Capítulo 19 - Acertos, erros e um monstro pouco amigável

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Kol, mais uma vez, perdeu a noção do tempo que viajar através da terra morta de Hel estava consumindo. O nevoeiro a sua volta era a única coisa que parecia nunca mudar naquele lugar.

O chão irregular e cheio de enormes pedras que pareciam surgir do nada, com a única intenção de atrapalhar sua jornada, também era outro fator que estava testando sua paciência.

Mas o que o tranquilizava era que a cada passo que dava à diante, a conexão que sentia com Anne ficava mais forte. Será que ela também sente isso? Espero que sim.

Ao longo do caminho eles esbarraram com guerreiros mortos, vikings que não tiveram sua passagem para o Valhalla permitida e que estavam condenados a viver nos domínios de Hel. Ele se lembrava das histórias que aprendera quando criança. Estes eram os covardes, trapaceiros e indignos perante o olhar dos Deuses. Esse era o ensinamento que muitos caçadores de Asgard passavam a seus filhos.

No entanto, uma coisa que seu pai havia lhe dito sempre ficou fixo em suas memórias. Um guerreiro que morresse sem uma arma na mão não seria escolhido pelas valquírias quando elas sobrevoassem o campo de batalha para levar as almas dos caídos rumo a Asgard. Às vezes homens merecedores podiam morrer sem sua arma, isso o tornava menos digno que outros?

Kol sempre achara que o sistema de escolha das Valquírias era, no mínimo, questionável. Agora, caminhando por Hel e vendo cada um dos seus habitantes, ele não conseguia parar de pensar. Será que todos aqui mereciam esta vida após a morte?

— Sou ou não o melhor companheiro de viagem de todos os mundos? — Beckett riu e se gabou de seus poderes.

Graças ao semideus nenhum dos guerreiros mortos de Hel havia notado a presença deles. Os poupando de muitas lutas desnecessárias. Kol revirou os olhos e se negou a comentar. Claro que estava feliz por não ter mais atrasos, mas não diria isso ao meio irmão maluco de Anne.

— Acho que estamos perto agora. — Disse, percebendo que o nevoeiro que os cercava começava a se dispersar.

Uma floresta composta de árvores gigantescas se mostrou mais adiante. Era uma mudança grotesca de paisagem e ele se perguntou porque as árvores eram tão grandes ali. Coisas assim o faziam se lembrar de gigantes e não estava muito a fim de cruzar com um deles agora.

— Esta deve ser a floresta das origens. — Beckett disse, admirando a paisagem. — Ela se forma ao redor de toda manifestação de Yggdrasill. Sua contraparte na terra tem a mesma vibração de energia que estou sentindo aqui.

— Mas as florestas da escandinávia não se parecem nem um pouco com esta aqui. — Kol apontou.

Beckett deu de ombros.

— Bom, não sou eu quem faz as regras das florestas místicas da criação. — Disse e então perguntou. — Como vai seu GPS mágico?

Fechando os olhos, Kol se permitiu sentir sua conexão com Anne. No mesmo momento em que descobriu qual caminho precisava seguir, outra informação o atingiu em cheio.

A FILHA DO FOGO: TUDO QUEIMAOnde histórias criam vida. Descubra agora