Primeiro

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O hospital estava como jamais havia estado nos oito anos em que Draco trabalhou ali, primeiro em um estágio obrigatório da universidade, segundo como residente e agora como especialista: Um ótimo cirurgião traumatologista.

Um trem havia descarrilhado e duzentas e oitenta pessoas estavam feridas, doze mortas e apenas duas não haviam se ferido e já estavam em casa.

Draco e toda a equipe da área traumatológica, junto dos ortopedistas e médicos gerais, estavam sendo os principais nos cuidados dos pacientes.

- Hermione, - se digiriu à técnica de enfermagem de dezenove anos que estava o auxíliando. - reserve uma sala de cirurgia e monte uma equipe, esse paciente não sobrevivera sem uma cirurgia.

A garota assentiu e correu para a central. O Hospital St. Mungus era o maior de Londres e o melhor da Inglaterra, Malfoy sentia-se muito privilegiado por poder trabalhar ali.

Junto de Regulus Black, seu primo e cirurgião neurologista, empurrou a maca com o paciente para o elevador.

- Você vai ao jantar de Bellatrix ao sábado? - Regulus era frio como um cadáver. Como poderia iniciar um assunto trivial como aquele quando um homem com a metade do crânio dilacerado se encontrava entre eles?

Draco balançou a cabeça.

- Vou ser obrigado a ir, ou meus pais vão adotar alguma criança para colocar no meu lugar.

- Cissa está tendo uma crise de meia idade, você sendo ou não o filho ideal, ela acabará por adotar mais algum.

- Eu espero que ela adote uma ONG.

As portas do elevador se abriram e os dois homens respiraram fundo, sem saber o que os estaria esperando à frente.

[...]

Quatorze horas depois Draco estacionava em frente ao portão de sua humilde mansão, como ironicamente chamava o casarão de dois andares onde morava.

Desceu do carro, entregando a chave para que seu mordomo estacionasse o Jaguar F-TYPE na garagem.

Adentrou a casa removendo o casaco, chutando os sapatos para longe dos pés e abrindo os botões da camisa preta.

- Bom dia Sr. Malfoy, irá tomar algo no café da manhã ou somente deseja que eu prepare o almoço? - Lilian Evans, sua governanta e cozinheira, indagou enquanto o via subir as escadas para seu quarto no segundo andar da casa.

- Que horas são, Lilian?

- Exatamente 7:23. - consultou em seu pequeno relógio de pulso.

- Vou acordar 12:30 para o almoço. - continuou subindo para o segundo andar, quando recordou algo. - Não é hoje que seu filho chega?

A coitada era mãe solteira desde os dezessete, teve que abandonar a escola e se tornou empregada, seu filho foi criado até os oito anos por ela, quando teve que deixá-lo com a irmã para vir trabalhar com Draco, que ofereceu um salário que muitas pessoas não possuíam tendo faculdade, mas Lily teria sendo sua governanta.

Ela pagava escola particular para Harry, que era criado por uma amiga sua chamada Molly Weasley, também enviava muitos euros para ajudar nas despesas do filho na casa da amiga.

Lily visitava Harry todos os meses e já tentou trazê-lo para morar com ela anteriormente, mas o menino gostava de viver com Molly, principalmente por ser namorado de um dos filhos dela, Ron.

Draco sabia de tudo isso porque, além de patrão, era amigo de Lilian e já estavam há dez anos juntos naquela convivência diária.

Esse ano o menino aceitou vir morar com a mãe por conta da faculdade de Letras que cursaria na Universidade de Londres, graças à bolsa de estudos que conseguiu.

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