Over The Rainbow (Choni Version) [Concluída]

Capítulo 20.

-- Não preciso de ajuda para subir. -- Cheryl disse rindo. -- Sei montar a cavalo desde que tinha doze anos. -- Esse havia sido um dos motivos pelo qual havia se irritado com John, dizer à sua verdadeira esposa que lhe ensinava a montar a cavalo era mais que uma ofensa, uma vez que ela montava muito melhor do que ele.

-- Ora; ora. Tenho uma esposa que não para de me surpreender. -- Toni disse rindo, vendo Cheryl já montada sobre o cavalo. Decidiu caminhar até seu cavalo e acariciar o mesmo, antes de subir nele.

-- Uma corrida de cem metros? -- Cheryl propôs balançando sua sobrancelha e sorrindo. Já estavam casadas havia pouco mais de um mês.

-- Não quero fazer feio na sua frente. -- Toni disse.

-- Está com medo, Topaz? -- Provocou arqueando uma sobrancelha.

-- Talvez. -- Falou se inclinando para o lado e tocando os lábios na bochecha esquerda de Cheryl. -- Te vejo na chegada, mon amour. -- E deu partida, fazendo Cheryl a olhar incrédula e boquiaberta antes de começar a correr com seu cavalo logo atrás.

Cheryl até tentou, mas, pela vantagem de Toni, foi praticamente impossível ultrapassá-la.

-- Não vale. Você roubou! -- Cheryl disse descendo do cavalo e cruzando os braços de forma birrenta. Toni soltou uma gargalhada ao ver a cara de sua esposa.

-- Tem razão. Roubei. -- Confessou descendo de seu cavalo. -- Mas foi engraçado ver sua cara.

-- Pois eu não achei.

-- Claro que não, você não viu. -- Toni respondeu. -- Tudo bem, desculpe. -- Pediu ao ver que Cheryl não sorria.

-- Só se assumir que eu ganharia caso não tivesse roubado.

-- Bem, isso eu não posso dizer, porque não tenho certeza.

-- Vamos correr de novo. -- Cheryl propôs e Toni respirou fundo.

-- Tenho uma ideia melhor. -- E sem dizer mais nada estendeu a mão no ar para Cheryl subir em seu próprio cavalo.

-- Por que no seu? -- Cheryl perguntou arqueando uma sobrancelha.

-- Suba e descubra. -- Cheryl, por ser curiosa demais, não resistiu e subiu no cavalo de Toni. Toni caminhou até o cavalo de Cheryl e o amarrou ali. -- Já já alguém vem te buscar, amigo. Vou providenciar isso. -- Falou para o cavalo e Cheryl sorriu ao ver que sua esposa se importava com o bem-estar do animal.

-- E então? -- Cheryl perguntou animada, mas sentiu seu corpo se enrijecer ao ver Toni subir no mesmo cavalo que ela.

-- Você me disse no dia em que nos conhecemos que tinha vontade de voar em um zepelim. -- Toni disse, enlaçando seus braços pela cintura de Cheryl. -- É... -- Disse um pouco constrangida. -- Você guia ou...

-- Pode guiar. -- Cheryl disse, deixando Toni segurar as rédeas do animal. Sentia-se extremamente nervosa com a respiração de Toni tocando-lhe o pé do ouvido. Sentiu Toni apoiar o queixo em seu ombro e fechou os olhos tentando controlar a própria respiração. -- Então vamos voar hoje?

-- Exatamente, Senhora Blossom-Topaz. -- A voz rouca disse em meio a um riso. O cheiro do shampoo de Cheryl tão próximo de si fez Toni suspirar bobamente.

-- Acho que gosto dos nossos sobrenomes juntos. -- Cheryl confessou um tanto mais nervosa do que deveria estar para um passeio normal a cavalo.

-- Gosta, é? -- Em seu mais profundo interior Cheryl assumia para si mesma que a voz de Toni era demasiadamente sexy. Seus olhos se desviaram para as mãos de Toni segurando as rédeas e Cheryl mordeu o próprio lábio diante do pensamento que teve. Não havia ninguém as vigiando ali, não precisava de teatro, mas o que Cheryl queria fazer não seria teatro e esse era o problema, porque não tinha uma desculpa para fazê-lo. Fechando os olhos rapidamente para tomar coragem, os voltou a abrir apenas para deslizar lentamente seus dedos finos pelos braços de Toni, até alcançar os dedos da outra.

Olhou de relance para Toni e a viu sorrir. Então, percebendo que não fizera nada de errado, entrelaçou seus dedos nos de sua esposa, sentindo a suave mão acolher o aperto. Seguraram juntas as rédeas e foram o resto do caminho sem falar mais nada.

-- Pois bem. -- Toni disse aplicando um beijo lento no rosto de Cheryl. Não queria sair dali, mas não queria exceder nenhum limite. -- Chegamos. -- Decretou. Ia soltar do aperto de suas mãos, mas Cheryl a impediu.

-- Espera! -- Disse ao sentir Toni tentar soltar de sua mão. Não tinha o que falar, só não queria que Toni a soltasse.

-- Que foi?

-- É... Andar nesse negócio é seguro, não é? -- Disse a primeira coisa que lhe veio à mente. Se permitiu soltar seu peso sobre o corpo da mais velha. A risada de Toni ecoou pelos quatro ventos.

-- Está com medo, Blossom? -- Repetiu a pergunta que sua esposa lhe fizera minutos antes.

-- Talvez. -- Disse em meio a um risinho.

-- Eu jamais te colocaria em algum lugar que não fosse seguro para você. -- Toni disse abraçando o pequeno corpo contra si, antes de soltar das mãos de Cheryl e descer do cavalo.

-- Se eu morrer a culpa será toda sua. -- Cheryl disse descendo do cavalo. Toni o deixou com um de seus empregados foram caminhando até a frente do enorme zepelim. Seus olhos percorriam cada detalhe. -- Uau, é muito maior de perto. -- Constatou boquiaberta enquanto subiam a bordo.

-- E como diz o ditado: Para o alto e avante! -- Toni disse sorrindo.

E, enquanto o enorme transporte subia, Cheryl ria bobamente. Adorou o vento tocando seus cabelos daquela forma tão intensa, mas assim que chegaram lá em cima se arrependeu de não ter levado nenhum abrigo. Sentiu os braços de Toni rodearem sua cintura e permitiu deitar sua cabeça no peito da mais velha. Sentia frio ali em cima, mas o abraço de Toni fazia tudo ficar mais aquecido.

-- Eu adoro a paz que essa vista propõe. -- Toni confessou admirando toda a cidade abaixo delas. Cheryl desviou os olhos para Toni, ainda em seus braços.

-- Obrigada. -- Sussurrou e Toni sorriu sem mostrar os dentes.

-- Tudo o que te fizer feliz me fará também, então acho que quem tem que agradecer sou eu. -- Disse de modo terno. Viu o exato momento em que Cheryl desviou os olhos para seus lábios, prendendo a atenção por vários segundos ali. O momento foi interrompido por um longo suspiro de Cheryl, que logo em seguida voltou a apoiar a cabeça no peito da mais velha e a contemplar a vista de toda a cidade.