𝐏𝐋𝐄𝐀𝐒𝐄 𝐌𝐄 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑

20:32PM

O amor pode nos tocar uma vez e durar uma vida
E nunca nos abandonar até termos partido
Amor foi quando eu amei você, um momento verdadeiro ao qual me seguro
Em minha vida nós sempre seguiremos em frente

(My Heart Will Go On - Céline Dion)

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20:02PM
30 minutos antes de seguir...
Antic Hospital de la Santa Creu, Barcelona.

Meu celular continua vibrando no meu bolso e eu me arrependo de ter trago ele, a recepcionista me olha estática e aquilo estava me estressando.

— Oi? Você escutou o que eu disse? — Pergunto impaciente.

— Ah, sim. — A garota força um sorriso agradável. — Mas você não está autorizada a subir.

— Ainda essa merda? — Bato minha mão no balcão de marmorie branco gelado.

— Senhora, são normas do...

— Do Rafael? É isso? — Grito — Pois bem, ligue para ele agora, avise que estou aqui, se virem. Eu preciso falar com ele, ele não pode deixar uma criança nos meus braços e dane-se.

Percebo que falei demais e chamei atenção das pessoas do hospital, me encolho envergonhada e a mulher que me olhava com medo e se levanta. Balanço uma das minhas pernas controlando minha ansiedade enquanto meu celular vibra, vibra e vibra. Busco pelo aparelho e posso ver 15 ligações perdidas do meu marido mas as ignoro. Ele sabe para onde eu iria, ele só queria me impedir.

— Senhorita, Santos! — A moça reaparece — Pode me acompanhar por favor?

Desligo meu telefone e caminho atrás dela, ela me dá o adesivo de visitante com meu nome e eu colo no lado direito do meu peitoral. Entro no elevador e o silêncio é ensurdecedor, mas o oitavo andar chega. Jamais me esqueceria desse número.

— Ele está com dificuldade para falar, tenha paciência. Não deixe ele se esforçar demais.

— Tudo bem.

Me sinto extremamente triste em escutar aquilo, mas aliviada por finalmente estar aqui, tão perto dele depois de dias e dias. A moça abre a porta e o quarto aparece para mim, a mesma decoração, os mesmos desenhos do Rafinha, e as flores que dei. Meus olhos finalmente chegam nos dele e meu corpo corresponde. Dou pequenos passos e minhas lágrimas escorrem...

— Você podia ter avisado, nem fiz a barba. — Quase não consigo escutar sua voz e meu coração dói, mas ele se esforça para sorrir e me sinto em paz.

— Não faça piadas. Não depois de todos esses dias...

— Eu sei porque veio. Ela não se parece nem um pouco comigo, não é?

Rafael tinha dificuldade de respirar, seu corpo estava magro como jamais antes, a pele pálida me assustava e tudo o que Júnior disse pra mim horas atrás retornam a minha mente. Ele não iria resistir, mas eu ainda acredito.

— Como pôde me afastar? Você não tinha direito de fazer isso comigo, Rafael. Mais uma vez você me afastando as forças de ti.

— Não vamos falar disso, Madanne. Vamos falar das crianças, do Neymar, vamos falar de coisas boas.

— Não ignore o que está acontecendo aqui, Rafael. Eu fiquei todos esses dias de cama, sem comer, sem ver meus filhos porque a única coisa que eu conseguia pensar era em você. Como você conseguiu? Você não sente minha falta? Não se coloca no meu lugar?