Capítulo 2

492 29 0
                                    

     Já estávamos na van. Prestes a começar o assalto. Os garotos discutiam sobre a máscara de Salvador Dali que usávamos, particularmente, achava essa ideia genial. Só de vê-los com aquela máscara e aquele macacão vermelho, algo me tentava e ao mesmo tempo dizia não.
    Tóquio retocava o batom vermelho, enquanto eu checava minha M16, até que Berlim aponta uma pistola para Rio. Chamando minha atenção.
    -Com uma arma na mão, garanto que o louco dá mais medo que o esqueleto. –Berlim diz com a voz firme, apontando a arma para o rosto do garoto. Fico olhando para Berlim, com um sorriso malicioso no rosto e o mesmo me encara, como se estivesse me comendo pelos olhos. Denver percebe aquela troca de olhares e olha com o maior desgosto para nós dois. Arqueio a sobrancelha para ele, tentando mostrar que não manda em nada em minha vida.  
    -Já chega. –Moscou se pronuncia. Eles se ajeitam e continuam a discussão sobre a máscara.
    Descemos da van. E estávamos com o que precisávamos. Tudo que tínhamos planejado começava agora.
    Eram 9:25 da manhã, e só tinha uma forma de entrarmos na Casa da Moeda com três toneladas de arsenal. Usando o caminhão que entrava toda semana ali, com as novas bobinas de papel-moeda prontas para a impressão.
    -Desça! –Gritei ordenando o motorista do caminhão.
–Mandei descer, porra! –Abro a porta, segurando o motorista pelo braço.
    -Faça tudo que mando! Entendeu? Agora, abra esse cacete de porta! Está me ouvindo? –Agora o segurando pelo colarinho de sua camiseta, o jogando de frente com a porta de trás do caminhão. –Abra!
    Se esses homens levassem as filhas na traseira do caminhão, jamais teriam aberto. Mas quem se importa com bobinas de papel-moeda com marca d'água?
    Levamos rapidamente todos os arsenais para o caminhão e colocamos disfarces. Denver e Berlim estavam colocando as roupas dos policias, não pude deixar de passar ao lado deles e soltar algum comentário.
    -Nossa, como consegue ficar mais gostoso ainda vestido de policial. Não posso ficar com tanta tesão agora. –Digo rapidamente num tom sexual, mirando o chão e mordendo os lábios, deixando-os confusos. Os dois se encaram cerrando os olhos um para o outro, enquanto eu saia com um sorriso safado esboçado no rosto. Mesmo sabendo que os dois não eram boa carne para brincar, e tinha temperamentos e personalidades totalmente diferentes, aquilo me apetecia mais ainda. Ainda mais agora.
    -Mexa-se, cara! Quem você acha que é? Depressa! –Mudo totalmente o foco, mudando minha postura e mirando a arma diretamente para a cabeça do policial, enquanto Nairóbi e Tóquio me ajudavam a coloca-los dentro do caminhão.
    Entrei no carro, junto com Nairóbi e Tóquio. Estávamos usando perucas. Parei o carro ao lado, do carro policial em que Berlim estava.
    -Não tire os olhos da garota. Não pode haver erros. Estamos claros?
    -Olha com quem estou me metendo... Sr. Berlim. Ela tem apenas 17 anos, querido. Acho que pelo menos dela, posso dar conta. –Terminei acelerando o carro e as garotas riram.
    -Você sabe que não deveria estar fazendo tudo isso, não é? Se o professor descobrir... –Nairóbi começa a me dar sermão entre sussurros. Tóquio sabia apenas de Denver.
    -Ah, agora logo você está falando sobre ter relações com pessoas do grupo? Diga isso para a franjinha ali. –A corto, jogando a bola para Tóquio, com um tom irônico. Nairóbi ri cinicamente.
    -Não estou fazendo joguinhos com um psicopata e uma bomba-relógio. –Diz Nairóbi. Fazendo com que ficássemos em silencio, até chegar no destino. Ela estava certa, professor me mataria, mas isso não mudaria nada, não sinto nada. A não ser...

Veneza // Denver e Berlim.Onde histórias criam vida. Descubra agora