Capítulo 3 - Mudança de planos

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Hello people!!!

Boa leitura!

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POV Normani

Final de ano era sempre uma correria, mas era época do ano em que eu mais tinha disposição para trabalhar.

Já tinha me inscrito para receber um intercambista em casa, Dylan estava eufórico e eu preocupada. Dar conta de um adolescente já é difícil, imagine dois? Deixei claro que minha preferência era por um garoto, afinal queria um companheiro para meu filho e não uma namorada. URGH! Não quero nem pensar quando essa época chegar.

O mês de dezembro passou voando e logo estávamos no Natal, e como sempre foi aquela bagunça, toda a família reunida. Meus amigos e amigas estavam presentes assim como Camila, Lauren e Ally.

Camila é uma obstetra, foi ela que realizou o meu parto e o de Dinah, elas eram amigas na faculdade, melhores se querem saber, mas após a ida de Dinah para o Brasil ela não manteve contato com ninguém, Ally também era amiga das duas, era pediatra e ela sempre cuidou do meu filho até os 12 anos de idade.

- E então Mani, conseguiu se inscrever para receber o intercambista? – Ally perguntou parando ao meu lado.

- Consegui sim, mas houve um problema e o garoto que ficaria em minha casa teve que ser direcionado a outra casa, e eu terei que receber uma garota de 14 anos.

- Vai ganhar uma norinha? – Lauren veio fazendo piada.

- É disso que eu tenho roendo, já estou roendo as unhas de preocupação.

- Mas você não disse que sua preferência era por um menino? Achei que estava tudo certo. – Lauren falou.

- Sim, mas a família Ray é evangélica, e tem apenas um filho e aparentemente a religião deles não permite. Não tenho outra escolha, não posso destruir o sonho da garota e fazer ela esperar até o próximo ano.

- Mas Dylan é um bom garoto, vai saber se comportar com a garota. – Ally me confortou.

- Eu já conversei muito com ele, mas ele toda hora me pergunta "Mãe, será que a garota é gata? ". Sei que é para me irritar, ele é igual a mãe, mas estou preocupada.

- Agora é esperar para ver como vai ser. – Lauren disse com a voz preocupada, pois depois da partida da minha filha eu não tive contato com uma garota, e terei que cuidar dela enquanto ela estiver sob minha responsabilidade.

POV Dinah

O Natal e Ano Novo passou sem muitas emoções, houve nossa festa em família, mas tudo muito calmo e tranquilo.

Olivia quis ir à praia de Copacabana ver a queima de fogos, levamos Champanhe e brindamos lá a meia noite.

Os dias passaram muito rápido e hoje seria o dia em que eu me despediria da minha menina, claro que eu não ficaria 3 anos sem vê-la, tenho férias a tirar e o destino certo quando chegar a data.

- Boa tarde senhora Amasio, acredito que a senhora tenho sido informada das mudanças. – O responsável pela agência falou logo após apertar minha mão.

- Que mudanças? Não fui informada de nada. – Respondi já preocupada e Olivia ficou atenta ao meu lado.

- Houve uma confusão e a família Ray não poderá receber sua filha, pois eles têm apenas um filho e não recebem meninas por conta da religião.

- Ótimo, então encontraram uma casa com uma garota para minha filha? – Preguntei animada.

- Na verdade, a família que receberá sua filha também deu preferência a um menino, pois possuem apenas um filho.

- De qualquer forma vai ter um adolescente cheio de testosterona rodeando minha filha? – Perguntei contrariada.

- MÃE! – Olivia falou ao meu lado, estava vermelha.

- Ok, desculpa filha, qualquer sinal já sabe né? Me liga que eu vou lá e corto fora. – Falei e pisquei para ela que ficou mais vermelha ainda.

Ficamos cerca de 40 minutos conversando com o homem, e infelizmente a hora de me despedir da minha filhar chegou.

- Mãe eu vou ficar bem, ok? – Ela falava pela décima vez.

- Promete que vai me ligar todo dia? – Perguntei.

- Mãe não exagera. – Ela revirou os olhos.

- Aumento o limite do cartão e vou tentar não a controlar tanto. – Fiz a proposta.

- Mãe não precisa aumentar nada, ligar é demais e muito gasto, mas prometo conversar por Skype toda noite, afinal também vou morrer de saudades. – Ela disse com os olhos marejados e se jogou em meu colo.

- Ótimo filha. – Eu disse abraçando e beijando demoradamente seu rosto.

- Te amo mãe. – Ela disse eu dei um último beijo em sua testa.

- Também te amo minha filha. – Disse por fim e ela foi em direção ao corredor de embarque.

Então era isso, minha filha estava saindo debaixo das minhas asas onde passou tão pouco tempo, e estava seguindo seu sonho de estudar no exterior.

As coisas poderiam ter sido mais fáceis, passei tanto tempo enfiada no trabalho e perdia a infância de minha filha e o inicio da adolescência dela.

Tive que tomar um choque de realidade para perceber que minha filha precisava de mim, e precisava da minha presença na vida dela.

2 anos atrás...

- Você não vai participar da festa de dia das mães do colégio este ano? – Ana, amiguinha da minha filha perguntou.

- Não. – Se limitou a responder.

- Mas por que? Você sempre falou em todas as festas.

- Do que adianta falar bem para as mães dos outros enquanto a minha está com a cara enfiada no trabalho e nem lembra que eu existo?

E pela fresta da porta pude ver uma lágrima solitária em seu rosto.

- Isso é bom, um choque de realidade para você Dinah, ela é sua filha e sente sua falta. Encher a garota de presentes, de celular caro e todas essas coisas não é suficiente, ela tem 12 anos, está entrando na adolescência e precisa de você. – Minha irmã de 19 anos falava.

Lá estava eu, com 35 anos levando sermão da minha irmã de 19, mas eu não tinha o que questionar, ela estava certa. Eu teria que mudar isso. Minha irmã convenceu Olivia a participar da apresentação, e eu me comprometi a comparecer.

E lá estava eu na primeira fila, e nada me deixou mais feliz do que ver o sorriso deslumbrante que minha filha deu e os olhos cheios de lágrimas ao me ver ali, fiz questão de desligar o celular permanecendo com o bipe ligado, pois só me chamariam ali em caso de extrema urgência.

E foi aí que eu percebi que para ela o que realmente importava era eu estar ali presente. E desde então faço questão de estar sempre junto, ajudo nos deveres do colégio, estou presente em todas as reuniões, o que lhe rendeu alguns puxões de orelha, e satisfação dos professores.

É eu realmente vou sentir falta do meu pedacinho do céu.

When There's Love - Norminah versionWhere stories live. Discover now