𝐿𝑜𝑣𝑒 𝐼𝑛 𝑇ℎ𝑒 𝐴𝑝𝑜𝑐𝑎𝑙𝑦𝑝𝑠𝑒 ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ

37

Narrador

Os dois dias que Ana permaneceu na solitária, pareciam estar sendo normais, afinal, era Gale quem levava a comida e arrumava ela dentro do pequeno. Seu pequeno corpo estava desmaiado e ela estava ainda mais fraca, os sanduíches que eram para ela eram comidos por Gale apenas pra ele fingir que ela estava se alimentando.

— Até mais tarde vadia!

Mais uma vez, antes de Gale sair, um soco foi deixado no rosto de Ana e o som de osso se partindo encheu o local. Ela não tinha mais forças para conseguir pedir por ajuda. Seu corpo desabou contra o chão e seus olhos pesaram, deixando a escuridão tomar conta de sua mente.

Horas mais tarde, Negan deixou seu quarto e caminhou em direção ao seu escritório, onde recebeu as anotações mensais e resolveu alguns assuntos. Sua conversa com o médico estava indo bem até o momento em que a porta foi aberta com violência e um dos salvadores apareceu ofegante e com gotas de suor escorrendo por seu rosto.

— Mais que porra, não sabe bater? - ele reclama segurando Lucille.

— É  sobre a garota. - o salvador exclama parando a alguns centímetros da mesa. Seu rosto estava quente e ondas nervosas espalhavam por seu corpo. O que Negan faria quando ele contasse?

— O que tem a garota? - Negan tinha medo em sua voz, sua garganta estava seca antes mesmo dele saber o que havia acontecido. — O que aconteceu com a Ana? - ele grita.

— Ela foi espancada e estuprada, senhor! Esta na...

Negan deixou o quarto correndo com o médico logo atrás, seus homens abriam espaço para ele passar. Seus olhos estavam negros e os nos dos seus dedos brancos, ele sentia raiva e vontade de esmagar a cabeça do desgraçado que havia feito aquilo com a garota. A multidão de salvadores afastava as pessoas para longe dos corredores, apenas para dar a privacidade que Ana merecia.

A enfermaria estava bagunçada,  a poeira causada pela reforma tomava conta dos plásticos que tampavam as máquinas e equipamentos.

— Onde ela está? - Negan questiona encarando as camas da enfermaria.

— Eu a coloquei nos meus aposentos senhor, lá é o único local que não poeira.

Negan passou pelos equipamentos e pelo plástico, chutando ao maioria das coisas que atrapalhavam seu caminho. Ele abriu a porta do quarto do doutor Carson e tombou a cabeça pra trás, deixando as lágrimas fluírem e escorrerem por seu rosto. O rosto de Ana estava inchado e roxo, com alguns curativos espalhados, seus olhos estavam fechados.

— Ela ainda não acordou senhor, fiz todos os exames necessários e...

— Como ela estava...Como ela estava quando a encontraram?

— Sangrando, com as roupas rasgadas, desacordada e sem o braço mecânico. Tinha sangue na parede também, o que me levou a hipótese de que haviam quebrado o nariz dela batendo o rosto na parede. Os hematomas devem desaparecer em uma ou duas semanas, como ela tem a cura correndo pelo sangue, talvez seja mais rápido.

— Quero cada um dos homens que ficaram de vigia, na minha sala, todos eles. - Negan diz a Dwight. — Vou matar o desgraçado que fez isso com ela.

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