexessem comigo ou com um de meus amigos.

Catch the Rainbow • jjk+pjmWhere stories live. Discover now